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ESTRATEGIA GERENCIAL

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Por:   •  6/6/2014  •  3.557 Palavras (15 Páginas)  •  363 Visualizações

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Transformação Organizacional: a teoria e prática de inovar.

MOTTA, P. R. 4ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

A Função Gerencial no Mundo Contemporâneo

A definição da função gerencial, apesar de muitas pesquisas e estudos diversos, permanece ainda um tanto ambígua e até mesmo misteriosa para muitos dos que tentam se aproximar de seu conteúdo. Ninguém logrou caracterizá-lo com exatidão; portanto, não se aprendeu a avaliá-la corretamente.

A função gerencial contrasta com outras funções produtivas (técnicas e administrativas), passíveis de definições claras sobre atribuições funcionais e que condicionamentos, normalmente previsíveis e rotineiros.

Atualmente ja se aceita tratar a função gerencial como extremamente ambígua e repleta de dualidades, cujo exercício se faz de forma fragmentada e intermitente.

Em primeiro lugar, a visão ordenada e tradicional de gerência fazia crer que o dirigente era – ou deveria ser – um decisor racional, um planejador sistemático e um coordenador e supervisor eficiente das atividades organizacionais. Entretanto, pesquisas sobre a função gerencial, mesmo nas grandes organizações consideradas eficientes, têm revelado que o lugar-comum da gerência é exatamente o contrário.

A maioria dos dirigentes, quando questionada sobre o seu trabalho, informa que encontra sempre uma carga inesperada de tarefas imprevistas, com reuniões, interrupções e trabalhos administrativos intensos, descontínuos e de natureza variável. Sua atenção é constantemente desviada por chamados diversos, o que fragmenta sua ação e torna intermitente o seu envolvimento no processo decisório organizacional.

A maioria dos gerentes dedica-se intensamente à função, e preocupa-se com ela fora dos horários normais de trabalho; leva problemas para casa e tenta evitar, sem sucesso, que eles invadam o seu tempo de lazer.

Em segundo lugar, a visão ordenada do mundo organizacional implícita na própria idéia de “organização”, induzida a se pensar a realidade administrativa como racional, controlável e passível de se uniformizada. Essa visão tem se provado enganadora, pela constatação cada vez mais freqüente de que a organização é, significativamente, uma realidade caótica.

Como regra geral, dirigentes chegam a compreender bem os objetivos de sua organização, e julgam-se preparados para alcança-los. Sentem-se surpresos, todavia, com a natureza do processo decisório organizacional, ou seja, como fatores não – controláveis conduzem o seu comportamento administrativo a formas diversas do desejado.

O dirigente é parte do processo decisório organizacional. Seu comportamento, como o de qualquer outro funcionário, é determinado por fatores internos e externos à organização. Valores, atitudes individuais, bem como experiência administrativa, são variáveis que determinam o comportamento de um indivíduo, independente de decisões em questão. Por outro lado, existem também condições específicas que influenciam apenas o comportamento de um dirigente, tornando-o ilógico segundo a visão racional da decisão.

Por exemplo, um dirigente pode trabalhar intensamente em conversas externas e internas, buscando informações desprovidas de impacto em decisões importantes da organização mas que servem apenas para reforçar o prestígio e o poder do próprio dirigente. Da mesma forma, reuniões internas podem servir menos para solução de problemas específicos do que para reforçar lealdade, buscar consenso, soluções para pequenas disputas ou mesmo acirrar outras sobre objetivos setoriais; pouco contribuem para o alcance dos propósitos da organização.

Como as organizações são diferentes, para cada uma delas exige-se um novo aprendizado. No entanto, existem comportamentos gerenciais comuns entre os dirigentes de sucesso; pode-se dizer que esses comportamentos provêm de habilidades gerenciais típicas que podem ser assimiladas.

Existem habilidades gerenciais que têm de ser conquistadas na experiência do dia-a-dia, enfrentando-se as contradições e mutações da empresa moderna. Outras sistematizadas e já em grande número podem ser ensinadas e apreendidas por aqueles que se dedicam à gerência como profissão.

O quadro a seguir sintetiza as crenças e as verdades mais comuns sobre o trabalho do dirigente.

Mitos Verdades

1. Pessoa com status, autoridade e poder tem sala importante em andar elevado. Toma decisÕes rápidas, analisa informações e supera obstáculos, confiante e segura no sucesso das decisões (imagens de super-homem”). 1. Pessoa com status às vezes duvidoso; poder e autoridade dependente de injunções contínuas e de informações obtidas de várias maneiras. Negocia assuntos diversos, ganhando e perdendo, tenso, nervoso e incerto quanto ao resultado das decisões.

2. Atuação baseada em ações ordenadas e planejadas, num processo decisório acentuadamente racional e impessoal. 2. Atuação baseada em ações desordenadas e intermitentes, um processo decisório marcado também por decisões intuitivas e influenciadas por lealdades pessoais e comunicações verbais face a face.

3. Preocupação prioritária com políticas, diretrizes e desenvolvimento, futuro da organização. 3. Preocupação prioritária com operações atuais e solução de problemas prementes.

4. Trabalho programado, com algumas fases previsíveis e problemas antecipados pra enfrentar contingências e superar dificuldades. 4. Trabalho não-programado, em grande parte imprevisível. Enfrentamento constante de contingências e de problemas desconhecidos.

5. Instrumentos de trabalho: objetivos, planos, programas, metas, resultados e prazos. 5. Instrumentos de trabalho: surpresa, sustos, contingência, problemas.

6. Reúne-se para planejar e resolver problemas. 6. Reúne-se para discutir as dificuldades das rotinas e debater temas na presunção de que poderá haver problemas.

7. Recebe informações fundamentais para a decisão através de relatórios de assessores, memorandos internos, impressos de computadores e informações orais em reuniões programadas. 7. Recebe informações fundamentais através de um sucessivo e variado número de contatos pessoais, por comunicação verbal, telefonemas, bate-papos informais e eu reunIões de última hora.

8. Comportamento formal e contemplativo. 8. Comportamento informal e interativo.

9. Trabalha com sistematização, afinco e profundidade em número reduzido de tarefas e informações mais importantes para a tomada de decisão. 9. Trabalha assistematicamente,

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