Construção social da realidade: um tratado sobre a sociologia do conhecimento
Artigo: Construção social da realidade: um tratado sobre a sociologia do conhecimento. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bestsletras • 16/4/2014 • Artigo • 1.059 Palavras (5 Páginas) • 429 Visualizações
BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade:tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2006.
O artigo analisado mostra como um tratado a respeito da Sociologia do Conhecimento, no sentido de ser uma análise de como o Homem constrói o seu próprio conhecimento da realidade, tratando das relações entre o pensamento humano e o contexto social dentro do qual ele vive.
Para Berger e Luckmann, o que é real para um monge do Tibet não é o mesmo para um empresário norte-americano. Do mesmo modo o conhecimento é diferente entre as sociedades. Realidade esta que existe independente de nós, entendida no âmbito sociológico como sendo o conjunto de fatos que acontecem no mundo independente da vontade do indivíduo. Mas que ao ser vista e percebida em perspectivas diferentes pelos ditos Homens comuns forma o conhecimento.
Assim, também neste contexto sociológico, o conhecimento pode ser definido como a interpretação que o indivíduo faz da sua realidade, são os aspectos que o indivíduo pensa que compõem a realidade. Realidade esta que ainda apresenta-se de forma único em seu gênero entre a facticidade objetiva e o significado subjetivo.
Ao compartilhar hábitos, crenças e valores, são construídos socialmente os padrões de legitimação e de aceitação de regras. Os termos chave “realidade” e “conhecimento” estão presentes na linguagem cotidiana, ao mesmo tempo em que se encontram plenas de indagações filosóficas ao longo da história. A “realidade” pode ser definida como a qualidade própria dos fenômenos que reconhecemos como independentes de nossa própria vontade e “conhecimento” como a certeza de que os fenômenos são dotados de realidade, com suas características específicas que os tornam distintos de outros fenômenos e, portanto, socialmente relativos. Sociedade esta construída pelo próprio homem. Assim ao mesmo tempo em que o Homem constrói e molda a sociedade é por ela influenciado, é por ela moldado.
Os autores Berger e Luckmann tratam das questões da teoria sociológica propriamente dita, em especial o conhecimento no plano empírico, ou seja, tudo que se considere “conhecimento” na sociedade. Por isso, a sociologia do conhecimento ocupa-se da construção social da realidade e como esse conhecimento socialmente produzido se articula com o senso comum na vida cotidiana e como se distribui na sociedade. A sociedade é dual, possui uma realidade factual objetiva, como Durkheim enuncia na expressão “considerar os fatos sociais como coisas” e está construída por uma atividade que expressa um significado subjetivo, no dizer de Weber: “tanto para a sociologia em seu sentido atual, como para a história, o objeto de conhecimento é o complexo de significado subjetivo da ação”. Esses conceitos fundamentam as principais questões levantadas pelos autores: Como é possível que os significados subjetivos se tornem fatos objetivos? Como a atividade humana produz um mundo de coisas?
Entretanto estudar a realidade social implica em descobrir como a realidade está construída. Este é o objeto e tarefa da sociologia do conhecimento.
Considerando que a vida cotidiana se manifesta como uma realidade interpretada pelos indivíduos, por meio do comportamento subjetivamente significativo para os membros da sociedade. Fenomenológico é método utilizado, um método descritivo, empírico e científico, que permite apreender a consciência dos indivíduos, portanto os elementos de uma realidade subjetiva interior, expressos na vida cotidiana. A vida cotidiana é a “suprema realidade”, uma realidade ordenada e objetivada, intersubjetiva, expressa por meio da linguagem, que marca as coordenadas da vida em sociedade.
Significa dizer que a intersubjetividade na vida cotidiana é o compartilhamento da realidade de um indivíduo com os outros, com outras realidades das quais se têm consciência. O dia a dia do individuo apresenta uma estrutura temporal, imposta socialmente e que proporciona a historicidade da situação do cotidiano deste no mundo, situada em uma história muito mais ampla.
As interações sociais têm como função compartilhar com outros a vida cotidiana. Assim as interações são flexíveis, sendo que as atitudes entre os envolvidos se modificam no decorrer
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