Esterilização

1 INTRODUÇÃO

O termo esterilização pode ser entendido como um processo de total eliminação de veda microbiológica seja ela bacteriana fungicida e viral com o uso de métodos físicos e químicos.

Conforme TLUSTY (1996), a Central de Material e Esterilização (CME) é a área responsável pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares.

Na esterilização deve-se levar em conta a ação de cada microrganismo, ou seja, o meio no qual ele se encontra e como se prolifera. E é nesse sentido que o processo de esterilização assume um papel mais complexo. Portanto, esterilizar significa eliminar os microrganismos a tal ponto que não seja mais possível detectá-los no meio em que se proliferam.

Atualmente os métodos de esterilização usados em Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS) são: físicos, físico-químicos gasosos e químicos líquidos.

Os processos físicos tem o calor de forma úmida e seca, os físico-químicos gasosos têm como esterilizantes o óxido de etileno, vapor a baixa temperatura e formaldeído, gás plasma e vapor de peróxido de hidrogênio.

Vale ressaltar que a esterilização deve ter atenção redobrada no que diz respeito a artigos críticos (materiais utilizados para biópsias ou procedimentos que atravessam a pele ou mucosas). E é justamente por isso que no Brasil ficou proibida a utilização da imersão manual química, sendo justificada pela ocorrência de falhas humanas, sendo necessário um controle maior para que esse método seja seguro. Hoje no mercado existem tecnologias disponíveis para esterilização, pois com o advento de novas técnicas cirúrgicas são utilizados equipamentos caros e não resistentes a temperatura, podendo ser esterilizados através do processo de autoclavagem.

Todo esse processo de esterilização é realizado na CME (Central de Materiais e Esterilização). Para um melhor entendimento dos processos utilizados hoje na CME, é necessário entender como eram realizados certos procedimentos no início do século XIX. Nessa época, os cirurgiões enfrentavam grandes dificuldades para a realização de cirurgias, a falta de recursos era extrema, podendo o paciente correr sérios riscos de infecções. Os procedimentos cirúrgicos só eram realizados em casos extremos, por exemplo, nos campos de batalha ou na casa dos cirurgiões, sem nenhum cuidado, higiene, assepsia do ambiente ou dos instrumentos, sendo esses últimos limpos com qualquer pano e guardados precariamente (THORWALD, 1960).

Com a descoberta de novos procedimentos, técnicas cirúrgicas e anestésicas se fizeram necessário um local para o armazenamento de materiais cirúrgicos e a limpeza dos mesmos, bem como pessoas que se responsabilizassem por essas tarefas.

Portanto, atualmente, a CME destaca-se no âmbito hospitalar, como prestadora de serviços de assistência, colocando sempre em primeiro lugar a segurança e saúde do paciente.

 

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Centrais de Materiais e Esterilização

Conforme SILVA (1996), a CME “caracteriza-se como uma unidade de apoio a todos os serviços assistenciais e de diagnósticos que necessitem de artigos odonto-médico-hospitalares para a prestação de assistência a seus clientes”.

CME é o setor responsável pela higienização e processos de limpezas de instrumentais médicos hospitalares e artigos. É nela que é realizado todo o controle de entrega de instrumentais.

Segundo SALMAZO (1996) é na CME que se realiza o controle, o preparo, a esterilização e a distribuição dos materiais hospitalares.

A CME se divide em várias áreas:

• Expurgo

• Preparo e acondicionamento

• Esterilização

• Armazenagem e distribuição

Também podemos classificar a CME em áreas:

• Contaminadas onde recebe materiais sujos para posteriormente ser realizada a limpeza, a descontaminação e secagem.

• Área limpa local onde os materiais encontram-se prontos, sendo selecionados, armazenados, identificados, esterilizados e distribuídos.

Assim podemos classificar suas áreas:

2.1.1 Expurgo

É o setor responsável a receber todo material contaminado (sujo), é uma área destinada à limpeza e descontaminação desses materiais. Um dos objetivos do expurgo é reduzir a carga microbiana dos artigos, tornando-os seguros para manuseio posterior e apto para sofrerem desinfecção/esterilização (PINTER; GABRIELLONI, 2000).

Segundo SILVA (2000) expurgo é o local mais contaminado da CME, onde é realizado: limpeza, descontaminação e separação de materiais utilizados. Essa área deve dispor de pias com cubas fundas a fim de evitar os respingos no colaborador, torneiras com água fria e quente, balcões em aço inoxidável onde todo material será depositado para secagem e separação.

Ressaltando a importância dos EPIS neste setor devido a total exposição do colaborador a materiais sujos com sangue e fluídos corpóreos.

FIGURA 1 – Expurgo

Fonte: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, HOSPITAL UNIVERSITARIO CENTRAL DE MATERIAL. Expurgo. Disponível em: <http://www.hu.uel.br/cm/limpeza.html>. Acesso em 25 de março de 2014.

2.1.2 Preparo e Acondicionamento

A principal função deste setor é o controle da limpeza feita no expurgo (limpeza, descontaminação e separação de materiais usados), aqui se dá a seleção quanto à funcionalidade do material, integridade e os mesmo são guardados e identificados de acordo com o padrão da instituição.

Esse setor divide-se de acordo com o material preparado podendo ser: borracha, roupas, instrumentos cirúrgicos, vidraria e materiais especiais. A iluminação é muito importante para os funcionários desse setor, pois é através de uma boa iluminação que farão a inspeção dos materiais. Nesse ponto, já existe no mercado lâmpadas fluorescentes que melhoram a visualização (SILVA, 1998).

Segundo MARZIALE (1995), para realizar o preparo e acondicionamento adequado, é necessário ter adequações apropriadas para possibilitar ao trabalhador uma postura confortável e correta durante a jornada de trabalho, para isso cadeiras com altura regulável