Comportamento Organizacional

O QUE VEM A SER COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL?

As organizações necessitam de conhecimentos de finanças, de marketing e produção, só para exemplificar algumas áreas e para terem êxitos em suas atividades. E para terem êxitos de curto e médio prazo, necessita se de organizações que são as próprias pessoas que nelas operam, é a força de trabalho, que as pessoas dão a sustentação a uma produção constante e de qualidade. E é ai que o entendimento do que motiva os indivíduos, os grupos e o relacionamento da empresa com seu ambiente entra em jogo. E é exatamente está a área coberta pelo que chamamos de Comportamento Organizacional.

À dois novos elementos que reputamos como essenciais:

a) A pesquisa, pois o CO necessita tanto investigação quanto aperfeiçoamento para se manter viável e útil e não se tornar obsoleto.

b) A interdisciplinaridade, já que CO não deve ser considerado uma disciplina, mas sim uma área de conhecimento onde múltiplas disciplinas das Ciências Comportamentais trazer sua contribuição.

CIÊNCIAS COMPORTAMENTAIS: SURGIMENTO E INFLUÊNCIA:

Como um conjunto científico de disciplinas, as ciências comportamentais encontram-se em um estágio de desenvolvimento aquém das ciências biológicas e físicas. O termo ciência comportamental começou a ser usado na década de 50 e foi associado a uma concessão da Fundação Ford que dava suporte ao Programa de Ciência Comportamental. Tais informações de caráter variado e complexo, uma vez processadas e ordenadas, nos permitem estudar o funcionamento das pessoas nas organizações de uma forma sistemática e nos levar além da simples intuição, ainda que esta, como veremos, continue sendo de extrema relevância.

CONTRIBUIÇÕES INTERDISCIPLINARES:

O Comportamento Organizacional é uma área de conhecimento integrante das ciências sociais que analisa o comportamento.

A Psicologia ajuda os praticantes de CO compreenderem os microproblemas da vida organizacional, tais como percepção, motivação, aprendizagem e a dinâmica dos pequenos grupos.

As teorias psicossociais explicam o comportamento dos grupos, poder, liderança, conflito, o stress no trabalho e a avaliação de desempenho.

A Sociologia afeta o CO especialmente no nível macro: o ambiente organizacional, tecnologia, estrutura, conflito e mudança.

A Antropologia contribui para uma análise cultural do conflito.

Por fim, a Ciência Política contribui especialmente para um melhor entendimento do poder, como este se distribui na organização.

COMO EFETUAR O ESTUDO DE CO:

O Comportamento Organizacional baseia-se no método científico, que prevê observação, predição e mensuração. O método científico nos auxilia a explicar e, até certo ponto, predizer o comportamento das pessoas na organização. Alguns alunos se perguntam por que o método científico é tão importante para as ciências, em geral, e para o CO, em particular. A resposta parece-nos bastante simples: o método científico permite uma certa previsibilidade e a habilidade de generalizar de uma situação para outra. Permite também que os praticantes de CO estudem, de forma sistemática, os problemas com que se deparam na organização e não tenham de confiar única e exclusivamente na intuição. Em nossa visão, não se trata de abandonar a intuição pelo método científico, mas sim de ampliar nossa forma de análise com o acréscimo do método científico.

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E SUA ORIENTAÇÃO CONTINGENCIAL:

Burns e Stalker, estudiosos das teorias organizacionais, produziram um livro clássico e que merece ser lido; nele desenvolvem as noções de sistemas gerenciais orgânicos e sistemas gerenciais mecânicos, estando sua diferenciação básica centrada na percepção de seu relacionamento maior ou menor com o ambiente e, portanto, variáveis dependentes do maior ou menor ritmo de mudança desse mesmo ambiente. A conclusão a que eles chegam cria as bases para o entendimento da abordagem da contingência, tão necessária à evolução e prática da área de CO.

Os princípios universais são geralmente prescritivos e definitivos. Weber, por exemplo, considerado um clássico, sugeria o uso de uma estrutura organizacional burocrática; Likert, que se dizia comportamental, sugeria o desenvolvimento de uma organização de 4 sistemas; McGregor, outro comportamentalista, dizia que a abordagem da Teoria Y era a mais adequada para a organização; e muitos outros estudiosos clássicos que propunham o uso de uma organização estruturada em estilo linha-staff.

Assim, uma abordagem mais realista para o estudo do comportamento da organização chama-se abordagem contingencial. Para que a abordagem contingencial tenha sucesso, é necessário que os gerentes sejam capazes de reconhecer, diagnosticar e adaptar uma determinada situação.

A abordagem contingencial é conceitualmente atraente, embora extremamente difícil de ser seguida. Tentar destacar inter-relacionamentos importantes entre as variáveis é extremamente difícil.

PROPOSIÇÃO DE UM MODELO DE ESTUDO PARA A ÁREA DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL:

As organizações não operam em um vácuo, mas são influenciadas, de forma variada, pelo seu contexto, correspondente à parte externa do modelo. Uma compreensão mais clara do ambiente pode ser feita pela análise PESTLEE, um acrônimo das principais variáveis contextuais: Políticas, Econômicas, Sociais, Tecnológicas, Legais, Ecológicas e Éticas.

Em relação à organização, espera-se maior eficiência, eficácia e efetividade. Em relação ao trabalhador e a todos os que operam na organização espera-se um maior grau de atualização e de felicidade, termos que iremos examinar e definir no momento apropriado.

SISTEMA: CONCEITO E HIERARQUIZAÇÃO

A especialização trouxe inúmeras vantagens, pois permitiu penetrar no âmago de cada uma das ciências.

De uma época de análise, de isolamento e especialização cada vez mais refinada, poço a pouco começamos a nos deslocar para uma era de síntese, de agregação, de busca do que existe em comum entre as diversas áreas do conhecimento.

Um sistema é qualquer entidade, conceitual ou física, composta de partes inter relacionadas, interatuantes ou interdependentes,