EMPRESA DE RECICLAGEM PET
Ensaios: EMPRESA DE RECICLAGEM PET. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 12/9/2013 • 6.408 Palavras (26 Páginas) • 648 Visualizações
Apresentação do Negócio
O termo reciclagem tornou-se amplamente difundido na mídia brasileira no final da década de 1980, quando vários estudos publicados indicaram que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas não-renováveis estavam muito escassas. Além disso, surgia uma nova situação, principalmente nas grandes cidades: há falta de espaço físico adequado destinado a montagem de depósitos de lixo (lixões, aterros sanitários) e de outros dejetos produzidos pela sociedade.
Assim, diversas pesquisas científicas, realizadas por órgãos federais e privados, divulgaram os mecanismos e maneiras que possibilitam
variadas formas de reciclagem. Esse processo é denominado de reaproveitamento dos materiais descartados: nele, o lixo se torna matéria-prima a ser transformada e destinada à fabricação de um novo produto. Existem inúmeros materiais recicláveis, mas neste trabalho trataremos especificamente da reciclagem de papel, plástico, garrafa PET e pneu.
A principal vantagem da reciclagem é a sensível redução do consumo incontrolável das fontes naturais de matéria-prima, já que, na maioria das vezes, não são renováveis. Além disso, quanto maior for o número de produtos reciclados, menor será a quantidade de resíduos que necessitam de tratamento. Os dejetos, quando não reciclados, são aterrados, incinerados ou ainda lançados em leitos de córregos, rios, entre outros, sem nenhum controle ambiental.
Mercado
O Brasil possui o maior mercado de reciclagem da América Latina.
Apresentam-se abaixo alguns dados sobre a reciclagem no Brasil:
a) PAPEL ONDULADO (Papelão) – 77,4% do volume total de papel ondulado consumido no mercado nacional no ano de 2005 foi
proveniente de reciclagem.
b) PAPEL DE ESCRITÓRIO – 49,5% do papel que foi comercializado no Brasil em 2005 retornou às linhas de produção por meio da reciclagem. Ainda em 2005 foram recuperados nas vias públicas ou “lixões” do Brasil 3.438 milhões de toneladas de papel reciclável, entre papel ondulado, de escritório, de embalagens, etc.
c) PLÁSTICO FILME – a taxa de reciclagem de plásticos é em média de 20%, o que equivale a, aproximadamente, 200 mil toneladas por ano.
d) GARRAFAS PET – no Brasil, cerca de 47% das embalagens pós-consumo têm sido recicladas. Em 2005 foram reutilizadas 174 mil
toneladas.
e) PNEUS – no ano de 2005 foram reciclados 58% de pneus produzidos e consumidos no Brasil, o que representa aproximadamente 220 mil toneladas.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informa que a quantidade média de lixo produzida no Brasil é de 0,6 kg/dia por
habitante. Esse volume varia de 0,4 kg por habitante na região Nordeste a 1,1 kg na região Sudeste. Especialistas reportam que após a
introdução do Plano Real, que estabilizou a economia nacional, a geração de resíduos domésticos aumentou visivelmente e alcançou um
volume em torno de 110.000 toneladas por dia.
Atualmente, um percentual considerável de municípios brasileiros, cerca de 75%, dispõe de algum tipo de serviço de coleta lixo oferecido pelo Executivo Municipal. Na grande maioria das cidades, no entanto, não existe a coleta seletiva de lixo: o trabalho é executado por catadores autônomos ou cooperativas de catadores organizados. Esse percentual é bem menor em localidades das regiões Norte e Nordeste, o que gera “lixões” desordenados, onde dejetos são lançados em áreas impróprias, como locais próximos a mananciais ou nascentes de águas, e acabam contaminando córregos e rios.
O mercado brasileiro de gerenciamento de resíduos deverá ser influenciado e estimulado por importantes fatores nos próximos anos,
tais como:
• as empresas serão “forçadas” a redefinir o design de seus produtos, visando melhorar a tecnologia de produção e utilizar regularmente a análise do ciclo de vida do produto e sua biodegradação;
• as ONGs deverão pressionar mais os políticos e empresários no intuito de que sejam promulgadas legislações mais severas para alterar a posição atual em relação à poluição lançada na natureza, o que, de forma direta, poderá beneficiar ainda mais o mercado de reciclagem; e
• a legislação ambiental está cada vez mais rígida. Como em economias desenvolvidas, o gerenciamento deverá se tornar um mercado promissor, atraindo investimentos e criando vários postos de trabalho.
Com todos esses processos, o mercado de reciclagem é bastante promissor se bem estruturado quanto ao provimento de material
reciclável, que é fornecido por catadores autônomos ou cooperativas. Como em todo segmento de mercado, o trabalho deve ser encarado com muita responsabilidade profissional e com extrema organização operacional e de gestão empresarial.
Localização
A definição da localização deverá ser baseada em uma área industrial destinada à reciclagem em cada município. Caso não exista área industrial, o empreendedor deverá identificar uma região que contemple fácil acesso, principalmente de veículos de porte médio e
grande, já que normalmente são usados caminhões como transporte tanto na chegada quanto na saída de itens de reciclagem.
Para facilitar o fornecimento de matéria-prima, o empresário poderá montar pontos de coletas fora de sua fábrica, o que descentralizaria o fluxo de catadores na indústria. Ressalta-se que, ao escolher a localização para edificação de sua indústria de reciclagem, o empreendedor deverá atentar para o espaço.
O local deve ser, de preferência, o mais distante possível de áreas residenciais, pois o barulho que a atividade operacional exala e outros possíveis transtornos poderão infringir o direito individual dos cidadãos. Ou seja, pode-se importunar a sociedade com essa atividade empresarial, já que normalmente gera muito barulho e um relativo movimento de pessoas e veículos de cargas.
Salienta-se que a área de produção deverá ser um local agradável, preferencialmente com boa iluminação natural direta, sem sombras.
Caso a luz não seja suficiente, orienta-se a utilização de lâmpadas fluorescentes que iluminam de maneira uniforme, o que irá facilitar muito o trabalho na linha de produção.
Exigências legais específicas
O empreendedor deverá cumprir algumas exigências iniciais e somente poderá estabelecer o negócio depois de cumpridas. Durante a
primeira etapa, os seguintes registros deverão ser feitos:
a) Registro da empresa nos seguintes órgãos:
-Junta Comercial;
-Secretaria da Receita Federal, para obtenção do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
-Secretaria Estadual de Fazenda;
-Prefeitura do Município, para obter alvará de funcionamento;
-Entidade Sindical Patronal, para obter enquadramento. Por ser uma pessoa jurídica em constituição, a empresa ficará obrigada a recolher, até o dia 31 de janeiro de cada ano a Contribuição Sindical Patronal;
-Caixa Econômica Federal, para fazer cadastramento no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”; e
-Corpo de Bombeiros Militar.
b) Visita à prefeitura da cidade onde se pretende montar a empresa, para fazer a consulta de local e emissão das certidões de Uso do Solo e Número Oficial.
Estrutura
O tamanho da estrutura varia de empresa para empresa, segundo o interesse e a expectativa do empreendedor. No entanto, dever-se-á
atentar à disponibilização de alguns espaços específicos, como:
• área destinada à recepção dos produtos a serem reciclados;
• área para seleção de tipos e espécies de produtos recebidos/coletados;
• área destinada ao acondicionamento/estocagem dos produtos selecionados enquanto aguardam o encaminhamento para linha de reciclagem / transformação;
• área para que seja montada a linha de produção, local que deverá receber todo o maquinário que será utilizado;
• área de estocagem;
• área reservada para depositar os resíduos não passíveis de reciclagem, até que lhes seja dada a devida destinação final;
• área externa para manobra de entrada e saída de caminhões;
• plataforma de descarga e carga, que deverá ter em sua retaguarda uma área destinada a expedição de materiais reciclados; e
• área para instalação da parte administrativa e comercial.
Todos os espaços indicados acima devem ser dotados de lay-out adequado, respeitando a facilidade de movimentação. Necessitam
também incorporar o processo integrado entre a área de estoque de produtos a serem reciclados, a linha de transformação/reciclagem, área de expedição e a área de gestão da empresa, em todos os seus detalhes administrativos, financeiros, operacionais e comerciais.
Assim, a área física da empresa poderá variar segundo a expectativa do empresário e suas linhas de reciclagem. No entanto, esse espaço deverá ter no mínimo 500m² de área privativa, além de um pátio para circulação e manobras de caminhões.
Pessoal
A contratação de empregados variará de acordo com o tamanho do empreendimento e com o material a ser reciclado. No entanto, poder-se-á iniciar as atividades operacionais com um número aproximado de 12 (doze) funcionários, sendo eles:
• uma secretária;
• um auxiliar de administrativo;
• um encarregado de produção;
• um operador de máquina de produção;
• um auxiliar de produção;
• três operários para a recepção do material;
• três operários para a expedição de material;
• um vendedor; e
• um motorista.
Além desse quadro fixo, a empresa poderá contar com uma grande quantidade variável de colaboradores indiretos, como os catadores de materiais utilizados na reciclagem.
Ressalta-se que o proprietário do negócio deverá estar presente em todas as operações da empresa, acompanhando a linha de
indústria/transformação e a gestão administrativo-financeira. Caso o empresário entenda como importante, será viável a contratação
de um gestor profissional para comandar a empresa.
Assim, o empreendedor terá mais tempo para fazer a alta administração industrial e comercial.
Equipamentos
Os equipamentos necessários para a montagem de uma indústria de reciclagem são, basicamente, os listados abaixo:
1. Maquinário específico de reciclagem, por tipo de produto a ser reciclado, que varia de acordo com a matéria-prima processada:
• papel ondulado ou papel de escritório;
• calandra;
• balanças;
• seladora;
• prensa hidráulica;
• guilhotina industrial;
• caminhão de transporte de fardos;
• caminhão para a coleta;
• pneus;
• trituradores;
• autoclaves;
• peneiras;
• plástico filme/PET;
• prensa;
• moinho;
• extrusora
• triturador;
• aglutinador;
• centrifuga; e
• batedor.
2. Materiais para escritório comum a todos os empreendimentos:
• mesa;
• cadeira;
• computador;
• impressora;
• fax; e
• telefone.
A tecnologia é muito importante para uma empresa de reciclagem, principalmente no que se refere ao controle de estoques de materiais a serem transformados, estoques de produtos reciclados, controle da área de produção, gestão administrativo-financeira, gestão comercial e, enfim, a gestão geral do negócio. A inclusão tecnológica é um grande diferencial, pois é essencial ter um amplo controle de todas as etapas de produção, tanto no processo de reciclagem quanto no produto final.
Diante disso, é fundamental contar com um software de ERP que possibilite a gestão integrada da empresa em todas as áreas, viabilizando inclusive o controle de custos de produção, o que melhora o resultado operacional.
Matéria Prima / Mercadoria
Uma recicladora trabalha com vários tipos de matérias-primas e com diversas concepções de produtos a serem reciclados. No entanto, segue a relação de alguns itens que são comumente utilizados como matéria base para reciclagem.
1. Papel ondulado ou Papel de escritório. Os papéis que oferecem condições de serem reciclados são, basicamente:
• ondulado (papelão);
• apara misto;
• apara de computação;
• kraft;
• jornal;
• saco de cimento;
• branco de primeira; e
• branco de segunda.
2. Pneus. Não existe restrição de reciclagem para pneus e, o produto resultante da reciclagem, normalmente, é utilizado em indústrias de:
• tapetes de automóveis;
• borracha de vedação;
• pisos industriais;
• solados de sapatos;
• composição de asfalto, etc.
3. PET. O produto resultante da reciclagem pode ser utilizado para a fabricação de:
• novas garrafas e frascos PET, desde que não sejam destinados a produtos alimentícios e fármacos;
• vassouras, escovas e cerdas;
• sacolas;
• baldes;
• cabides; e
• painéis para a construção civil.
4. Plástico Filme. O produto resultante da reciclagem poderá ser utilizado nas indústrias de artefatos plásticos.
Organização do processo produtivo
A organização do processo produtivo deve obedecer alguns pontos importantes, que vão da seleção de matéria-prima em condições de ser reciclada, aos diversos itens de baixo reaproveitamento.
1. Papel ondulado - Deve-se proceder à seleção do papel ondulado recebido na indústria, pois vários produtos contaminam e inviabilizam sua reciclagem, tais como: cera, plástico, manchas de óleo, terra, pedaços de madeira, barbantes, cordas, metais, vidros, etc. Outro fator limitante a reciclagem desse material é a mistura com a chamada “caixa ondulada amarela”, que é composta por fibras recicladas que perderam a resistência original.
Para que as substâncias contaminantes não inviabilizem a reciclagem de papel ondulado, elas não podem exceder a 1% do volume e a perda total no reprocessamento não deve passar de 5%. Deve-se atentar ao excesso de umidade, tendo em vista que altera as condições do papel, o que dificulta e até mesmo inviabiliza sua reciclagem. Alguns tipos de tintas usadas na fabricação do papelão tecnicamente impedem a reciclagem de papel ondulado. Também ocorre impossibilidade de aproveitamento se o papel tiver recebido
tratamento anti-umidificação com resinas insolúveis em água.
Ressalta-se que o rendimento no processo de reciclagem de papel ondulado dependerá basicamente do sistema adotado no pré-processamento do material, que vai desde a seleção criteriosa da matéria-prima, limpeza e, finalmente, na forma que o aparista irá
proceder à prensagem do produto.
2. Papel de Escritório - O lixo derivado do papel de escritório é formado por diversos tipos de papéis. Com isso, as empresas de reciclagem que processam esse material são forçadas a elaborar esquemas especiais de seleção e coleta de algumas categorias mais valiosas, como o papel branco e o de computador.
O papel mesclado é aquele composto por diferentes fibras e cores, e oferece condições de ser reciclado, embora seu valor de mercado seja relativamente baixo. Os papéis destinados à higiene pessoal em ambientes sanitários (toalhas e higiênico) não são matérias-primas passíveis de reciclagem, portanto, nem mesmo devem ser coletados. Fato semelhante ocorre com os papéis parafinados, vegetais, carbono, plastificados e metalizados.
Os papéis coletados devem passar por um rigoroso processo de seleção. As matérias-primas de maior valor no mercado são as isentas
de impurezas como metais, vidros, cordas, pedras, areia, clips, elásticos e outros materiais que dificultam o reprocessamento. Ressalta-se, no entanto, que avanços tecnológicos na área de limpeza do papel para reciclagem têm encontrado algumas soluções que
minimizam o impacto de impurezas, o que possibilita um maior aproveitamento de materiais.
3. Pneu - Uma das alternativas mais utilizadas na reciclagem de pneus é a trituração para obtenção de borracha regenerada, fazendo a adição de óleos aromáticos e produtos químicos desvulcanizantes. A tecnologia vem avançando muito na reciclagem desse material, tanto que já existe no Brasil maquinário em escala industrial capaz de produzir borracha regenerada a frio, obtendo um produto reciclado com elasticidade e resistência semelhantes ao do material virgem.
Além do processo mecânico, existe também tecnologia que emprega solventes capazes de separar o tecido e o aço dos pneus, permitindo também o reaproveitamento de matérias-primas. Além do processo químico, há a possibilidade de reciclagem somente por intermédio de processo mecânico de granulação, por meio de um sistema de peneiras e aspiração que permite um custo bem menor e de reduzido impacto ambiental.
O processamento ocorre em autoclaves giratórios, onde o material recebe oxigênio, calor e forte pressão, provocando o rompimento de sua cadeia molecular. Posteriormente, a borracha torna-se passível de novas formulações, já que nessa etapa ocorre o refino mecânico, ganhando viscosidade. Ao término, a matéria resultante pode ser prensada. O pó resultante da reforma e dos restos de pneus moídos pode ser aplicado na composição de asfalto, pois gera elasticidade e durabilidade, além de atuar como elemento aerador de solos compactados e como pilha de composto orgânico.
4. Plástico Filme - O plástico filme reciclado, após seu reprocessamento, resulta em matéria-prima para a fabricação de artefatos plásticos, como conduítes e sacos de lixo. Até pouco tempo, sua reciclagem era relativamente complexa e baixa, pois as empresas de reciclagem conseguiam atuar apenas na cadeia industrial primária, ou seja, regenerando um único tipo de resina separadamente. Havia o aproveitamento de apenas 5% de todo o plástico consumido no país e era usado apenas na linha de produção industrial, denominada pré-consumo.
Já existe hoje uma tecnologia chamada reciclagem secundária que processa polímeros misturados ou não, entre os mais de 40 tipos
existentes no mercado. Assim, pode-se usar simultaneamente diferentes tipos de resíduos plásticos sem que haja incompatibilidade
entre os materiais, não ocorrendo perda de resistência e de qualidade do produto reciclado.
No processo de reciclagem, o plástico filme passa pelo aglutinador, uma espécie de batedeira de bolo grande, que aquece o plástico pela fricção de suas hélices, transformando-o em uma espécie de farinha. Em seguida, é aplicada uma pequena quantidade de água com
finalidade de provocar um resfriamento repentino, resultando na aglutinação: as moléculas dos polímeros se contraem, aumentando sua
densidade, transformando o plástico em grãos (extrusão).
Logo depois os grãos passam a ter peso e densidade suficiente para descer no funil da estrutura, momento que a máquina funde o material e o transforma em tiras (spaghetti). Na última etapa, elas passam por um banho de resfriamento e são picotadas em grãos chamados “pellets”, que são ensacados e vendidos às fábricas de artefatos plásticos. O material resultante do processo industrial indicado acima poderá resultar em produtos como: sacolas de supermercados, sacos de lixo, embalagens de leite, lonas agrícolas e também em embalagens de proteção de alimentos em geladeiras, freezeres ou microondas.
5. PET - O maior mercado para o PET pós-consumo atualmente no Brasil tem sido o da produção de fibra de poliéster para indústria têxtil (multifilamento), em que será aplicado na fabricação de fios de costura, forrações, tapetes, carpetes e mantas de TNT (tecido não
tecido). É freqüentemente usado na fabricação de cordas e cerdas de vassouras e escovas (monofilamento).
O produto resultante da reciclagem do PET é ainda destinado à produção de filmes e chapas para boxes de banheiro, termo-formadores, formadores a vácuo, placas de trânsito e sinalização em geral. Há um crescimento do uso de embalagens PET pós-consumo recicladas na fabricação de novas garrafas para produtos não-alimentícios.
É possível também aproveitar os flocos resultantes do processo industrial de reciclagem do PET na fabricação de resinas alquídicas, usadas na produção de tintas e também de resinas insaturadas, para a produção de adesivos e resinas poliéster. Novas tecnologias têm possibilitado a aplicação desse material e estão relacionadas à extrusão de tubos para esgotamento predial (estilo PVC), cabos de vassouras e na injeção para fabricação de torneiras.
Os principais elementos contaminantes do PET reciclado de garrafas de refrigerantes são os adesivos (cola) usados no rótulo e outros plásticos da mesma densidade, como o PVC, por exemplo. A maioria dos processos de lavagem não impede que traços desses produtos indesejáveis permaneçam no floco de PET. A cola age como catalisador da degradação hidrolítica quando o material é submetido à alta temperatura no processo de extrusão, além de escurecê-lo e endurece-lo. Fato semelhante pode ocorrer com o cloreto de polivinila (PVC), que compõe outros tipos de garrafas e não pode se misturar com a sucata de PET.
É imperioso que as empresas de reciclagem tenham atenção especial com os rótulos produzidos com o PVC termo-encolhível, material que, graças à sua versatilidade e apelo visual, vem sendo utilizado com freqüência. O alumínio existente em algumas tampas só é tolerado com teor de até 50 partes por milhão no reciclado.
A matéria-prima empregada no processo de reciclagem deverá passar por uma seleção e pré-processamento extremamente rigorosa,
garantindo a qualidade do produto final reciclado. A seleção pode ser feita pelo símbolo que identifica o material ou pelo produto que a
embalagem continha. Por exemplo, 100% das garrafas plásticas para refrigerantes são de PET. Outra maneira prática de identificar uma
embalagem de PET é através do birro, isto é, o ponto de injeção sempre presente no fundo da embalagem.
A seleção do material para reciclagem pode ser feita manualmente ou mecanizada. A mecanizada é processada via sensores óticos de alta precisão. O material reciclado irá apresentar maior revalorização após a prensagem, quando o produto estiver totalmente livre dos elementos contaminantes, separados por diferença de densidade em fluxo de água ou ar. Além do rótulo (polietileno ou papel) e tampa (polipropileno, polietileno de alta densidade ou alumínio), devem ser retirados da sucata os resíduos de refrigerantes e demais detritos, por meio de processos de lavagem. Os processos de reciclagem devem ser avaliados e executados em três etapas, tais quais:
RECUPERAÇÃO: consiste no recolhimento de garrafas PET por catadores autônomos ou ainda por cooperativas. As embalagens que
seriam jogadas no lixo comum ou até mesmo nas vias públicas, geradoras de sérios transtornos para o meio ambiente, agora ganham o status de matéria-prima. Após a coleta e recepção na indústria de reciclagem, as embalagens devem ser separadas por cor e prensadas.
A separação por cor é necessária para que os produtos tenham uniformidade de cor, o que facilitará sobremaneira seu direcionamento
às diversas aplicações no mercado. Na seqüência, todo o material coletado e já selecionado passará para o processo de prensagem,
buscando facilitar e viabilizar o transporte do material, visto que o PET é muito leve.
REVALORIZAÇÃO: na revalorização, todas as embalagens que foram preparadas na etapa de recuperação são moídas (flake),
tornando-se mercadoria passível de comercialização, ou seja, com agregação de valor em sua cadeia produtiva. O produto resultante
dessa fase é o floco da embalagem PET. A linha de produção de reciclagem pode optar por aprimorar o produto resultante, produzindo
flocos mais refinados. Esse material já é utilizado na condição de matéria-prima final na fabricação de diversos objetos.
O empresário de reciclagem de PET poderá valorizar seu produto produzindo pellets. Assim, o produto fica mais condensado,
otimizando o transporte e o desempenho na transformação.
TRANSFORMAÇÃO: fase em que os flocos ou o granulado serão convertidos num novo produto acabado, encerrando o ciclo produtivo.
Automação
O empreendedor do segmento empresarial de reciclagem deverá ter em mente que, por se tratar de indústria, há diversas fases em sua
cadeia produtiva, fazendo com que seja fundamental a automatização de todos os processos. É importante cadastrar em um banco de dados os catadores autônomos e cooperativas de catadores por municípios, com indicações dos principais pontos de fornecimento de materiais de reciclagem para empresa.
Além de cadastrar as principais fontes para a reciclagem, há também a necessidade de registro dos materiais recebidos por qualidade, espécie, quantidade por fornecedor e pesagem, já que todos os fornecedores de materiais normalmente precisam e querem receber o resultado de sua produção, a contra-entrega. Visando dotar a empresa de reciclagem de todo controle automatizado possível, a criação deste banco de dados, entre outros controles, viabiliza e instrumentaliza os dados necessários para a tomada de decisões com segurança.
Cada produto que a empresa processa deve ser avaliado, pesado e selecionado, para ser encaminhado ao processo de transformação,
resultando no produto base a ser comercializado, ou seja, o produto final objetivado pela empresa.
O processamento demanda um alto nível de controle, pois tem um custo variável na reciclagem de todo o material recebido. As despesas com os catadores no início da cadeia produtiva e posteriormente com o pessoal que atua na recepção, seleção e armazenamento do material devem passar por esse controle. Ao final, o produto terá a complementação na linha industrial, com processos executados em máquinas adequadas ao tipo de produto; assim finda a cadeia de produção.
O controle dos custos industriais, operacionais e administrativos, serão fundamentais para validar o preço de venda de cada produto,
considerando o valor agregado na cadeia produtiva.
Diante disso, o empreendedor deverá buscar no mercado um ERP (Enterprise Resource Planning), também chamado de sistema de
gestão integrado de empresa, que venha a atender suas necessidades. Feito a identificação do software no mercado, sua instalação deverá ser muito bem estruturada, pois o sucesso desse tipo de programa depende basicamente de sua parametrização, fato que deverá ser executado por um consultor altamente qualificado e que tenha domínio total do referido software.
A empresa é uma parte integrante da vida do empresário, portanto, conhecê-la integralmente é fundamental, já que um empreendimento
bem gerido estará encaminhado ao sucesso.
Canais de distribuição
O produto reciclado é distribuído principalmente via área comercial direta, ou seja, o empreendedor deverá dotar sua empresa de
reciclagem com uma estrutura que viabilize a venda de seus materiais reciclados por esse canal.
É fundamental que os produtos processados na própria empresa tenham, se possível, um comprador final. Então, o ideal é que a
empresa recicladora tenha uma indústria que utilize a matéria-prima resultante de sua atividade, o que, no início, significará a venda líquida e certa de toda a sua produção. Isso também funciona como um limitador de mercado, pois o valor de seu produto estará vinculado a apenas um consumidor, o que não é muito interessante, pois qualquer eventualidade com seu comprador afetará o negócio diretamente.
Assim, torna-se importante que sejam abertos canais de distribuição entre várias indústrias. A abertura dos canais dependerá do montante de matéria-prima / produto que sua empresa disponibilizará para as indústrias consumidoras. É fundamental que no início das atividades de reciclagem a empresa mapeie todos os possíveis compradores de seu produto final.
Investimentos
O investimento irá variar segundo a concepção e expectativa produtiva do empreendedor. Uma análise prévia de que produto(s) a empresa irá reciclar deverá ser feita. Partindo da decisão inicial, passa-se para a definição do espaço físico, tipo de estrutura a ser construída ou locada, entre outras informações, o que culmina obrigatoriamente no tamanho do espaço que será instalada a indústria de reciclagem.
Apresenta-se aqui montantes de valores como referências para o investimento inicial, auxiliando na avaliação de espaço, estrutura e
local.
a) Reciclagem de Papel Ondulado ou Papel de Escritório - Normalmente será requerida uma área de aproximadamente 1.000 m², onde serão instaladas todas as máquinas necessárias ao desenvolvimento da atividade de reciclagem, além das demais áreas que envolvem o complemento industrial, como local de recepção de materiais, de manobra de veículos, de estocagem de produtos da forma que foram recebidos e selecionados e também de produtos acabados.
Há também necessidade de um espaço destinado à instalação da área administrativa.
Seguem descritos os custos de maquinários, considerando apenas uma unidade para cada tipo de máquina:
1. Calandra – R$ 5.000,00
2. Balanças – R$ 1.500,00
3. Seladora – R$ 9.000,00
4. Prensa Hidráulica – R$ 10.400,00
5. Guilhotina Industrial – R$ 1.230,00
6. Caminhão p/coleta – R$ 40.000,00
Total -R$ 67.130,00
b) Reciclagem de Plástico filme e PET - A área requerida é de aproximadamente 1.500 m² onde deverão ser instaladas todas as máquinas necessárias ao desenvolvimento da atividade de reciclagem, além das demais áreas que envolvem o complemento industrial, como local de recepção de materiais, de manobra de veículos, de estocagem de produtos da forma que foram recebidos e selecionados e também de produtos acabados. Há também necessidade de um espaço destinado à instalação da área administrativa.
Seguem descritos os custos de maquinários, considerando apenas uma unidade para cada tipo de máquina:
1. Prensa – R$ 7.000,00
2. Moinho – R$ 17.250,00
3. Extrusora – R$ 48.000,00
4. Triturador – R$ 15.000,00
5. Aglutinador – R$ 5.000,00
6. Centrífuga – R$ 10.000,00
7. Batedor – R$ 8.000,00
8. Caminhão para coleta – R$ 40.000,00
Total -R$ 150.250,00
c) Reciclagem de Pneus - A área requerida é de aproximadamente 700 m² onde deverão ser instaladas todas as máquinas necessárias ao desenvolvimento da atividade de reciclagem, além de englobar as demais áreas que envolvem o complemento industrial, como local de recepção de materiais, de manobra de veículos, de estocagem de produtos da forma que foram recebidos e selecionados e também de produtos acabados.
Há também necessidade de um espaço destinado à instalação da área administrativa.
Seguem descritos os custos de maquinários, considerando apenas uma unidade para cada tipo de máquina:
1. Triturador – R$ 15.000,00
2. Autoclave – R$ 7.000,00
3. Peneiras – R$ 5.000,00
4. Caminhão para coleta – R$ 40.000,00
Total -R$ 67.000,00
d) Mobiliário para a área administrativa/operacional:
1. Microcomputador – 3 unidades – R$ 3.900,00
2. Impressora matricial – 1 unidade – R$ 900,00
3. Impressora laser – 1 unidade – R$ 600,00
4. Mesa - 4 unidades – R$ 1.000,00
5. Cadeira – 12 unidades – R$ 1.440,00
6. Fax – 1 unidade – R$ 450,00
7. Telefone – 4 unidades – R$ 200,00
Total -R$ 8.490,00
Os itens relacionados à parte administrativa e operacional da empresa de reciclagem, seja de um seguimento ou de vários, são absolutamente necessários. Portanto, deverão ser somados em qualquer um dos itens indicados acima para identificação do custo básico de implementação da empresa.
e) Adequação do imóvel
Para funcionamento da empresa de reciclagem é ideal que o espaço esteja na forma de galpão, adaptado para o tipo de empresa que se
pretenda instalar em seu interior. No entanto, caso necessário, a construção de um galpão custará cerca de R$ 80.000,00, incluindo instalações elétricas, hidráulicas e área administrativa.
Capital de giro
Capital de giro é um montante de recursos financeiros necessários para a empresa garantir a dinâmica do seu processo de negócio. Ele precisa de controle permanente, pois tem a função de minimizar o impacto das mudanças no ambiente de negócios no qual a empresa atua. O desafio da gestão do capital de giro deve-se, principalmente, à ocorrência dos fatores a seguir:
• variação dos diversos custos absorvidos pela empresa;
• aumento de despesas financeiras, em decorrência das instabilidades do mercado;
• baixo volume de vendas;
• aumento dos índices de inadimplência;
• pagamento das parcelas de possíveis financiamentos;
• baixa entrada de produtos para reciclagem; e
• altos níveis de estoques.
O empreendedor deverá ter um controle orçamentário rígido de forma a não consumir recursos sem previsão. Ele deve evitar a retirada de valores além do pró-labore estipulado, pois no início todo o recurso obtido pela empresa deverá permanecer nela, possibilitando o
crescimento e a expansão do negócio. Dessa forma, a empresa poderá alcançar rapidamente sua auto-sustentação, reduzindo as necessidades de capital de giro e agregando maior valor ao novo negócio.
O nível de Capital de Giro para o segmento deverá ser suficiente para suportar a movimentação operacional em torno de 18 meses, e deverá ser elaborado em relação aos desembolsos que compõem o início das atividades empresariais.
Custos
Os custos são todos os gastos incorporados posteriormente no preço dos produtos ou serviços prestados, relativos à sua produção, como: aluguel, água, luz, salários, honorários profissionais, despesas de vendas, matéria-prima e insumos consumidos no processo de
produção.
O cuidado na administração e redução de todos os custos envolvidos na compra, produção e venda de produtos ou serviços que compõem o negócio, indicam o sucesso ou insucesso do empreendedor. Os pontos fundamentais para o êxito são a redução de desperdícios, a compra pelo melhor preço e o controle de todas as despesas internas. Quanto menor o custo, maior a chance de ganhar no resultado final do negócio.
Os custos para abrir uma empresa de reciclagem devem ser estimados considerando os itens abaixo:
• salários, comissões e encargos;
• tributos, impostos, contribuições e taxas;
• aluguel, taxa de condomínio, segurança;
• água, luz, telefone e acesso à internet;
• limpeza, higiene, conservação , manutenção e segurança;
• assessoria contábil;
• propaganda e publicidade da empresa;
• aquisição de estoques, componentes e insumos; e
• despesas com vendas, armazenamento e transporte.
Um ponto fundamental na gestão de empresa de reciclagem, diferentemente de outros negócios, é o controle do preço de compra.
Dependendo da negociação com os catadores, autônomos ou de cooperativas, o pagamento recebido por eles poderá ser insuficiente
para manter suas necessidades básicas, levando a abandonarem seus postos de trabalho, gerando desemprego e miséria.
A decisão dos coletores de deixar o ramo da coleta será corroborada fortemente pelo empresário que atuar de forma inescrupulosa com os catadores, que trabalham, muitas vezes, de forma recriminada e marginalizada por uma necessidade extrema de inclusão social. Logo, o empresário da área de reciclagem deverá ter um ponto de equilíbrio definido para não extinguir seus fornecedores, pois assim estará prejudicando a empresa, já que ela depende da mão-de-obra para sua sobrevivência industrial, e por conseqüência, comercial. Muitos compreendem que sempre irão aparecer novos catadores ou novas cooperativas, no entanto, isso pode não ser verdade.
Diversificação / Agregação de valor
Deve-se procurar atuar em mais de um processo de reciclagem de produtos. Assim, a empresa poderá se manter como atuante em várias frentes industriais como fornecedora de diversos produtos e matérias-primas com versatilidade. Haverá maiores possibilidades de
inclusão no mercado e far-se-á respeitar pelos concorrentes e também pelos seus consumidores, que, invariavelmente, serão indústrias.
O empreendedor da área de reciclagem deve primar para que o refinamento na transformação de materiais de sua empresa seja cada
vez mais otimizado, de acordo com seu maquinário. O maior valor possível deve ser agregado até o resultado final, de forma que sejam fornecidos para as indústrias produtos altamente refinados, e não intermediários, reduzindo substancialmente seu valor de mercado.
Divulgação
A divulgação de empresa de reciclagem deverá seguir os conceitos tradicionais da propaganda existentes no mercado, em meios de
comunicação como: televisão, rádio, outdoors, internet e revistas especializadas. É importante sempre vincular o empreendimento aos benefícios ambientais proporcionados pela empresa, fazendo com que a sociedade a veja como uma “parceira” na manutenção de um meio ambiente despoluído.
O empresário poderá buscar uma consultoria altamente especializada no sentido de divulgar sua empresa perante os meios de comunicação, pois a partir de um trabalho de divulgação bem feito haverá, sem dúvida, aceitabilidade da empresa perante a sociedade em geral, fator muito importante para que a empresa de reciclagem seja comentada pela sociedade.
Informações Fiscais e Tributárias
Este tipo de estabelecimento industrial tem a prerrogativa de optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) ou Simples Federal, por isso o empreendedor deverá avaliar bem essa
opção, pois ela poderá ser bem interessante para o seu segmento de negócio, da mesma forma que, dependendo do nível de faturamento, aliado ao volume de seus custos mais despesas, talvez essa opção não venha a ser interessante.
Dessa forma, o ideal é buscar um profissional da área contábil para assessorá-lo nos cálculos de identificação da melhor opção tributária para o seu empreendimento. Isso porque não existe modelo sistemático para assegurar essa decisão, pois o que é bom para uma empresa que tem características similares a sua poderá não se aplicar ao seu empreendimento e vice-versa.
Glossário
Biodegradação: Decomposição de substância biodegradável.
Biodegradável: Diz-se de substância suscetível de decomposição por microrganismos.
Microrganismos: Designação comum a organismos microscópicos, como, p. ex., bactérias, vírus, fungos e protozoários.
Lay-out: distribuição de mobiliário, máquinas e outros itens que compõe uma empresa, com vistas a deixar o ambiente o mais
agradável possível, com um amplo aproveitamento de espaços.
Catadores: é a nomenclatura dada às pessoas que atuam na coleta de lixo de reciclagem nas vias públicas ou em aterros sanitários (lixões).
ERP (Enterprise Resource Planning): é um software de gestão integrado de empresas.
Apara: sobra de papel resultante da operação de aparar o excedente.
Desvulcanizantes: aplicar tratamento à borracha oriundas de pneus, visando eliminar o processo de vulcanização feito anteriormente em tal borracha.
Autoclave: aparelho que gera alta pressão e calor sobre o produto que estiver em seu interior.
Degradação: deterioração de algo, nesse estudo o meio ambiente.
Hidrolítica: reação da água sobre um composto com fixação de íons hidrogênio e/ou de íons hidroxila.
Dicas do Negócio
O candidato a empresário no segmento de reciclagem deve entrar no negócio consciente de que terá de estar presente na empresa em tempo integral, principalmente no início das atividades, tanto nas partes comercial, operacional e na gestão financeira do negócio.
Com a tendência mundial de preservação ambiental, o empreendedor deverá inserir-se nesse mercado, visando a valorização do meio
ambiente, respeitando as leis que regulamentam o setor, transformando o processo de reciclagem em uma atividade rentável economicamente e financeiramente, ao fazer uso do grande apelo popular de praticamente todas as nações mundiais em favor à defesa
dos recursos naturais.
Assim, o empreendedor deverá vincular sua empresa às oportunidades requeridas pela sociedade como um todo, ou seja, o empreendimento deverá estar inserido no conceito de despoluição e descontaminação ambiental por meio da reciclagem de produtos que até então eram descartados em lixo comum ou mesmo em aterros sanitários. Cria-se, dessa forma, uma empresa com fins lucrativos mas com forte apelo socioambiental.
Características específicas do empreendedor
O empreendedor envolvido com atividades comerciais ligadas à reciclagem deverá ter algumas características básicas, tais como:
1. Ter conhecimento específico sobre reciclagem, suas diversas variações tecnológicas e tipos de produtos a serem reciclados. Tal
conhecimento poderá ser adquirido por intermédio de serviços prestados em empresas do segmento ou via participação em cursos e
eventos;
2. Reciclar requer habilidades para analisar materiais recebidos, de forma a discriminar os passíveis de serem processados e reciclados
dos que não oferecem condição de tratamento. O processo tem o intuito de elevar a qualidade dos materiais reciclados e valorizar o
produto resultante da reciclagem;
3. Deve-se estar amparado nas tendências de mercado, ser capaz de elaborar e até mesmo alterar o viés da empresa na busca de atingir resultados esperados pelo mercado. Assim, o empreendedor está agregando valor a seu produto final, fato que irá melhorar sua atuação perante as indústrias consumidoras de sua matéria-prima ou produto reciclado;
4. Buscar melhoras em seu negócio, tanto participando de cursos específicos sobre reciclagem, biodiversidade e ambivalência de
produtos, quanto por meio da gestão empresarial. Conhecimentos relativos à reciclagem não bastam, é necessário estar preparado para
gerir o seu empreendimento;
5. Ter habilidade no tratamento com pessoas, tanto com seus colaboradores quanto com clientes, fornecedores/catadores/cooperativas, enfim, com todos que, de forma direta ou indireta, tenham ligação com a empresa;
6. Ser empreendedor com visão prospectiva, atuando com antecipação de tendências. É importante ter visão de futuro no que tange o
interesse de mercado das indústrias, além de estar sempre antenado às inovações tecnológicas e de mercado;
7. Ser humilde o suficiente para entender que reciclar “lixo” não significa ter um empreendimento desorganizado, sujo ou com mau
cheiro, por isso deverá manter seu local de trabalho, incluindo a linha de produção, muito limpa e com odor agradável. Assim, esse requisito será um ponto positivo em seu segmento empresarial; e
8. Além das características acima listadas, o empresário de reciclagem tem de ser uma pessoa extremamente criativa, sempre com capacidade de sugerir ou mesmo criar formas inovadoras de uso de seus produtos ou outras matérias-primas que até então não foram recicladas. Deve-se ter como foco e objetivo estar sempre à frente de seus concorrentes.
Bibliografia Complementar
Associação Brasileira da Indústria PET www.abipet.org.br
ABPO – Associação Brasileira do Papelão Ondulado www.abpo.org.br
ANBio – Associação Nacional de Biossegurança www.anbio.org.br
ABIP – Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados www.abip.com.br
ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos www.anip.com.br
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br
IBAMA www.ibama.gov.br
CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem www.cempre.org.br
ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental www.abes.org.br
ABLP – Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública www.ablp.org.br
ABRE – Associação Brasileira de Embalagem www.abre.org.br
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