Estudo De Caso: Análise Sociológica De Atitude De Vida Cotidiana Relacionada à Teoria De Marx Weber.

1. Introdução:

As atitudes e comportamentos do ser humano, muitas vezes se tornam padrões a serem seguidos, sendo até transferidos de geração a geração. A sociedade depende dessas ações para caminhar e traçar um objetivo de vida. Todas as ações, mesmo que cotidianas, tem um direcionamento e um significado para ocorrerem, seja por imposição do estado (cumprimento das leis, por exemplo), por imposição da sociedade ou por uma obrigação social, como valores e religião. A sociologia estuda essas atitudes e descreve o comportamento das pessoas que compõem os grupos sociais. Na visão de Max Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das chamadas ações sociais, e fazê-lo é encontrar as causas que as determinam.

Para Weber, a ação social é aquela que é orientada ao outro. No entanto, há algumas atitudes coletivas que não podem ser consideradas sociais. -se que ações imitativas, nas quais não se confere um sentido para o agir, não são ditas ações sociais (SILVA, 2006 p.2). Mas o objeto da Sociologia é uma realidade infinita e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem de fato, mas que norteiam a referida análise.

O presente estudo irá exemplificar, por meio de análise de comportamento anunciado em um website de circulação de notícias, como se dá a ação social de Weber e como ela é presente em atitudes cotidianas.

2. Objetivo:

Exemplificar e realizar estudo, por meio de analise de comportamento, anunciado em um website de circulação de notícias nacionais, como se dão as ações sociais, apresentadas por Marx Weber, e como elas são presentes nas atitudes cotidianas.

3. Descrição do caso:

O caso estudado refere-se a um grupo de ativistas do estado de São Paulo, que invadiram a sede do Instituto Royal, um laboratório que realiza pesquisas e que utilizava cães da raça Beagle, além de outros animais para testes de medicamentos e foi acusado de maus tratos aos animais pelos invasores. A invasão ocorreu no dia 18/10/2013, após uma reunião ocorrida dentro do instituto, onde se ouviam latidos e choros dos cães e teve a participação de grupos de manifestantes que apoiam a causa contra os maus tratos aos animais, que juntos acabaram conseguindo resgatar animais que possivelmente estavam sendo mal tratados em testes bioquímicos.

4. Análise sociológica:

O Ativismo, no sentido filosófico, pode ser descrito como qualquer doutrina ou argumentação que privilegie a prática efetiva de transformação da realidade em detrimento da atividade exclusivamente especulativa (WIKIPEDIA, 2013).

Existem várias correntes de ativismo, podendo-se citar o anticonsumismo, o anticorporativismo, antiglobalização, guerrilha, justiça nacional, ambientalismo entre outros, sendo o abordado no objeto do estudo de caso, o ambientalismo.

A humanidade faz parte da natureza e depende dela para sua sobrevivência, mas a civilização dá a ela o poder de mexer com a natureza em escala sempre crescente, para bem ou para mal. Entre os efeitos negativos desta intervenção, encontra-se o emprego de animais para utilização para vários fins, desde o consumo até as pesquisas científicas, atendendo os objetivos do homem.

Os movimentos ambientalistas e pacifistas constituem-se num ponto de inflexão na história da mobilização social e da ação coletiva: trata-se de movimentos portadores de valores e interesses universais que ultrapassam as fronteiras de classe, sexo, raça e idade. (OFFE et al,1983,p. 86-107).

São extremamente complexos desde o ponto de vista sociológico: sua base social atravessa definidamente as fronteiras de classe (participam profissionais de alta qualificação, estudantes, camponeses, colarinhos brancos, funcionários públicos, operários, pequenos empresários, executivos); sexo (participam homens e mulheres); raça (geralmente há participação de minorias étnicas); idade (desde jovens estudantes e crianças do primário até aposentados) (CAPRA, 1984).

Os movimentos ativistas ambientalistas se relacionam diretamente com o conceito de “defender uma causa”, de lutar em prol de valores protegendo os componentes da natureza, fator que vem de encontro à teoria de Marx Weber, acerca das Ações Sociais:

Por "ação" deve-se entender como uma conduta humana (que pode consistir num ato externo ou interno, numa condição ou permissão) sempre que o sujeito ou os sujeitos da ação envolvam-na de um sentido subjetivo. A "ação social", portanto, é uma ação em que o sentido indicado por seu sujeito ou sujeitos, refere-se à conduta de outros, orientando-se por esta, em seu desenvolvimento.

(WEBER, Max. Ética Protestante e o Espírito Capitalista. 4ed, 1985)

Para Weber, toda ação social deve ser compreendida e interpretada, possuindo um sentido, e quanto mais racional, mais é possível a interpretação endopática e o cálculo exclusivamente intelectual dos meios, direção e efeitos da ação ainda quando existe uma grande distância entre os valores do agente e os do sociólogo (QUINTANEIRO et al, p.114). Nessa conjuntura, as ações sociais dos indivíduos, são dotadas de sentidos e formuladas na própria sociedade.