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Empresa: Department of Classes

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Por:   •  16/11/2014  •  Relatório de pesquisa  •  6.664 Palavras (27 Páginas)  •  277 Visualizações

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1. A sociedade: Divisão de Classes

Abordar sobre classes sociais, seus conflitos e as ideologias relacionadas a elas é abranger um enorme universo histórico e social em uma linha de tempo e de pensamento gigantesca. Por isso, primeiramente, falaremos sobre as classes em si, seu surgimento, sua relação com a sociedade capitalista e a luta entre elas.

As relações sociais no capitalismo dão-se pela luta de classes e pela divisão da economia em relação aos indivíduos. Se um homem possui certa quantia de dinheiro, e se outro homem possui duas vezes mais, suas classes serão diferentes, e, automaticamente, na sociedade capitalista, aquele que possui maior valor econômico, possui também maior poder.

Na visão marxista a história da sociedade humana baseava-se na luta de classes. A burguesia surgiu enquanto classe social no século XIV, criando assim as três fases do capitalismo; Comercial ou Mercantilista, Industrial e o Financeiro ou Bancário. Com a revolução francesa, foi criado o estado Burguês, com ele a democracia e o instituto das eleições burguesas, os quais utilizamos até os dias de hoje.

É quase impossível falarmos de classes sociais, sem relacioná-las com a economia e, principalmente, com o trabalho.

Exploração da mão de obra das classes proletárias, a privatização dos meios de produção, o lucro, o mercado, os burgueses acumulando riquezas, toda essa “opressão” dos ricos sobre os pobres, caracterizou o capitalismo. A luta pela divisão de classe começava sua ascensão.

O conflito de classes tornou-se cada vez mais evidente: os donos de meio de produção como classe dominante - a burguesia- e o trabalhador braçal, a classe dominada. Dessa forma surgiu-se a partilha social, característica essencial da sociedade capitalista. Lucro, renda e salário são as bases da delimitação das classes capitalistas e a parte de cada um deles sendo dada uma grandeza determinada da renda social. Aqueles que possuem o mesmo interesse e a mesma economia ligam-se na mesma classe, e os que se diferem formam outra classe. Ou seja, podemos afirmar que a homogeneidade forma classes e a contradição forma o conflito entre elas

De acordo com Marx, em “Teoria sobre a mais valia”, "o trabalho passado e o trabalho vivo são os dois fatores em oposição mútua sobre os quais repousa a produção capitalista, o capitalista e o operário assalariado são os únicos funcionários e fatores da produção, cujas relações mútuas decorrem do caráter da produção capitalista”. Portanto, a divergência de interesses econômicos pode ser vista de forma nítida e é possível reafirmar que a luta de classes move ferozmente o capitalismo e toda a sociedade.

As relações sociais tornam-se, assim, inteiramente ligadas às forças produtivas. Os homens modificam seu modo de produção e, dessa forma, modificam todas as suas relações com a sociedade. Aquele que explora alia-se com outro que também explora, criando um monopólio de opressão capitalista e uma distância entre classes cada vez maior. Por outro lado, aquele que é explorado “junta-se” com o outro que também é explorado, criando um grupo de miseráveis e oprimidos que tentam sustentar suas vidas com um salário injusto e horas de trabalhos extremamente exploratórias.

Todavia, essa luta, divisão, injustiça entre classes é mascarada pela ideologia.

A ideologia não se refere simplesmente ao conjunto de ideias da classe dominante, mas também à forma como essas ideias movem a sociedade. É, portanto, aquilo que faz com que os homens não percebam a exploração a qual estão submetidos. O objetivo de Marx era mostrar como, através da ideologia, a classe dominante pretende ocultar as relações de exploração estabelecidas nessa sociedade. E como o homem já nasce dentro da ideologia dominante, é ainda mais fácil mascarar os antagonismos sociais e fazê-lo ser explorado sem perceber.

E como Marx chegou ao conceito de ideologia? Para definir esse conceito, ele partiu da realidade do trabalho. Na sociedade capitalista de classes, o trabalho gera dois valores: o valor de uso e o valor de troca determinados pelo mercado e embutidos na mercadoria. Para ele, o tempo gasto na produção determinaria o valor da mercadoria e também o valor de remuneração do indivíduo trabalhador. Porém, como já se é esperado, o preço da mercadoria não é equivalente ao valor da mão de obra, gerando então o lucro e a mais-valia, outros conceitos que Marx define como essenciais para o crescimento do capitalismo. O trabalhador, dessa forma, não vê a precisão do processo de produção da mercadoria, apenas a aparência final dela. Assim, a ideologia torna-se, portanto, as ideias sobre esses processos, e mascara, além das divisões de classe, a exploração do trabalhador.

Como já foi dito anteriormente, o homem nasce dentro da ideologia dominante o que facilita sua exploração. A questão é que essa ideologia que domina a sociedade em que se vive é transmitida por diversas instituições, fazendo com que se generalize a exploração e a percepção humana em relação a ela seja quase nula. Desde a família, aos partidos políticos e à religião, a ideologia dominante segue seu papel de opressora arduamente. Dentro da família, por exemplo, a exclusão de determinados grupos sociais de “valores minimizados” e as práticas autoritárias de um “grupo dominante” fazem com que essa ideologia seja passada cheia de lacunas e preconceitos.

Não suficiente, como as instituições propagam a ideologia que elas consideram que deva ser dominante, a cultura torna-se produto de pensamento e dessa ideologia. No caso do capitalismo, temos como exemplo fixo a cultura de massa e o consumo exacerbado que inverte os valores dos homens e produtos. O homem torna-se um consumidor propício a gastar mais do que tem para ter o novo, e esse novo torna-se seu objetivo de evolução, uma vez que seu desejo é não ser excluído e diferente da sociedade em que vive. Além disso, sua obsessão por modelos torna-se cada vez maior o que faz com que os indivíduos sejam capazes de trocar a família, os bens e, em casos extremos, até mesmo a própria vida para ter um produto da sociedade e se sentir inserido na massa capitalista de consumo. Desse modo, é perceptível que a sociedade capitalista cria uma satisfação momentânea e ilusória para que os indivíduos sempre busquem cada vez mais a inserção social materialista e fiquem debilitados emocionalmente, para que possam consumir além de seus limites.

Apesar de essa retrospectiva trazer evidências dos últimos cem anos de história ocidental, alguns fenômenos e relações de causa-efeito ainda são percebidas nesse início de século XXI, agravadas

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