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Cultura E Sociedade

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Por:   •  4/4/2014  •  1.708 Palavras (7 Páginas)  •  381 Visualizações

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Cultura e Sociedade

Diversidade cultural no contexto organizacional

O Brasil tem sido constantemente citado na literatura internacional como um dos principais exemplos de cultura nacional cuja configuração pode ser representada por um cadinho, isto é, uma cultura em que diversas identidades grupais convivem, com razoável harmonia, formando um só grupo cultural, mas sem que nenhuma perca a sua identidade particular.

As primeiras publicações científicas nacionais datam do início dos anos de 1990, deixando clara a necessidade de que estudos sobre a área acompanhem a mudança da força de trabalho brasileira. Vale notar, contudo, que as pesquisas da área enfatizam o tratamento dado a diferentes grupos nas organizações e não a identidade organizacional em si, que constitui outro campo de pesquisa as psicologia organizacional. O aumento da diversidade da força de trabalho ocorre em dimensões tais como gênero, raça, nacionalidade, classe social, região cultural, idade, dentre outras.

O que é diversidade cultural?

Cox (4994) define diversidade cultural como sendo uma representação, em um sistema social, de pessoas com diferentes identidades grupais que têm em significações culturais distintas. O conceito de identidade grupal é a pedra angular dessa definição, relaciona-se á identificação física e cultural com um determinado grupo social e á subseqüente não-identificação com outros grupos conhecidos que determinam, por sua vez, os limites do próprio grupo. Essas identidades grupais assumem papéis de maioria ou de minoria, dependendo não de sua representação numérica, mas do poder social que lhes é atribuído e garantido pelas instituições sociais, sejam elas formais ou não.

Alguns conceitos básicos da Psicologia Social também são necessários para melhor compreensão da definição de diversidade e suas implicações. Mesmo antes de se identificarem com um ou mais grupos, os indivíduos desenvolvem estruturas cognitivas (Allport, 1954) como os esquemas (schemata), que são redes de informações organizadas e mentalmente interconectadas, baseadas nas experiências pessoais e sociais anteriores; e protótipos ou modelos mentais criados sobre as qualidades típicas de certos grupos (por exemplo, líderes, criminosos, idosos) e então, usam essas estruturas para julgar situações atuais. Essa categorização está intimamente associada ao processo de estereotipia, ou a generalização de crenças sobre características – positivas negativas ou neutras – de um determinado grupo para todos os indivíduos pertencentes a esse grupo (Devine, 1999), que não necessariamente se relaciona ás atitudes ou aos comportamentos perante o grupo em questão. O preconceito pode ser mais bem-pensado como uma atitude negativa, com grande carga afetiva, perante um grupo e seus integrantes, que considera as diferenças entre os grupos como fraquezas. Finalmente, a discriminação se relaciona ao comportamento em si, a uma ação advinda do preconceito (Smith e Bond, 1999; Devine, 19995), que, quando institucionalizada, é responsável pela formação de ismos organizacionais, como o racismo, o sexismo, heterossexismo, entre outros.

A grande questão colocada pela diversidade cultural é como trabalhar com as regras e normas institucionais que geram os ismos organizacionais. Quando há referência ao gerenciamento da diversidade, está-se, em grande parte, tratando do desenvolvimento e estabelecimento de normas organizacionais que valorizam as diferenças entre os grupos para a melhoria da efetividade organizacional e não que promova essa efetividade apesar das diferenças.

Grupos de identidade social

As pessoas se identificam e se classificam em várias categorias sociais e, por diferentes fatores situacionais, algumas dessas categorias salientam-se mais do que outras em determinados momentos. Um indivíduo que nunca tenha entrado em contato com um estrangeiro não se identifica como brasileiro. O próprio termo identidade tem o sentido idêntico, de mesmo e o reconhecimento das semelhanças pressupõe a existência de diferenças.

Existem quatro princípios básicos da identificação grupal. Em primeiro lugar, deve-se observar que identificação com um grupo social é um construto cognitivo, ou seja, que se relaciona á aquisição de conhecimento por meio da percepção. Como construto cognitivo, a identificação grupal não é necessariamente comportamental, não podendo tampouco ser equiparada á internalização – um processo essencialmente individual no que se assumem os valores e modos de conduta de outro indivíduo. Contudo, uma vez identificado co um grupo, o indivíduo experiência os sucessos e fracassos desse grupo como os seus, sentido os prazeres e sofrimentos associados a esses sucessos e fracassos. Finalmente, é importante notar que a identificação com um grupo é similar á identificação com uma pessoa; todavia é essencial para a identificação grupal que esse grupo seja um referente social, que tenha importância e relevância social (Galinkin, 2001). Uma vez que o processo de identidade grupal se concretizou, seguindo os quatro princípios descritos anteriormente, é apenas necessário que indivíduos de diferentes identidades grupais se conectem para que o contato intergrupal aconteça (Taylor e Moghaddam, 1994). Cada indivíduo leva assim posições e expectativas de seu(s) grupo(s).

Teorias de contato intergrupal

Identificar-se com algum grupo é parte fundamental do processo de entendimento do eu (Kimble, Hirt, Días-Loving, Hosch, Lucker e Zárate, 2002), ou seja, do entendimento de si mesmo como agente social, que constitui o autoconceito (Bandura, 1982). Além disso, uma identidade grupal fica ressaltada quando há o contato com outro grupo em oposição. A comparação entre grupos, muitas vezes inevitável, que estão em oposição implica na percepção de um grupo por parte do indivíduo. Porém vale ressaltar que essas comparações intergrupais são relativas (percepções, impressões, etc.) e não objetivas.

A Teoria de Identidade Social surgiu a partir da reação a diversas teorias estadunidenses de grupos. Em resposta ás mudanças sociais do final dos anos 1970, psicólogos sociais europeus foram motivados a envolverem-se em distintas identidades, o que consequentemente refletiu em suas teorias sociais. As teorias de contato intergrupal dos psicólogos europeus, e em especial a teoria de identidade social, têm um grande contraste co o foco individual das teorias estadunidenses de psicologia social.

Tajfel (1982) é considerado como um dos criadores da teoria

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