Desenvolvimento Economico Geral

2 DESENVOLVIMENTO

Os países capitalistas utilizavam o fordismo como o modelo de desenvolvimento no pós-guerra, pois possibilitava um crescimento econômico sem precedentes na história do capitalismo e a constituição de sociedades de bem-estar-social. Porém, esse modelo de desenvolvimento entrou em crise no início da década de 1970.

A partir desta crise que abalou o sistema capitalista mundial, iniciou-se uma profunda reestruturação capitalista com significativas mudanças no setor produtivo, com a introdução de novas tecnologias e novas formas de organização da produção; no setor financeiro, e em nível do Estado, assentado na globalização econômica e financeira, na liderança das políticas neoliberais e no início da Terceira Revolução Industrial e Tecnológica.

Houve então uma profunda crise do Estado, pois a transferência do patrimônio público/estatal para a gestão direta do capital privado, fazendo uso de subsídios, é uma das principais mudanças , juntamente com a retirada dos direitos sociais do trabalho. A crise induzida aos sindicatos e partidos operários, antes de tudo, com a fragmentação dos sujeitos coletivos, reforçam a tendência ao esvaziamento das instâncias de representação política democrática.

Neste momento, e diante desta situação, é que se instaurou a política neoliberal como forma de resolver a crise no que se refere às políticas do Estado. Apesar do discurso do Estado mínimo, percebe-se que, na prática, para resolver ou minimizar as desordens financeiras globais exige-se, sempre mais, a coordenação dos Estados ou de órgãos supranacionais para evitar os cataclismos de dimensões que poderiam abalar a acumulação do capital e todo o sistema, haja vista as atitudes intervencionistas dos estados.

Dentro deste contexto verifica-se a importância da tomada de decisões por parte dos gestores públicos, onde os municípios passaram a assumir determinadas funções que antes eram de instâncias de poder superiores, visando melhorar a gestão de desenvolvimento econômico local.

Podemos destacar também que para ocorrer o desenvolvimento econômico local, se faz necessário que o município esteja alinhado com políticas públicas voltadas para este desenvolvimento, pois estas políticas tem papel regulador das relações econômico-sociais, podem constituir fundos públicos para serem utilizados em investimentos em áreas estratégicas.

As questões ligadas à geração de trabalho, emprego e renda vêm sendo trabalhadas num campo de ações e de políticas públicas denominado Desenvolvimento Econômico Local – DEL. Essas práticas tornam-se referências cada vez mais fortes nas ações de iniciativa do Poder Público, seja na instância local, das administrações municipais e estaduais, ou federal, produzindo políticas públicas de impacto positivo sobre o trabalho e a renda, como as de renda mínima vinculadas à formação escolar e à qualificação, as de micro-crédito e as de participação nas decisões de aplicação dos recursos públicos, como as do orçamento participativo. Incorporam elementos da cidadania, como a democracia direta e o controle social sobre as políticas públicas.

Em visita a Prefeitura Municipal de Erechim, município situado na região Norte do Rio Grande do Sul, com 97.000 habitantes, o qual tem como vocação econômica a Indústria gerando 52,6% do PIB, verificou-se a preocupação por parte do governo municipal em estabelecer estratégias para favorecer o desenvolvimento econômico local.

Através da criação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, através de Lei municipal que é coordenada por profissionais capacitados, graduados em Administração, Direito, Relações Públicas e outros, foram traçados alguns objetivos como de promover o desenvolvimento com geração de emprego e renda, promover, organizar e fomentar o desenvolvimento, apoiar as indústrias e comércios instalados e as que queiram se instalar no município, fiscalizar o funcionamento das atividades de comércio, indústria e prestação de serviços, atuar em políticas públicas governamentais em conjunto com outra secretarias e órgãos de governo, desenvolvendo programas de capacitação de recursos humanos, com vistas a fortalecer e qualificar a geração de emprego e renda.

Nesta Secretaria também podemos destacar um serviço muito útil que é o Balcão do Empreendedor, o qual foi criado para racionalizar, simplificar e agilizar os processos de constituição de empresas em Erechim, pois segundo dados do SEBRAE as micro, pequenas e médias empresas representam 99% das empresas constituídas sendo responsável por mais de 60% da mão-de-obra empregada. Espera-se que racionalizando e agilizando o processo de abertura de empresas possam colaborar para o crescimento econômico local com a criação de mais empregos.

Este município também possui um Planejamento Estratégico entitulado como “Agenda Erechim 2.018 - Construindo a Cidade que Queremos”, que é constituído de três elementos básicos: a visão, a estratégia de desenvolvimento e os programas e projetos. A agenda 2.018 foi editada em 2.008 e sua elaboração teve o envolvimento de órgãos de governo, diversas entidades públicas e privadas, representantes da comunidade, sendo este planejamento estratégico um plano da sociedade em busca de seu destino, um legado para gerações futuras, capaz de gerar maiores e melhores oportunidades de emprego