Eletroconvulsoterapia
Por: gabyprado19 • 1/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.750 Palavras (7 Páginas) • 282 Visualizações
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CAIO CÉSAR MACIEL RA: 11309333
GABRIELY DO PRADO D. SANTIAGO RA:11309524
SOFIA GODOI DE MOURA RA: 11309864
“CATATONIA E ELETROCONVULSOTERAPIA”
PSICOPATOLOGIA II
JAGUARIÚNA
2015
CAIO CÉSAR MACIEL
GABRIELY DO PRADO D. SANTIAGO
SOFIA GODOI DE MOURA
“CATATONIA E ELETROCONVULSOTERAPIA”
Trabalho apresentado ao Curso de Psicologia da Faculdade de Jaguariúna, para a obtenção de nota semestral para a matéria de Psicopatologia II, 6º semestre.
JAGUARIÚNA
2015
CATATONIA E ELETROCONVULSOTERAPIA – ECT
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino com 17 anos, solteira, branca, católica, estudante do primeiro grau. Ao completar 14 anos, em agosto de 1999, seu comportamento começou a modificar-se. Lia a Bíblia em voz alta, apresentava risos imotivados, estava insone, irritada, explosiva; por vezes aparentava ansiedade, com sudorese intensa. Tornou-se agressiva com os familiares, reagia de maneira explosiva e coprolálica sempre que julgava que o olhar ou comportamento deles era diferente. Seu rendimento escolar decaiu significativamente, escrevia nomes estranhos e fazia desenhos bizarros no chão. Sua escrita se modificou, tornando-se incompreensível. Em alguns momentos, permanecia olhando pra parede, sempre com fácies muito apreensiva, muito inquieta e dizendo: “não, não quero, não quero!” Muito aflita, xingava e atirava objetos contra a parede, e quando os familiares lhe perguntavam o porquê disso, dizia que via na parede pessoas conhecidas lhe fazendo propostas sexuais. Eram essas propostas que ela escrevia e desenhava no chão.
Após três meses do início desses sintomas, fez uso de clorpromazina 25 mg/dia, que posteriormente foi substituída por haloperidol 5 mg/dia. Foi acrescido biperideno 2 mg/dia. Apresentou remissão parcial dos sintomas psicóticos em aproximadamente dois meses, mantendo tratamento de forma irregular por 8 meses e interrompeu o seguimento. Após um mês, reiniciaram os sintomas, com piora progressiva e gradual.
Em maio de 2001, já não se alimentava adequadamente e, quando o fazia, era com a boca direto no prato. Permanecia grande parte do tempo deitada, incomunicável. Não tinha cuidados com a higiene. Começou a apresentar rigidez muscular, sendo então levada a um serviço psiquiátrico e logo internada por quatro meses. Após a alta, ainda apresentava diminuição da iniciativa, certa apatia, falava pouco, não saía sozinha não recordava dos fatos ocorridos durante o surto, permanecia ainda olhando para as paredes e mantinha hiporexia. Fez uso da medicação por aproximadamente 20 dias após a alta hospitalar e interrompeu o seguimento.
A paciente foi diagnosticada com catatonia, uma síndrome de desintegração psicomotora, caracterizada pela inércia e pela perda de iniciativa motora com fenômenos semi-automáticos e semi-intencionais como catalepsia, flexibilidade cérea, paracinesias, oposições negativista e sugestionabilidade. Dentro do quadro de estupor catatônico destacam também impulsos súbitos e grandes crises hipercinéticas de agitação catatônica. A catatonia se acompanha quase sempre de um conteúdo onírico ou delirante e os distúrbios psicomotores manifestam experiência fantasiosa ou imaginária, geralmente caótica. Pode ser encontrada como um subtipo de esquizofrenia ou uma forma de reação do sistema nervoso a agressões variadas, também nos transtornos do humor, especialmente na depressão.
Devido à gravidade do quadro, foram associadas ao tratamento medicamentoso sessões de ECT três vezes por semana, estimulação elétrica bilateral, dada a gravidade do caso. Os eletrodos eram posicionados simetricamente na região fronto-temporal, logo acima do ponto médio de uma linha do canto externo do olho ao meato auditivo externo.
Evoluiu com melhora do quadro de mutismo e rigidez muscular a partir da segunda sessão de ECT. Voltou a se alimentar após essa sessão. Atingiu remissão completa do quadro após a quinta sessão de ECT. Continuava a se queixar de sintomas extra-piramidais. Apresentava-se mais lentificada, desanimada e mais distante. Atualmente submete-se a ECT quinzenalmente, além de fisioterapia diariamente devido ao encurtamento do tendão da mão esquerda.
O debate teve a participação da Ana Paula, residente do terceiro ano de Psiquiatria Infantil, que indica o ECT no caso da jovem, do Dr, Salomão Rodrigues Filho (psiquiatra), do Dr. Sérgio Paulo Rigonatti (psiquiatra e coordenador do setor de ECT do Instituto de Psiquiatria da USP), do Dr. Carlos Henrique Rodrigues dos Santos (psiquiatra) e do Dr. Giordano Estevão (psiquiatra) que diz que a eletroconvulsoterapia é um dos tratamentos pior compreendidos, e de que a impressão de que se tem sobre a ECT é que se parece com uma punição, e de que não é nada disso, acrescenta que não é de risco e tem baixo custo, merece uma atenção maior da parte dos psiquiatras. Durante o debate ele conta que a eletroconvulsoterapia era um tratamento, e não uma tortura, que nem havia necessidade de legislar sobre algo do arsenal médica, cujo entendimento cabe na doutrina médica, e que hoje conseguiram uma melhora das condições de tratamento, uma melhora das máquinas. E finaliza com a ideia de que a proposta do ECT como manutenção é muito procedente e acredita que isso deve ser mais lembrado. Voltando para Ana Paula, no debate ela disse que indica a eletroconvulsoterapia pois os resultados são mais rápidos, e a paciente e sua família são muito simples para entenderem uma medicação e para fazerem o uso dela.
Concluindo, todos os participantes do debate e artigo são a favor da Eletroconvulsoterapia, defendendo de que não seja uma punição, tem um baixo custo, melhoria das máquinas e resultado eficaz.
ELETROCONVULSOTERAPIA, NÃO. ELETROCHOQUE.
**Artigo adaptado pelo grupo
Resumo
O eletrochoque ou a eletroconvulsoterapia é um procedimento médico indicado pela psiquiatria há tempos em virtude da observação clínica positiva dos efeitos terapêuticos decorrentes das convulsões geradas. Apesar de seu emprego hoje ser embasado em estudos científicos e envolver técnicas e exames cada vez mais elaborados, sua aplicação deve considerar fatores que extrapolam a indicação médica, tais como sua dimensão sócio-histórica, pragmática, jurídica e subjetiva.
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