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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-FILOSÓFICA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM UNIDADES HOSPITALARES DE HIV/AIDS

Artigo: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-FILOSÓFICA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM UNIDADES HOSPITALARES DE HIV/AIDS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/10/2013  •  493 Palavras (2 Páginas)  •  1.087 Visualizações

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Sendo o cuidado considerado o objeto de estudo da enfermagem, várias concepções têm coexistido na atualidade, variando conforme a perspectiva teórico-filosófica e o cenário da prática. Vivenciando a rotina dos enfermeiros no âmbito hospitalar do cuidado a pacientes com HIV/Aids, percebeu-se uma grande influência do modelo biomédico, no qual as técnicas e a medicalização tornam-se mais importantes do que o cuidado ao sujeito. Tendo como base a concepção filosófica heideggeriana, a ideia do cuidado emancipatório e a concepção teórica do cuidado humanístico de Paterson e Zderad, questionou-se: como se configura o cuidado de enfermagem realizado por enfermeiros em unidades de internação em HIV/Aids? Esse estudo teve como objetivo analisar as concepções de cuidado concebidas pelos enfermeiros que atuam em unidades de internação referentes ao cuidado a pacientes HIV/Aids. Tratou-se de uma pesquisa de natureza descritiva com abordagem qualitativa. Foi realizada em um hospital de referência em doenças infecciosas, locado no município de Fortaleza/CE, no período de abril e maio de 2012. A partir dos critérios do estudo, dos vintes enfermeiros que atuam nas unidades de internação de HIV/Aids, dezesseis atenderam aos critérios. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semi-estruturada, sendo utilizada a técnica de análise de conteúdo de Bardin. A pesquisa teve início após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa do referente hospital, sob o processo de Nº 012/2010. Foram atendidas as recomendações da Resolução nº196/96. Na análise dos discursos, alguns entrevistados consideraram o cuidado como um ato de amenizar o sofrimento através da escuta e do diálogo com sujeito a fim de dá conta das particularidades do HIV/Aids, abrangendo tanto as experiências do sujeito como as do profissional. Nestas falas, identificamos traços que caracterizam o cuidado na perspectiva de Paterson e Zderad, ou seja, como uma relação intersubjetiva, dialogada, na qual a experiência do sujeito é valorizada pelo profissional. Outros profissionais perceberam o cuidado como algo inerente a todo ser humano, sendo a essência do homem. Esta ideia remete a concepção existencialista de Heidegger, no qual o cuidado é um modo-de-ser essencial da humanidade. Alguns enfermeiros relataram que cuidar é “orientar e construir o saber junto com o paciente”, a fim de poder envolvê-lo no seu processo de cuidado. Pudemos construir uma analogia com o cuidado emancipatório, que diz respeito à aquisição do conhecimento como uma forma do sujeito reconhecer suas potencialidades/limites e emancipar-se. Porém, o cuidado voltado à prática das habilidades técnicas foi um conceito também citado, mostrando como ainda os profissionais relacionam a imagem do cuidado à realização de procedimentos. Concluímos que o enfermeiro parece reconhecer que cuida de um sujeito que têm uma história, necessidades, vontades, por isso fala em holismo, diálogo, autonomia e que apesar de não terem o conhecimento que utilizam concepções teórico-filosóficas na prática do cuidado, notou-se claramente reflexões que remetem a conceitos propostos por Paterson e Zderad, Pires e Heidegger, o que nos mostra a configuração de diversas faces que o cuidado pode apresentar na atitude dos profissionais.

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