História do Karatê

Introdução

O karatê é uma arte marcial que se apoia muito em coordenação física e foco mental. Os karatecas controlam suas forças ao se concentrarem no desenvolvimento físico não só do corpo e na competição, mas também da mente e do espírito. São abertos para o mundo que os cerca, o que facilita com que lidem com qualquer ataque.Os praticantes de karatê devem sempre se concentrar nos seus próprios movimentos, deixando o resto a parte, o que gera uma poderosa forma de meditação.

Para avançar para níveis mais elevados, o karateca deve cultivar o poder espiritual, que têm como poder básico o ki. O ki representa uma força indefinível, descrita como a energia da vida. Ela dá à cada pessoa seu poder físico, espiritual e mental, liga todas as coisas vivas, e é ela que torna possível que o carateca quebre blocos de concreto ou derrube um oponente muito mais pesado do que ele. Porém, o ki não é muito trabalhado na maioria das escolas de karatê.

História do Karatê

Em meados do século V, Bodhidarma, monge indiano, caminhou em direção à China para fundar um mosteiro budista. Seguidor do budismo de contemplação, ele desenvolveu técnicas sem armas chamadas Shao-lin-su-kempo. O objetivo era a manutenção da saúde e a autodefesa onde, através de exercícios penosos, pretendiam o fortalecimento do corpo para dar morada a paz de espírito e a verdade religiosa. Depois de sua morte ocorreu a invasão mongol, fragmentando a China em vários reinos. Os monges que residiam no mosteiro partiram em várias direções, transmitindo conhecimentos e difundindo estilos. Posteriormente, após a retomada do poder pela dinastia Ming, surgiram as técnicas de luta. Estas foram levadas até a ilha de Okinawa, que na época pertencia à China.

No final da dinastia Ming, Okinawa passou para o domínio Japonês, que proibiu o uso de armas, para reprimir a reação do povo nativo. Tal medida levou o povo a transformar simples utensílios e partes do corpo, como cotovelos e joelhos, em possíveis armas. Os treinos eram secretos e os alunos escolhidos. Cada mestre desenvolvia técnicas segundo suas características físicas e mentais e as características dos alunos. No inicio do século XIX surgiram as armas de fogo, inibindo a utilização das lutas de corpo a corpo que quase desapareceram como arte guerreira. O século XX trouxe consigo o ressurgir do karatê, deslocando o enfoque de luta para a sobrevivência, para educação física, com fundamentação espiritual.

Ensinado em segredo durante muito tempo em Okinawa, em 1916 o karateca Funakoshi fez uma apresentação pública em Kioto, no Japão. Obteve muita admiração, e foi convidado para dar palestrar e ensinar o karate, este sendo até mesmo submetido a pesquisas científicas. Funakoshi modificou o karate literal e filosoficamente de "Mãos Chinesas" para "Mãos Vazias", mãos de liberdade, em que kara e te passaram a ter a conotação de defender-se desarmado e ter a mente livre do egoísmo e da maldade, adicionados à palavra do, representando a busca de um caminho ou disciplina a ser seguida por toda a vida, na construção da personalidade.

As necessidades da guerra fizeram com que alguns mestres que ensinavam o Karate esquecessem a fundamentação espiritual. No período da segunda guerra Mundial, os soldados e a população japonesa eram treinados por mestres de Karate para resistirem ao ataque inimigo. Tal fato determinou a proliferação de vários estilos, os mais diversos.

A incrível capacidade dos pequenos japoneses defenderem-se sem armas despertou o interesse dos militares ocidentais. Após a guerra a emigração dos japoneses e o interesse das tropas de ocupação em adquirirem as técnicas, foram os responsáveis pelo inicio da difusão do Karate pelo mundo.

O karatê está imbuído de certos elementos do zen budismo, sendo que a prática do karatê algumas vezes é chamada de “zen em movimento”. As aulas freqüentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos, é consistente com a meditação zen pretendendo maximizar o autocontrole, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas. Professores de karatê diferem muito na maneira em que eles em reconhecem a influência do zen nesta arte marcial.

A modernização e sistematização do karatê no Japão também incluiu a adoção do uniforme branco (dogi ou keikogi) e de faixas coloridas indicadoras do estágio alcançado pelo aluno, ambos criados e popularizados por Jigoro Kano, fundador do judô.

Como lutar

O karatê envolve princípios físicos básicos. A quantidade de energia gerada pelo lutador varia de acordo com o seu tamanho, saúde física e muscular, e a sua mente faz com que esta energia seja canalizada de forma correta, dependendo de como aplica os golpes. O objetivo do karateca é concentrar toda sua força em uma área relativamente pequena. Por exemplo, se o golpe for feito com a mão totalmente aberta, grande parte da energia será perdida, mas se for usada apenas a palma ou as pontas dos dedos, a pressão será muito maior (P=F/A), e consequentemente, o impacto também.