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Estudo de caso da Unidade

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Por:   •  19/9/2013  •  Tese  •  3.656 Palavras (15 Páginas)  •  545 Visualizações

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Universidade Anhembi Morumbi

Escola de Negócios - Graduação Executiva

Gestão da Produção e Logística - Unidade 2

Prof. Alfredo Dias da Motta

Estudo de caso da Unidade 2

Leia o caso abaixo e responda as questões no fim do texto. Encaminhe ao professor por e-mail (profadmotta@gmail.com) até uma semana depois de recebido.

O consórcio modular da Volkswagen em Resende, Rio de Janeiro

A indústria automotiva ao longo do tempo tem sempre se mostrada pioneira e receptiva às novas filosofias de trabalho. Podemos citar como exemplos as inovações introduzidas por Henry Ford com a produção em massa, a criação de grandes corporações industriais verticalizadas com Sloan na General Motors, a produção enxuta desenvolvida por Ohno na Toyota, os grupos semi-autônomos implementados na Volvo e, mais recentemente, o consórcio modular implementado na fábrica da Volkswagen em Resende, no Rio de Janeiro. Pressionada por um mercado cada vez mais competitivo e concorrendo com marcas tradicionais no segmento de ônibus e caminhões como a Mercedes e a Ford, a Volkswagen teve de inovar para conquistar um lugar de destaque no mercado de caminhões e ônibus. Inaugurada em Novembro de 1996 a fábrica de caminhões e ônibus da Volkswagen inaugurou um modelo inédito de fabricação, chamado de consórcio modular. Na prática, o que está acontecendo nos galpões dessa fábrica, com 80 mil metros quadrados de área construída, é uma integração total entre montadora e fornecedores, num esforço para reduzir custos e ganhar competitividade nesses tempos de globalização econômica. Até a inauguração, a Volkswagen comprava centenas de peças de seus parceiros e montava sozinha os seus veículos. A partir desta planta, esse processo produtivo modifica-se por completo (PELUSO 1996).

Trata-se de um radical processo de outsourcing, ou seja, da transferência das atividades conhecidas como atividades meio, e nunca as atividades fins (produto final), para uma empresa terceirizada.

O processo de consórcio modular

A organização do consórcio modular surgiu da necessidade de garantir maiores ganhos de produtividade como vantagem competitiva. As montadoras buscavam simplificar a cadeia produtiva com a diminuição do número de fornecedores estabelecendo o outsourcing, definindo-se um novo conjunto de necessidades a serem atendidas pelos fornecedores, como no Global Sourcing, onde os fornecedores são chamados a participar no projeto e desenvolvimento do produto e a fornecer sistemas e módulos completos, em várias partes do mundo (BERTAGLIA 2009).

Com isso, a tendência é a configuração de um novo modelo de empresa do setor. Estas empresas deverão ser capazes de realizar projetos, montar sistemas, realizar a montagem no produto final e gerir a sua própria cadeia de fornecedores (BERTAGLIA 2009).

O projeto do consórcio modular implementado na fábrica da Volkswagen é um projeto idealizado por Jorge Ignácio Lopez de Arriortua, ex General Motors.

Neste tipo de organização ocorre uma mudança no foco estratégico da montadora que anteriormente focalizava sua estratégia na produção. Com a organização modular, o foco passa a ser em outras atividades como engenharia de produto, qualidade, distribuição e marketing e o foco na produção passa a ser de responsabilidade dos fornecedores que anteriormente apenas entregavam os produtos acabados para a montadora. Conseqüentemente, as empresas do setor de autopeças, denominados de modulistas ou consorciados tiveram que absorver novas funções tornando-se, agora, fornecedoras de módulos, com atribuição de novas funções ao seu escopo (RESENDE et al 2002 ).

Segundo Resende et al (2002) no consórcio modular é fundamental entender a escada de transformações das relações entre a montadora (empresa focal) e os modulistas. Nela podem-se ver as transformações necessárias para a realização da parceria genuína na cadeia produtiva com o envolvimento de todos os membros. Cada degrau nos informa a atividade realizada naquele nível pelo modulista e pela montadora. Para se galgar os degraus é necessário que os dois lados do consórcio se transformem e se unam para desenvolver competências distintas em cada nível, sendo que os modulistas, inicialmente, se envolvem somente com a montagem e a perspectiva futura é de realizar o desenvolvimento de novos produtos atingindo o topo da escada. A montadora que, inicialmente simplificou a sua estrutura com o outsourcing, redefinindo o seu foco estratégico, espera, no futuro, realizar uma parceria genuína com os consorciados

Unindo competências distintas, escada de transformação no consórcio modular. Fonte: COLLINS et al apud RESENDE et al (2002)

O grande desafio do projeto e desenvolvimento do conceito foi combinar todas as novas soluções e descobertas, as evoluções tecnológicas das últimas décadas, os novos processos logísticos, com a necessidade de um novo conceito de produ¬ção inovador, revolucionário, extremamente voltado para o baixo custo, flexível às flutuações do mercado, atendendo às necessidades cada vez mais específicas de produtos diferenciados (produtos customizados) para cada tipo de cliente, de operação e carga específica.

Passou-se então, durante o planejamento e projeto da fábrica, à es¬tratégia de tentar usar ou combinar tudo o que a indústria automobilística havia desenvol¬vido, em relação à cadeia de suprimentos e à logística, como a chegada da internet, os novos processos e soluções de armazenagem e transporte, os novos sistemas de computação altamente eficazes, rápidos e confiáveis e todas as outras ferramentas disponíveis no processo, programação, matéria-prima, fornecimento, trans¬porte, armazenagem, alimentação das linhas, produção, controle, expedição e venda (BERTAGLIA 2009).

A definição dos fornecedores e a cadeia de abastecimento

O primeiro passo e ponto-chave em toda a cadeia foi definir os novos fornecedores e prepará-los para esse novo conceito de produção, capacitando cada um deles dentro de uma única plataforma de comunicação via rede, para o recebimento dos programas de produção de maneira confiável, planejando os volumes anuais, dando a visão do que vai ser produzido nos próximos meses, semanas, dias e a cada

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