Economia Banco

1. O Banco (que denominou União de Compensação) organizaria uma compensação multilateral dos desequilíbrios bilaterais entre bancos centrais, por meio da qual todos os pagamentos internacionais seriam centralizados e dirigidos.

2. As operações da União de Compensação seriam efetuadas em um novo ativo de reserva internacional, denominado por Keynes “bancor”.

3. Os países membros poderiam acumular saldos ou sacar ao descoberto junto à União de Compensação. Haveria cobrança de juros, tanto sobre os saques a descoberto como sobre a propriedade excessiva de créditos em “bancor”. Esta última proposta visava explicitamente incentivar também o ajustamento dos países superavitáveis, introduzindo uma simetria no ajustamento muito maior do que a existente até então, e reduzindo também o viés deflacionário que uma ênfase apenas no ajustamento de países deficitários acarretava (e aliás acarreta) para a economia mundial.

4. A proposta de Keynes implicava a criação de uma grande instituição, que permitiria o acesso incondicional a vultuosos direitos de sobregiro de, no mínimo, 26 bilhões de dólares, sendo que o passivo potencial dos Estados Unidos nesse montante atingiria até 23 bilhões.

A posição norte-americana nos debates, antes e durante Bretton-Woods, diferiu significativamente da sustentada por Keynes e pela delegação britânica. Os norte-americanos não gostavam da idéia de ter que entregar uma quantia muito grande de dinheiro a uma organização internacional. Os banqueiros de Wall Street desconfiavam do plano Keynes por entender que este pudesse ser inflacionário, desejavam a volta do padrão ouro-dólar e detestavam a idéia de uma moeda escritural como “bancor”, que substituísse o dólar nas relações internacionais. Também preferiam que os ajustes econômicos da balança de pagamentos recaíssem sobre os países devedores e não sobre os países credores.