Diferença Entre Desenho técnico E Desenho Artístico

3.0 Diferença entre desenho técnico e desenho artístico

O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por profissionais de uma mesma área, como, por exemplo, na mecânica, na marcenaria, na eletricidade.

O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou. Por meio de desenho artístico é possível conhecer e mesmo reconstituir a história dos povos antigos.

Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a.C. Representação plana que destaca o contorno da figura humana.

Detalhes dos desenhos das cavernas do escriba Nat 14 A.C.

No desenho artístico, um artista não tem o compromisso de retratar fielmente a realidade. Não seguem normas ou regras, transmitindo apenas as ideias e sentimentos de seu artista, de maneira pessoal e pode ter diferentes interpretações e significados. Não transmite quantificação das dimensões ou ênfase em detalhes.

O desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que representa, sem causar dúvidas na forma como o descreve. É destinado a explicar com rigor e exatidão a forma e as dimensões do objeto representado. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas. Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico, de acordo com normas específicas.

Desenho técnico mecânico

Desenho técnico de arquitetura

Nesses desenhos, as representações foram feitas por meio de traços, símbolos, números e indicações escritas, de acordo com normas técnicas. No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

4.0 Modos de representações dos desenhos técnicos

Os desenhos técnicos são feitos por profissionais capazes de representar a ideias de um produto através de formas, dimensões e posições. Estes profissionais elaboram um esboço, isto é um rascunho do material a ser desenvolvido, um desenho técnico a mão livre, que servirá como base para a elaboração e execução do desenho preliminar, que serve para a aprovação do projeto. Após devidamente aprovados, é elaborado o desenho técnico definitivo também chamado de desenho para execução, contém todos os elementos necessários à sua compreensão. O desenho para execução, que tanto pode ser feito na prancheta como no computador, deve atender rigorosamente a todas as normas técnicas que dispõem sobre o assunto. Estas etapas são feitas representando o objeto de duas formas distintas. São elas:

4.1 Perspectiva: São técnicas representar para os objetos e situações como eles são vistos na realidade, de acordo com sua posição, forma e tamanho. Pode – se também ter a ideia do comprimento, da largura e da altura daquilo que é representado. Ela representa graficamente as três dimensões de um objeto em um único plano, de maneira a transmitir a ideia de profundidade e relevo. Existem diferentes tipos de perspectiva. Veja como fica a representação de um cubo em três tipos diferentes de perspectiva:

4.2 Vistas Múltiplas: baseada no conceito de projeção ortogonal e possui uma gama muito grande de informações, permitindo visualizar imediatamente o objeto representado. Um objeto pode ficar claramente representado por uma só vista ou projeção. Outros ficarão bem mais representados por meio de 3 projeções ou vistas.

Haverá objetos que somente serão definidos com o uso de maior número de vistas, como mostra a figura:

As Normas Brasileiras NB-8R estabelecem a convenção usada também pelas normas italianas, alemãs, russas e outras, em que se considera o objeto a representar envolvido por um cubo. O objeto é projetado em cada uma das seis faces do cubo e, em seguida, o cubo é aberto ou planificado, obtendo-se as seis vistas.

5.0 ISO

Para que o desenho técnico seja universalmente entendido sem ambiguidades, será necessário obedecer a determinadas regras e convenções. O principal órgão regulamentador de normas é a ISO (Internacional Organization for Standardization), e serve como base para elaborar também as normas aqui regidas e controladas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), além de referenciar as normas individuais de outros países como os Estados Unidos, que tem como órgão regulamentador a ASA (América Standard Association) e na Alemanha inspirou a DIN (Deutsche Industrie Norman).

6.0 Objetivo da normalização da escrita no desenho técnico

A caligrafia nos desenhos também é normalizada e tem como objetivo ser legível, uniforme e facilmente desenhável, tendo a sua reprodução de desenhos sem perda de qualidade. É normalizado pela ABNT 14699, que diz o seguinte:

“Esta Norma fixa as condições exigíveis de proporções e dimensões para representação gráfica de símbolos de tolerância geométrica em desenho técnico.”

A caligrafia técnica, ou escrita normalizada, é constituída de letras e algarismos inclinados para a direita, formando um ângulo de 75º com a linha horizontal.

7.0 Linhas de representação de contorno visível e invisível

Para representar as arestas de contorno visível, são utilizadas as linhas do tipo A, descritas como traço contínuo grosso.

Já na representação das arestas de contorno invisível, são utilizadas dois tipos de linhas: a do tipo E, que representa as linhas de traço interrompido grosso, e a do tipo F que é a linha de traço interrompido fino.

1- Contínua fina