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HISTÓRIA DA MOEDA

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Por:   •  6/10/2013  •  Tese  •  5.962 Palavras (24 Páginas)  •  433 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A moeda tem papel fundamental em nossa sociedade. A teoria monetária aborda seus impactos na economia, e abrange um conjunto de instituições e instrumentos que cumpre funções importantes como: a transferência de recursos entre unidades superavitárias e unidades deficitárias, a promoção do desenvolvimento, o aumento da liquidez de ativos reais, a mudança de características dos ativos financeiros, a negociação da propriedade de firmas, o ajuste do preço dos ativos de riscos, o aumento da eficiência produtiva dos recursos reais da economia e a existência de um canal para a condução da política monetária.

A economia de mercado é inconcebível sem esse conjunto de instituições e instrumentos, que está em constante transformação e caracteriza-se pelo seu dinamismo.

As instituições incluem o Banco Central, os bancos comerciais e múltiplos, as corretoras e outras instituições governamentais privadas.

2. MOEDA

Não existe uma definição aceita universalmente sobre moeda, por isso se delimita a moeda por suas três funções: Meio de troca, Unidade de conta e Reserva de valor.

Ou seja, moeda é algo que é aceito pela coletividade, para desempenhar essas funções.

2.1 As Funções da Moeda

a) Meio ou instrumento de troca

A função meio ou instrumento de troca pode ser entendida ao se pensar o que seria a sociedade atual se não houvesse um meio de troca aceito por todos. Sem moeda, todas as trocas deveriam ser diretas, ou seja, trocar-se-iam mercadorias (economia do escambo). Assim, um criador de galinhas que desejasse comprar roupas deveria procurar um alfaiate que desejasse comer galinhas e com ele entrar em entendimento para fechar o negócio.

Ou seja, teria de ocorrer uma dupla coincidência de desejos, e em seguida seria necessário resolver as questões da quantidade e da divisibilidade: quanto de roupa seria necessário para comprar uma galinha ou vice-versa?

b) Unidade de conta

A segunda função da moeda é ser unidade de conta. A moeda serve para comprar o valor de diversas mercadorias. Com a moeda como denominador comum, é possível somar um trator mais uma caneta e também achar sua equivalência em valor.

Assim, a unidade de conta pode ser usada contabilmente, sem necessidade de transferências físicas de moeda. O acerto de contas se processa apenas por expedientes contábeis, entrando a moeda simplesmente como unidade para essa contabilidade.

A moeda serve como unidade até para pagamentos diferidos no tempo, ou seja, serve como medida para um pagamento realizar-se no futuro.

c) Reserva de Valor

A terceira função é ser reserva de valor. Para que a moeda possa ser aceita em troca de mercadorias, é preciso que ela seja aceita na compra de outros bens e serviços. Assim, a moeda representa um direito que seu possuidor tem sobre as mercadorias.

O indivíduo que recebe moeda não precisa gastá-la imediatamente, podendo guardá-la para o uso posterior. Isso significa que ela serve como reserva de valor. A moeda, para cumprir bem essa função, deve ter um valor estável, de forma que quem a possuir tenha uma idéia precisa de quanto pode obter em troca.

Mais de um ativo pode cumprir as funções da moeda, e, em alguns casos, a moeda oficial não cumpre perfeitamente todas as funções, principalmente no contexto inflacionário. Entretanto, é um caso atípico.

Para entender bem as funções da moeda, é oportuno analisar como ela evoluiu ao longo do tempo, o que será objeto da próxima seção.

3. HISTÓRIA DA MOEDA

Podemos dividir a evolução da moeda em cinco estágios: 1º) pré-economia monetária ou escambo; 2º) moeda mercadoria; 3º) moeda simbólica; 4º) moeda escritural; 5º) moeda sofisticada. A evolução não foi contínua, e não se deu da mesma forma em todos os lugares; mais de um estágio convive com outros. Veremos que, apesar da sofisticação existente em alguns contextos, ainda existe o escambo em determinadas operações.

O primeiro estágio é o do escambo e corresponde a poucas trocas esparsas e esporádicas, em que as trocas são diretas e a atividade produtiva não está voltada para o mercado. A sociedade medieval é um exemplo: apesar da existência de moedas, seu uso era esporádico e a maior parte das trocas era realizada de forma direta. Os pequenos agricultores produziam para sua própria subsistência, e apenas uma pequena parte do excedente era levada às feiras para trocas. Contudo, à medida que as trocas proliferam, surge a necessidade de uma padronização maior. Uma moeda acaba sendo aceita por todos e passa-se ao próximo estágio.

O segundo estágio é o da moeda mercadoria. As trocas são indiretas, existe uma venda e depois uma compra. O produtor troca seu produto pela moeda mercadoria, ou seja, vende, e, depois, troca a moeda mercadoria pelo que deseja, portanto, compra. A grande vantagem é que não há mais a necessidade da dupla coincidência de desejos. Apesar de as trocas serem indiretas, há um ganho de eficiência, pois troca-se com o mercado, sem a necessidade de encontrar alguém com as necessidades de troca totalmente complementares e simultâneas.

A moeda mercadoria utilizada variava de lugar a lugar. Em alguns lugares, foi utilizado o gado, em outros o sal, ou, ainda, conchas. Contudo, os metais acabam sendo utilizados como moeda, em função de suas qualidades de: a) homogeneidade; b)durabilidade; c) portabilidade; e, d) escassez.

O terceiro estágio é o da moeda simbólica. As dificuldades de pesar e avaliar o metal são superadas por meio de moedas cunhadas, em que o soberano garante o valor do metal. A maioria das moedas tem a esfinge do soberano garantindo o seu valor. O sistema apresenta vantagens sobre o anterior, pois as trocas são feitas com mais facilidade. Aos poucos, os soberanos impõem o uso dessas moedas, e as mesmas passam a ser de uso legal. Existe a obrigação legal de aceitar a moeda para quitar qualquer tipo de débito. Embora alguns desses soberanos tenham abusado desse poder, a existência de uma moeda aceita por toda a sociedade facilitou a transição para a monetização de quase todas as relações econômicas.

Com a disseminação do uso da moeda, desenvolveu-se uma tendência a depositar a moeda em instituições especializadas, os bancos. Passou-se ao quarto estágio, que é o da moeda escritural. As instituições

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