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Dialogus

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Por:   •  26/3/2014  •  Seminário  •  468 Palavras (2 Páginas)  •  269 Visualizações

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Recentemente, como pesquisador do Grupo Dialogus – Estudos Interdisciplinares em Gênero, Cultura e Trabalho, sob a orientação acadêmica da Professora Dra. em Estudos Literários Luciana Borges, publiquei na Revista Nome, periódico da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (FL/UFG), o artigo “Condição feminina: (re)leitura de uma produção da jovem estudante de Direito Clarice Lispector”, tentando realizar um (re)leitura do texto “Deve a mulher trabalhar?” que se encontra no estimável Outros Escritos (2005), coletânea organizada por Teresa Montero e Lícia Manzo que trazem textos inéditos e outros que já haviam sido publicados, porém de difícil acesso, de Clarice Lispector. Assim, ao longo desse e de mais um ou dois textos, tentarei apresentar algumas análises que foram feitas sobre o texto da autora.

Em primeiro lugar, “Deve a mulher trabalhar?” é um trabalho publicado em 1941 na revista A Época, de Clarice Lispector enquanto aluna do curso de Direito, entre 1939 a 1942, na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, onde a autora aborda a problemática da inserção da mulher no mercado de trabalho, as reivindicações do direito ao trabalho além do lar, o distanciamento de um destino maternal, ou, antes mesmo, a modificação radical da figura feminina. Depois de sua abordagem, Clarice apresenta uma enquete que ela realizou entre alguns estudantes, perguntando suas opiniões sobre o ingresso da mulher no mercado de trabalho.

Lispector (2005, p. 50) começa seu trabalho assim: “Tornou-se velho o problema da mulher, embora date apenas da Grande Guerra, tanto foi ele visado e estudado. Deve ou não deve ela estender suas atividades pelos vários setores sociais? Deve, ou não, voltar suas vistas também para fora do lar?”. Nesse sentido, a autora enxerga de um lado, o eterno destino feminino, e do outro, a “nova mulher” que escolhe livremente seu caminho. De um lado, a casa, os filhos e o marido, exigindo abnegação constante dessa mulher, do outro lado, a evolução dos costumes, a quebra do eterno destino biológico.

Clarice usa de um momento de crise econômica, que inquestionavelmente clamam a mulher para o mercado do trabalho, para mostrar as consequências desta crise entre as relações de gênero. Essa crise, sob o nosso olhar, pode ser na ou a própria organização da Revolução Industrial, a considerar pela data do texto e pela pertinência de que nessa data o número de mulheres e menores de idade cresce progressivamente, uma vez que de fato, como sugere Gomes citado Cristiane Maria Sbalqueiro Lopes (2006, p. 412) em Direito de trabalho da mulher: da proteção à promoção: “o emprego de mulheres e menores na indústria nascente representava uma sensível redução do custo de produção, a absorção de mão-de-obra barata, em suma, um meio eficiente e simples para enfrentar a concorrência. Nenhum preceito moral ou jurídico impedia o patrão de empregar em larga escala a mão-de-obra feminina e infantil

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