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Genero Do Narrar

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Por:   •  30/9/2013  •  5.754 Palavras (24 Páginas)  •  353 Visualizações

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NARRAR, IMAGINAR E SE MOVIMENTAR: Um estudo sobre a

“inseparabilidade linguageira entre corpo, imagem e palavra” na

Educação Infantil.

Aluna: Bianca Bressan de Paula

Programa: PIC FEUSP (sem concessão de bolsa)

Orientadora: Profª. Drª. Patrícia Dias Prado

APRESENTAÇÃO

O título deste projeto: Narrar, Imaginar e se Movimentar: Um estudo sobre a

“inseparabilidade linguageira entre corpo, imagem e palavra” na Educação Infantil, tem

como inspiração os estudos de Richter (2007, p.13) e, como parâmetros de análise, as

contações e as narrações de histórias e estórias - entendendo as primeiras como fatos

reais, vividos, e as segundas como ficcionais, inventadas, imaginadas (ALVES, 2009) –

e quais linguagens corporais, gestos e movimentos estas suscitam, inspiram, pretendem

e revelam, essencialmente do ponto de vista das crianças pequenas, no campo da

Educação Infantil1

.

Considerando o mundo capitalista em que vivemos, cuja tecnologia da

informação, agilidade e velocidade de equipamentos eletrônicos tomaram conta de

nossas vidas e de nossos corpos2

, dicotomizando-os e estabelecendo estereótipos de

gênero (FINCO, 2007), de etnia, de idade (PRADO 2007), de classe social, de padrões

de melhor e pior, bonito e feio, certo e errado, etc., no qual as crianças são vistas como

um projeto do que está por vir: o(a) adulto(a), ou seja, elas são consideradas “passivas”,

para se tornarem posteriormente “ativas” quando adultos(as) (PERROTI, 1982),

questionou-se, nesta pesquisa, como as narrativas e as contações poderiam criar,

1

Modalidade de instituição que garante a 1ª Etapa da Educação Básica e compreende a faixa etária de 0 a

5 anos e 11 meses, também composta pelo Ensino Fundamental e pelo Ensino Médio.

2

Levando em conta que, todas as vezes que me referir a “corpos”, eu os considerarei por inteiro, sem a

cisão costumeira que se faz entre corpo e mente; ao falar em corpos, refiro-me a ambos.6

suscitar, reprimir, etc., movimentos e linguagens corporais, ampliando o olhar para as

crianças enquanto produtoras de culturas (PERROTI, 1982), (PRADO, 2005) e, no

sentido de concebê-las como produtoras de narrativas, de estórias e de gestualidades.

Enquanto auxiliar de classe de uma escola de Educação Infantil (Emei) da

Prefeitura de São Caetano do Sul – em uma turma de crianças de 5 anos de período

integral – e como professora de dança de salão que já fui, pude observar que as

linguagens corporais e as do movimento se fazem constantemente presentes entre as

crianças pequenas. Desta forma, eu me propus, nesta investigação, colocar-me também

como pesquisadora, neste mesmo espaço público coletivo de Educação Infantil,

estranhando o familiar (PRADO, 2005) e tendo como centro de análise as narrações e as

contações de estórias e histórias feitas por mim e pelas crianças, e as linguagens

corporais delas suscitadas.

Esta pesquisa permitiu observar e conhecer as múltiplas formas de linguagem

das crianças, especialmente as de seus corpos durante as narrativas que lhes proponho.

As narrativas propostas pelas próprias crianças, entretanto, além de observadas nos mais

variados momentos educativos, são reveladas de maneira inusitada, alegre e criativa,

principalmente durante suas brincadeiras livres, ou mesmo durante a proposta brincante

de construção de estórias.

Os movimentos e as linguagens corporais puderam ser gerados, sentidos,

demonstrados, experimentados ou reprimidos nas/pelas crianças, e não somente nelas

ou por elas, mas também por e em mim enquanto auxiliar de classe. Auxiliando nos

vários momentos coletivos de atividades, na organização da sala e dos materiais das

crianças, no almoço, na escovação de dentes, etc., ou atuando como professora, na

ausência desta – bem como, em outros momentos, como no parque, na hora do sono e

nas brincadeiras, construímos narrativas coletivas e observei outras das próprias

crianças.

A análise dos dados coletados aponta para novas e variadas maneiras de narrar e

de contar estórias pelas crianças pequenas, mostrando que: “(...) a incorporação, a

somatização e o controle imputados ao corpo, não acontecem sem resistências”,

(SAYÃO, 2008, p. 96) especialmente se lidamos com os corpos infantis, que denotam

nos mais variados momentos, através da oralidade ou, principalmente, através de sua 7

corporeidade, gestos, movimentos, expressões, olhares, etc., do que gostam ou

desgostam, o que lhes faz feliz e o que não lhes faz tão feliz assim.

Através

...

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