Formação: uma ferramenta para desenvolvimento e produtividade?
Tese: Formação: uma ferramenta para desenvolvimento e produtividade?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 5/11/2014 • Tese • 1.358 Palavras (6 Páginas) • 484 Visualizações
2. Treinamento: a Ferramenta para o Desenvolvimento e para a Produtividade?
A necessidade de avaliar o desempenho e desenvolver o treinamento nas organizações surgiu
de forma sistemática no início do século XX. Com o objetivo de avaliar e incrementar a
produtividade do trabalhador a partir de uma análise científica e com o crescimento das
relações humanas, em um esforço combinado do teórico e do empirico, tornou-se possível
sensibilizar os gestores sobre a importância em aplicar o treinamento e a avaliação, que estão
diretamente relacionados à satisfação e à produtividades dos funcionários (RESENDE et al.,
2004).
Conceituar treinamento não é uma tarefa fácil, pois há correntes de pensamento referindo-se e
defendendo às similaridades ou diferennças entre treinamento, desenvolvimento e educação.
A palavra treinar é derivada do francês traîner e significa exercitar-se para competições
desportivas, adestrar, acostumar. A palavra treinamento, por sua vez compõe-se de
treinar+mentor, sendo que mentor significa pessoa que aconselha, ensina ou guia
(SILVEIRA, 2004).
Drucker (apud SCHONBERGER, 1996) afirma que o pai do treinamento é Frederick W.
Taylor, pois foi o pioneiro na documentação dos elementos do trabalho para que as pessoas
pudessem ser treinadas para executarem as atividades com eficiência minimizando as
variações do processo.
Para Aleixo (2005, p. 15) Treinamento e Desenvolvimento é um “conjunto de ações
organizacionais, intencionalmente desenhadas para promover aprendizagens dos
trabalhadores, visando melhoria de desempenhos e crescimento pessoal”. XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008
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Lacerda (2003) definiu treinamento como uma aquisição sistemática de atitudes, conceitos,
conhecimentos, regras ou habilidades que resultem na melhoria do desempenho no trabalho,
obtidos por meio da análise de tarefas e princípios da tecnologia instrucional. Campos et al.
(2004) concorda e complementa definindo que o treinamento é um processo que auxilia o
empregado a adquirir eficiência no seu trabalho presente ou futuro, através de apropriados
hábitos de pensamento. Para Magalhães e Andrade (2001) o treinamento pode ser visto como
uma ferramenta de vital importância para o aumento da produtividade do trabalho, e também
como um fator de auto-satisfação do treinando, constituindo-se um agente motivador,
complementa ainda que abrange uma somatória de atividades que vão desde a aquisição de
habilidade motriz até o desenvolvimento de um conhecimento técnico complexo, bem como
modificações de comportamentos em função de problemas sociais amplos.
Ishikawa (1986) comenta que a qualidade começa e termina com Educação. Chiavenato
(2004, p. 402) explica que o termo educação é relativo à preparação da pessoa para o
ambiente dentro ou fora do trabalho, ou seja, no longo prazo, já o treinamento é “um processo
educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada através do qual as
pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e competências em função de objetivos
definidos”.
Conceitualmente, segundo Esculápio (2003) treinamento é considerado um processo
educacional sistemático e organizado, por meio do qual as pessoas mudam o seu
comportamento, adquirindo conhecimentos específicos, desenvolvendo habilidades e
modificando atitudes:
a) conhecimentos (informação, saber o quê, saber o porquê);
b) habilidades (técnica, capacidade, saber como);
c) atitudes (querer fazer, identidade, determinação, convicção).
Parry (apud BOSE, 2004) reúne os três termos mencionados por Esculápio e configura a
definição de competência: é um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes
relacionadas, que afetam a maior parte de uma tarefa (papel ou responsabilidade),
correlacionando à performance, que possa ser medido contra parâmetros bem aceitos, e que
pode ser melhorada através de treinamento e desenvolvimento. Green (2000) explica ainda
que o conhecimento e as habilidades no trabalho deveriam suportar as competências
essenciais e as capacidades competitivas de uma organização. Pilati e Andrade (2005)
comentam da importância do conjunto de comportamentos e da dimensão social, como o
convencimento da chefia e o envolvimento de colegas de trabalho no contexto do
treinamento.
O treinamento envolve, portanto a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao
trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente do
desenvolvimento de habilidades e competências.
Lacerda e Abbad (2003) afirmam que as organizações têm questionado a eficácia das ações de
treinamento, buscando avaliar o retorno de seus investimentos nessa área. No entanto, sem a
intenção de egotar o tema, pode-se afirmar que treinar, desenvolver e/ou educar, conceitos
sinônimos ou complementares, são importantes alternativas para as mudanças de atitudes,
conhecimentos ou habilidades necessárias ao desempenho adequado do capital humano na
empresa.
2.1 Importância do Treinamento XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008
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Estudos empíricos e bibliográficos comprovam a importância do treinamento nas
organizações, evidenciando que não treinar pessoas quando admitidas em um emprego e
durante a permanência do trabalhador em uma empresa pode ser um grande erro. Deming
(1990) dá grande importância ao treinamento das pessoas em ambiente organizacional, para
que façam bem seu trabalho, mas há requisitos necessários para a organização, pois quando a
empresa está em estado de caos (má chefia, má administração, inexistência de controle
estatístico), é impossível para qualquer um dentro da organização desenvolver sua capacidade
real e potencial de trabalhar de maneira uniforme ou em favor da qualidade, o autor ainda
afirma: “não é econômico tentar dar mais treinamento em um ambiente inapropriado como
este”.
O treinamento afirma Esculápio (2003), funciona como o principal catalisador da mudança da
gestão de pessoas nas organizações, confrontando o desempenho passado e atual com novos
patamares que se pretende alcançar no futuro, comenta ainda, que a capacitação contínua das
pessoas para níveis cada vez mais elevados de desempenho deve ser incentivada, pois a busca
da excelência e da perfeição deve ser uma jornada infinita, tanto das pessoas, quanto das
organizações. A superação do despreparo em todos os níveis organizacionais poderá,
portanto, ser equacionada por meio do treinamento e desenvolvimento pessoal. Campos et al.
(2004) justifica que o treinamento vem sendo utilizado pelas empresas com o objetivo geral
de desenvolver pessoas, tanto na aprendizagem de novas habilidades quanto na ampliação
daquelas já existentes, uma vez que as pressões sócio-culturais, tecnológicas, econômicas e
políticas direcionam as organizações contemporâneas a se adaptarem às exigências que o
mercado impõe, focando mais intensamente seu capital humano. Chiavenato (2004)
complementa os objetivos do treinamento e desenvolvimento:
a) Preparar as pessoas para execução imediata das diversas tarefas do cargo;
b) Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas em seus
cargos atuais, mas também para outras funções mais complexas;
c) Mudar as atitudes das pessoas seja para criar um clima mais satisfatório entre elas ou para
aumentar-lhes a motivação e torná-las mais receptivas às novas estratégias
organizacionais.
A importância do treinamento e desenvolvimento envolve as dimensões da produtividade, das
relações e da qualidade. Do ponto de vista da produtividade, procurando atingir as metas e os
melhores resultados tanto pessoal quanto da organização; do ponto de vista das relações,
estabelecendo vínculos e a boa comunicação, inspirando e motivando os funcionários a fazer
emergir o melhor deles e da organização; e finalmente, do ponto de vista do desenvolvimento
da qualidade, auxiliando indivíduos e organizações a preencherem demandas e expectativas
da qualidade global da empresa (SILVEIRA, 2004). Sousa (2001) complementa que com
treinamento adequado, as equipes de trabalho podem atacar problemas complexos e crônicos,
descobrindo soluções eficazes e permanentes.
A prática do treinamento e desenvolvimento proposta por Silveira (2004), se ajusta com a
citada por Esculápio (2003), e que podem ser resumidas em três pontos:
a) Preparar profissionais para atividades técnicas ou gerenciais novas ou mais complexas que
as outras;
b) Melhorar o desempenho nas atividades técnicas ou gerenciais já exercidas;
c) Sensibilizar, conscientizar, promover aprendizagem tanto em relação a akspectos técnicos
quanto a comportamentais ou atitudinais. XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
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O treinamento em habilidades técnicas fornece uma maneira lógica e eficaz de uma
organização manter e ampliar suas competências e capacidades coletivas, fundamentais na
alavancagem rumo ao domínio das novas e futuras tecnologias. Desenvolver habilidades de
percepção dos novos desafios edifica a prática do pensamento crítico e altera gradativamente
a cultura da organização em lidar com o novo (LACERDA; ABBAD, 2003).
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