ENTOMOFAUNA
Por: RayanXY • 25/5/2015 • Artigo • 1.506 Palavras (7 Páginas) • 340 Visualizações
1-Discentes do curso Técnico Integrado em Apicultura – IFRN/Pau dos Ferros. Núcleo de Pesquisa em Agroecologia e Abelhas na Caatinga - NEPAC.
2-Téc. em Agropecuária, Eng.ºAgrônomo, Doutorando em Ciência Animal/UFERSA. Professor em Apicultura - IFRN/Pau dos Ferros. NEPAC. Email: daniel.santiago@ifrn.edu.br
Apresentado no
I Simpósio Brasileiro de Recursos Naturais do Semiárido - SBRNS
22 a 24 de Maio de 2013 - Iguatu - CE, Brasil
RESUMO: Os ecossistemas na Caatinga são muito ricos em espécies da fauna e flora, no entanto ainda pouco estudados. O propósito deste estudo foi identificar a entomofauna visitante em flores do mussambê. A coleta de dados foi realizada nos municípios de Paraná e Pau dos ferros, Estado do Rio Grande do Norte, de 03 a 15 de setembro, 2012, nos períodos matutino e vespertino. Foi encontrado que a entomofauna presente em flores do mussambê (Cleome spinosa) variou entre hymenoptera e alguns lepdoptera. A ordem hymenoptera foi a mais representativa com 90%, aproximadamente, dos visitantes observados.
PALAVRAS-CHAVE: caatinga, mussambê, visitantes florais.
ENTOMOFAUNA VISITOR AT Cleome spinosa (Jacq.) FLOWERS IN TWO CYTIES OF POTIGUAR SEMIÁRID, BRAZIL
ABSTRACT: Caatinga ecosystems are very rich in fauna and flora, however still little investigated. The purpose of this study was to identify the entomofauna visitors in flowers of mussambê. The survey was conducted in the cities of Parana and Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte state, Brazil, at September 03 to 15, 2012, during all day. Was found that the mussambe (Cleome spinosa) flower´s visitors presented range of hymenoptera, and some lepdoptera. The order Hymenoptera was the most present representing approximately 90% of visits observed.
KEYWORDS: caatinga, mussambe, floral visitors.
INTRODUÇÃO
A riqueza da flora na caatinga muitas vezes só é possível enxergar no período chuvoso, quando as plantas vegetam e florescem atraindo uma enorme quantidade de indivíduos que se beneficiam destas plantas durante este período (PEREIRA, et. al, 2011).
A Caatinga, no semiárido brasileiro, é um ambiente que por muito tempo foi desprestigiado, no entanto nas últimas décadas para que este bioma não desaparece, muitos estudos vêm se desenvolvendo, e este conceito tem dado lugar à necessidade de conhecer este conjunto riquíssimo de ecossistemas para mitigar seu desaparecimento pela antropização. O
conhecimento da fauna de insetos das plantas existentes neste bioma nos mostra as interações entre fauna e flora de determinada região.
O Mussambê (Cleome spinosa (Jacq)), é um arbusto perene e espinhento com 1-1,8 m de altura, que cresce em baixios, beira de rios, lagoas e açudes da Caatinga a pleno sol. Folhas divididas em 5-7 folíolos. Suas flores com quatro pétalas alvas e seis estames com filetes da cor do vinho florescem ao entardecer. A polinização é realizada por mariposas e morcegos. Os frutos são longos e finos com cerca de 200 sementes que, por sua vez, tem sabor picante. Toda a planta, mas principalmente a raiz tem uso medicinal contra tosse, asma, otite e bronquite. (CASTRO; CASTRO, 2010).
Muitas espécies de abelhas nativas visitam suas flores como, por exemplo, a abelha jandaíra (Melipona subnitida) e também as abelhas do gênero Bombus (mamangavas-de-chão). Essa planta possui características ornamentais podendo ser utilizada em jardins de flora melífera com a finalidade de fornecer néctar para as abelhas (MAIA-SILVA, et. al., 2012).
Apesar de ser de notório saber sobre a diversidade de insetos visitantes da flora presente na vegetação da Caatinga, torna-se necessário aprofundarmos estes conhecimentos no que diz respeito a entomofauna do mussambê, conhecer os indivíduos que visitam suas flores tanto com o propósito da coleta de alimento (néctar, pólen, partes florais e/ou outras partes vegetais), abrigo, ou como ambiente de procriação.
Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi estabelecer a identidade da entomofauna visitante do mussambê (Cleome spinosa) nos municípios de Paraná-RN e Pau dos Ferros-RN. Tendo ainda como propósito a iniciação científica de alunos do ensino médio profissionalizante do curso técnico em apicultura do IFRN, Campus Pau dos Ferros.
MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram conduzidos às cidades de Pau dos Ferros e Paraná, microrregião de Pau dos Ferros, mesorregião do Alto Oeste Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte.
Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger os municípios onde foram desenvolvidos os estudos estão inseridos em uma região de clima árido, seco e quente.
O município de Pau dos Ferros está localizado nas Coordenadas Geográficas: latitude 6º 06’ 33” Sul; longitude 38º 12’ 16” Oeste. Área: 259,96 km², equivalente a 0,52% da superfície estadual. Altitude da sede: 193 metros (IDEMA, 2012).
Apresenta presença abundante de Caatinga Hiperxerófila, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhadas. O solo é Podzólico Vermelho Amarelo
Equivalente Eutrófico – fertilidade alta, textura média e média cascalheta, acentuadamente drenado, relevo suave (IDEMA, 2012).
O município de Paraná localiza-se nas coordenadas geográficas: latitude 6º 29’ 11’ sul; longitude 38º 18’ 47’’ Oeste. Área: 81,39 km², equivalente a 0,15% da superfície estadual. Altitude da sede: 373 metros (IDEMA, 2012).
Caatinga Hiperxerófila, caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhadas. O solo é Bruno não Cálcico – fertilidade mádia a alta, textura areno / argilosa, fase pedregosa, bem drenado, relevo suave ondulado (IDEMA, 2012).
As observações foram realizadas na zona periférica da cidade de Pau dos ferros, enquanto que em Paraná sucedeu na Zona Rural (Figura 1), os locais foram selecionados de acordo com a presença do mussambê em quantidade, a coleta de dados ocorreu no período de 03 a 15 de setembro de 2012.
Figura 01. Área na periferia de Pau dos Ferros (1) e Zona Rural em Paraná (2) com grande quantidade de mussambê.
Foto: Amanda Maria Alexandre de Almeida.
Os visitantes florais foram coletados em rede entomológicas em três dias consecutivos, de hora em hora, durante as 5 e 18h . Foram considerados visitantes florais aqueles que coletavam néctar e/ou pólen, ou os que se alimentavam das partes florais, e ainda os indivíduos que utilizavam a câmara floral como ambiente de cópula e/ou de descanso.
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