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Ensaio sobre Marzzoca

Por:   •  14/6/2018  •  Ensaio  •  2.595 Palavras (11 Páginas)  •  253 Visualizações

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Ensaio:

Um Ambiente Inseguro. Peripécias governamentabilidade ecológica entre economia e biopolítica. (Ottávio Marzocca)

Premissa: 

Marzocca entende que a crise ambiental é ingovernável, porque a racionalidade ecológica tenta converter-se em práticas prevalentes de governo, não sendo uma alternativa à racionalidade política que inspira. (p.262)

O saber ecológico desenvolvido no contexto histórico-epistêmico sob a perspectiva biopolítica e a econômico-política, em três fundamentos da gênese da ecologia científica: “A teoria evolucionista”, a ecologia das populações e a teoria dos ecossistemas. Igualmente politicamente os problemas ambientais são provocados originalmente pela governamentabilidade (p.262/263)

Para Marzocca, já no séc. XVIII, o pensamento Foucaultiano sustentava que a população desempenhou função fundamental no desenvolvimento da biopolítica e na perspectiva econômica do governo dos homens, sob três aspectos: (p.264)

  1. Prevalecendo sobre a ideia da coletividade, ou simples conjunto de súditos submetidos ao poder soberano;
  2. Apresentando-se como espécie vivente composta de problemas da natureza biológica como: natalidade, mortalidade, saúde, doença, epidemias e variações demográficas;
  3. Tornando-se elemento da riqueza do Estado e sociedade, cujo bem-estar o governo deve se ocupar em relação aos recursos disponíveis, ao trabalho, ao consumo e as condições materiais de vida.

Tais premissas são necessárias, pois para as ciências ecológicas, a população tem relevância fundamental, no contraste entre crescimento demográfico e equilíbrio ambiental, e segundo Foucault, começou a e delinear-se como referência de governo, como um campo de intervenção, onde a multiplicidade dos homens pode ser governada. Indivíduos ligados a materialidade na qual existem. O ambiente é uma zona de interferência entre eventos produzidos pelos indivíduos, populações e grupos que ocorrem em torno deles. (p.265)

O Ambiente e a população-espécie

O evolucionismo biológico na primeira definição da ecologia como ciência do zoólogo darwinista Ernert Haeckel, define que: ecologia é a ciência das relações entre o organismo e o mundo externo, onde em um modo mais amplo se reconhece os fatores da luta pela sobrevivência. Esses são em parte de natureza orgânica e inorgânica (características físicas, químicas, temperatura, pressão, umidade, qualidade da água e solo, etc. (p.265)

Essa definição se torna possível porque na teoria evolucionista assume como objeto indispensável, a relação entre as variações demográficas das espécies e as condições matérias de sobrevivência. Segundo a teoria evolucionista darwiniana, a consistência numérica das espécies tende a crescer segundo uma progressão geométrica se não encontrar limites nas condições ambientais. (p.266)

Para Darwin, os organismos e espécies para sobreviver crescem e se reproduzem para evitar se extinguir e participam da luta pela “existência” no mecanismo de seleção natural.

Darwin se inspirou na teoria Mathusiana sobre os princípios de população, onde a população tende a aumentar em proporção geométrica e os meios de subsistência em progressão aritmética. A desproporção desta relação expõe periodicamente a população à fome, doenças e a perigos de danoso decrescimento. Malthus questiona: Como é possível evitar que o desenvolvimento da produção de bens de subsistência provoque um crescimento demográfico que supere os limites deste mesmo desenvolvimento? A interpretação de sua preocupação, foi recolocada pela cultura ecológica do sec. XX pelo questionamento: Como evitar que a relação de reciproco desenvolvimento produtivo e crescimento de população comprometa os recursos naturais e as condições ambientais dos quais dependem um e outro? Essa é a grande questão que o discurso ecológico agita.

É preciso sublinhar que o discurso de Malthus e indiretamente de Darwin, já se faziam presentes no discurso ecológico contemporâneo entre o problema econômico do desenvolvimento da produção e a questão da biopolitica do crescimento demográfico. Já bem antes dos anos 70 do sec. XX de  Malthus e Darwin, se deu-se o nascimento da chamada ecologia das populações, que se ocupa tanto das relações entre ciclos demográficas das espécies e seus ambientes, quanto as implicações econômicas dessas relações. A ecologia das populações tende a conjurar a alteração do equilíbrio entre seres viventes e ambiente, busca mais, ou menos, racionalizar a relação entre economia e consistência das várias espécies, dirigindo sua atenção não só ao tipo econômico mas ao biopolitico aos seus ciclos reprodutivos. (p.268)

O matemático belga Pierre Verbulst, influenciado por Malthus determinou a lei do crescimento demográfico, onde a consistência de uma população-espécie, após certo período de crescimento, inicialmente moderado e depois acentuado, alcança seu limite e permanece estável em cero nível. Seu maior defensor o biólogo americano Raymond Pearl nos anos 20, se empenhou em demonstrar que poderia ser amplamente aplicada, inclusive na espécie humana, esta lei representou uma importante referencia à ecologia científica. No entanto, agora representa uma lei que a população humana deveria, mas não consegue respeitar. (p.269)

Ecossistemas e economia bioenergética

O surgimento da teoria dos ecossistemas, a abordagem bioevolucionista do saber ecológico é reconectada, subordinada as ciências físicas e químicas. As relações entre as esferas biológicas e o mundo físico serão descritas pela permuta e transformação de matéria e de energia. A biosfera vista como um gigantesco mecanismo de acumulação, consumo, e de conversão de energia, que produz a matéria viva, extraindo do ambiente também a matéria inorgânica necessária para este escopo. A teoria ecossistêmica tem em vista, fazer com que os componentes biológicos, energéticos e químicos dos ecossistemas se combinem.  (p.270/271)

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