GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DE PRODUTOS EXPORTADOS PARA ANGOLA

GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DE PRODUTOS EXPORTADOS

PARA ANGOLA

Caio César Nunes Oliveira

Matheus Yakomizo Buainain

Rodrigo Martins Portes de Almeida

Vinícius Grossi de Sousa

William Gavioli Ciscare

Eliacy Cavalcanti Lélis

Roberto Giro Moori

RESUMO

A adequada gestão da cadeia de suprimentos pode reduzir o tempo ciclo do pedido dos

produtos, tornando-os competitivos. O objetivo deste artigo é estudar o ciclo de pedido

na cadeia de suprimentos dos produtos brasileiros exportados para Angola. Para tanto,

esta pesquisa exploratória utilizou técnicas de pesquisa bibliográfica e de campo

aplicada aos gerentes e diretores das empresas exportadoras de produtos brasileiros para

os consumidores finais de Angola. Os resultados revelaram que a burocracia enfrentada

pelos gestores no processo de exportação e fatores relacionados a transporte e infraestrutura,

tanto angolana quanto brasileira são os principais aspectos que impactam na

redução do ciclo logístico de produtos exportados para Angola. Diante destes resultados

e com base na amostra estudada, conclui-se que as principais dificuldades enfrentadas

pelos exportadores brasileiros para o mercado angolano são provenientes de fatores

indiretos e não dependentes da atuação das operações da empresa, mas de outros

agentes como órgãos públicos.

Palavras-chave: Mercado angolano; gestão da cadeia de suprimentos; ciclo do pedido;

exportação.

1 INTRODUÇÃO

Os países chamados de "emergentes" são aqueles de segundo ou terceiro mundo que se

industrializaram e continuam crescendo. Em 2003, foi criado o G-20, que uniu os vinte

maiores países emergentes do mundo para fazer frente ao G-8, o grupo dos oito países

mais ricos do mundo. Com a entrada dos países do chamado segundo mundo, criou-se

um tipo de subdivisão para a classificação dos países emergentes:

- Países emergentes economicamente são países que tem uma economia muito forte, ou

forte, muitas vezes comparadas com economias de primeiro mundo, como é o caso do

Brasil, tendo um parque industrial complexo, exportando tanto maquinário de ponta

quanto matéria-prima.

- Países emergentes socialmente. São países que tem uma sociedade, comparada com

países de primeiro mundo, por algumas vezes até melhor, mas não têm ainda um

impacto econômico forte como os países emergentes economicamente.

A inserção do Brasil no mercado global vem crescendo paulatinamente, principalmente

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REVISTA JOVENS PESQUISADORES

ANO VI, N. 10, JAN./JUN. 2009

no início da década de 1990, devido ao processo de abertura econômica que consistiu na

aplicação de uma série de medidas que visavam à eliminação das barreiras

protecionistas impostas à importação. Com isso, a economia brasileira integrou-se aos

fluxos de capitais em busca de fontes de aplicação rentáveis em países em

desenvolvimento, inclusive na América Latina.

As exportações brasileiras consistem basicamente em produtos de baixo valor agregado,

como sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos, resíduos e

desperdícios das indústrias alimentares; alimentos preparados para animais, minério de

ferro e seus concentrados e combustíveis minerais; óleos minerais e produtos da sua

destilação. Nos últimos anos, todavia, o Brasil tem apresentado melhorias no que diz

respeito ao perfil de suas exportações, incluindo automóveis e componentes.

Diante deste cenário, são claras as oportunidades de negócio para as atividades de

exportação praticadas pelo Brasil e, dentre os possíveis mercados a serem explorados,

destaca-se Angola: um país situado na África que sofreu com três décadas de guerra

civil e que agora pretende recuperar sua infra-estrutura e parque industrial que foram

totalmente destruídos durante este período. Angola é um país que demanda

praticamente tudo, desde indústrias de base e construção até produtos a serem vendidos

no varejo. Serviços de capacitação profissional e educação, que o Brasil tem oferecido

em pequena escala, na forma de assistência, podem também se converter em produto de

exportação. A África, no geral, é rica em recursos naturais como minérios, madeira e

petróleo, mas o comércio com o resto do mundo costuma ser difícil. Entre as causas

estão infra-estrutura precária, instabilidade governamental, o impacto da AIDS na

população em idade economicamente ativa e a corrupção.

Diante deste contexto apresentado, observa-se que há um grande potencial de comércio

internacional