Governo
Seminário: Governo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: aguerra • 8/3/2014 • Seminário • 702 Palavras (3 Páginas) • 216 Visualizações
“O governo não pode ser uma empresa mas pode se tornar mais
empresarial”.
Gerald Caiden
“(...) o setor público não está numa situação em que as velhas
verdades possam ser reafirmadas. É uma situação que requer o desenvol-
vimento de novos princípios. A administração pública deve enfrentar o
desafio da inovação mais do que confiar na imitação. A melhora da
gerência pública não é só uma questão de pôr-se em dia com o que está
ocorrendo na iniciativa privada: significa também abrir novos caminhos”.
Les Metcalfe & Sue Richards
Em meados da década de 70, sobretudo a partir da crise do petróleo
em 1973, uma grande crise econômica mundial pôs fim à era de prosperidade
que se iniciara após a Segunda Guerra Mundial. Era o fim da “era dourada” —
na precisa definição de Eric Hobsbawn (H OBSBAWN , 1995) —, período em
que não só os países capitalistas desenvolvidos mas o bloco socialista e parte
do Terceiro Mundo alcançaram altíssimas taxas de crescimento. A principal
receita para o contínuo sucesso durante trinta anos foi a existência de um
amplo consenso social a respeito do papel do Estado, o qual procurava
garantir prosperidade econômica e bem-estar social.
O tipo de Estado que começava a se esfacelar em meio à crise dos anos
70 tinha três dimensões (econômica, social e administrativa), todas interligadas.
A primeira dimensão era a keynesiana, caracterizada pela ativa intervenção estatal
na economia, procurando garantir o pleno emprego e atuar em setores considera-
dos estratégicos para o desenvolvimento nacional — telecomunicações e petró-
leo, por exemplo. O Welfare State correspondia à dimensão social do modelo.
Adotado em maior ou menor grau nos países desenvolvidos, o Estado de bem-
estar tinha como objetivo primordial a produção de políticas públicas na área
social (educação, saúde, previdência social, habitação etc.) para garantir o supri-
mento das necessidades básicas da população. Por fim, havia a dimensão relativa
ao funcionamento interno do Estado, o chamado modelo burocrático weberiano,
ao qual cabia o papel de manter a impessoalidade, a neutralidade e a racionalidade
do aparato governamental.Grosso modo, a redefinição do papel do Estado na economia e a
tentativa de reduzir os gastos públicos na área social — tarefa esta nem
sempre bem sucedida — foram as duas saídas mais comuns à crise das
dimensões econômica e social do antigo tipo de Estado. Para responder ao
esgotamento do modelo burocrático weberiano, foram introduzidos, em larga
escala, padrões gerenciais na administração pública, inicialmente e com mais
vigor em alguns países do mundo anglo-saxão (Grã-Bretanha, Estados
Unidos, Austrália e Nova Zelândia), e depois, gradualmente, na Europa conti-
nental e Canadá. É neste último ponto — a passagem do modelo weberiano
para o gerencial — que se concentra a discussão deste trabalho.
Focalizo, primordialmente, o processo de surgimento e posterior
desenvolvimento do modelo gerencial (managerialism
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