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Desenvolvimento Economico

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Por:   •  22/4/2013  •  3.252 Palavras (14 Páginas)  •  353 Visualizações

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Aula-tema 03: Desenvolvimento Econômico da China

A China apresentou em 2002, duas características p

apresentou, em 2002, duas características principais, que serão examinadas em seguida: 1) a concentração das pautas de exportação e importação; 2) o deslocamento de algumas importações brasileiras do mercado.

3.1 - A concentração da pauta de exportações

Esse item examina e revela as principais causas da concentração da pauta das exportações brasileiras segundo as mercadorias e as empresas exportadoras.

3.1.1 - A concentração da pauta de exportação para a China, segundo as mercadorias

Apenas quatro capítulos da Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM, que englobam basicamente soja, minério de ferro, produtos siderúrgicos e óleo de soja, responderam por 67,53% das exportações brasileiras destinadas à China, em 2002: o capítulo 12 (sementes e frutos oleaginosos), que participou com 32,81%; o capítulo 16 (minérios, escórias e cinzas), com 24,15%; o capítulo 72 (ferro fundido, ferro e aço), com 5,56%; e o capítulo 15 (gorduras, óleos e ceras animais e vegetais), com 5,02% (Tabela 5.0).

A China foi o principal país de destino das exportações brasileiras de soja (NCM 1201), tendo essas operações representado 27,19% do total exportado, superando a Holanda (17,96%) e a Alemanha (10,17%). O mesmo ocorreu com as exportações de minério de ferro NCM 2601, que representaram 19,5% do total exportado, superando o Japão (13,73%) e a Alemanha (11,43%). Quanto ao óleo de soja (NCM 1507), a China foi o terceiro país de destino, com 15,97% do total exportado, superada apenas pelo o Irã (28,99%), que foi o primeiro e a Índia (20,47%), o segundo.

As razões para a elevada concentração da pauta nesses produtos foram as seguintes:

a) soja e óleo de soja

A soja e o óleo de soja são itens que fazem parte dos hábitos alimentares dos chineses, uma vez que são utilizados, respectivamente, na fabricação do "tofu", "shoyu" e do óleo de cozinha.

A entrada da China, um dos maiores importadores do complexo de soja, na OMC gerou mudanças significativas no mercado internacional de soja, uma vez que possibilitou-lhe um maior acesso ao mercado chinês e limitou os subsídios do governo chinês aos produtores domésticos.

O crescimento das exportações brasileiras para a China decorreu da estratégia das transnacionais que atuam no mercado de grãos, da produtividade da soja brasileira e da proibição dos transgênicos no Brasil, o que provocou um deslocamento de parcela da soja americana no mercado internacional.

A estratégia das transnacionais é baseada na idéia de eficiência global, que consiste em utilizar as regiões economicamente mais produtivas para suprir as regiões mais populosas, como a China. Com esse procedimento, as transnacionais procuram também diversificar as suas cadeias de oferta. Elas atuam em ambas as regiões. Segundo as suas próprias previsões, as regiões mais populosas apresentam perspectivas de crescimento da renda.

A produtividade da soja brasileira é superior à da americana, favorecida por fortes subsídios que aumentaram significativamente a área plantada nos EUA, o maior produtor mundial. A soja é o segundo cultivo em termos de área plantada nos EUA, que exportam 40% da produção total. Os custos totais de produção dos EUA são significativamente mais altos do que os do Brasil devido aos custos fixos, especialmente o preço da terra.

Por isso, na segunda metade dos anos noventa, houve uma perda relativa de parcela do comércio internacional dos Estados Unidos para o Brasil, o segundo maior produtor, ainda que os custos variáveis do meio-oeste americano e os sistemas portuários e de transporte norte-americanos tenham sido mantidos competitivos em relação ao Brasil.

A China resiste aos transgênicos, razão pela qual a sua preferência recaiu naturalmente sobre Brasil, onde os transgênicos eram proibidos em 2002. A despeito daquela proibição, a China exige, em acordos temporários, um certificado indicando que as remessas brasileiras de soja estejam a salvo do produto ilegal. Assim sendo, mesmo a recente liberação dos transgênicos pelas autoridades brasileiras não impedirá, a curto ou médio prazos, a contínua exportação de soja não-transgência para a China.

b) minério de ferro

A demanda da China por matérias-primas como o minério de ferro decorre do fato de o seu modelo de crescimento econômico ser baseado no uso intensivo de tecnologia moderna e no baixo custo da mão-de-obra especializada. A questão do suprimento de minério de ferro para a China é muito importante, pois esse produto é usado na fabricação de aço, o qual possui intensa procura no país.

Ocorre, porém, que o minério produzido pelas minas chinesas contém apenas 30% de teor de ferro, o que confere uma vantagem comparativa ao produto brasileiro no mercado chinês. A Cia. Vale do Rio Doce é a segunda no "ranking" de empresas com o mais baixo custo por tonelada (a primeira empresa é a Rio Tinto). Por outro lado, a qualidade do teor do minério de ferro brasileiro coloca a Cia. Vale do Rio Doce em primeiro lugar no "ranking" de empresa com o menor custo por unidade de ferro.

c) produtos siderúrgicos

O crescimento econômico da China requer um enorme consumo de produtos derivados do aço, cuja demanda em 2001 alcançou 160 milhões de toneladas métricas. Por isso, a maioria das siderúrgicas estrangeiras dirigiu-se para o mercado da China, o maior comprador mundial, com importações de 25 milhões de toneladas métricas do produto. Os EUA são o segundo maior importador, com 23 milhões de toneladas métricas.

As siderúrgicas brasileiras são competitivas nesse mercado, como por exemplo: a Companhia Siderúrgica de Tubarão - CST), a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais -Usiminas e a Companhia Siderúrgica Nacional - CSN.

A CST é líder mundial no mercado de placas de aço, registrando um dos mais baixos custos de produção de aço do mundo. A Usiminas produz aço semimanufaturado por um custo que é a metade do custo das aciarias norte-americanas. E o custo do produto acabado da CSN é 40% mais baixo que o das similares norte-americanas.

Dentre as causas da competitividade internacional do aço brasileiro destacam-se: a) o elevado teor de ferro do minério de ferro brasileiro; b) o carvão de alta qualidade importado da China sob o regime de drawback; e c) os acordos de assistência técnica firmados com as maiores siderúrgicas

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