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Ideologia Sob O véu Da Arquitetura

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Por:   •  23/9/2013  •  386 Palavras (2 Páginas)  •  459 Visualizações

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“A ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer.”(CHAUI, 2001, p. 108).

O emprego de ideologias foi amplamente utilizado no decorrer da história como um instrumento de dominação da população a partir de uma explicação da realidade que legitimasse o controle e a exploração de uma determinada classe social por uma classe dominante, impedindo assim a percepção dessa realidade.

Um dos recursos para difusão ideológica utilizado até hoje é a arquitetura. Ao se delimitar os estilos arquitetônicos de cada período, pode-se associar suas principais características ao pensamento dominante de sua época. No decorrer desse processo mudanças nos padrões arquitetônicos sempre foram constantes, esse fato vai além de uma transformação da necessidade dos indivíduos e da modificação na função do ambiente construído, pois se associa também a uma transformação na maneira de pensar e de ver o mundo.

A arquitetura, por ser constantemente ideologizada e ideologizante, acaba fazendo com que encaremos com naturalidade o meio que nos cerca sem pensar nos dizeres que lhe são implícitos, embora como cite J. Teixeira Coelho Netto (1984), a manipulação do espaço pelo homem pode ser determinada pelo reflexo de uma ideologia numa produção arquitetônica.

Ao longo dos anos essa característica ideológica, tão própria da arquitetura, foi mudando de foco, em função de um sistema econômico cujo interesse principal é o lucro e em função do qual a velocidade dos acontecimentos e das inovações tecnológicas ditam um ritmo frenético que nos obrigam a optar por soluções cada vez mais práticas e de execução mais veloz e econômica.

Uma das alterações mais visíveis nesse processo é exatamente em relação aos templos religiosos, que antes se estabeleciam como pólos nucleares organizadores da cidade, essenciais à rotina de toda a sociedade e cuja expressividade na vida urbana tem sido cada vez menor em detrimento dos edifícios corporativistas que têm se disseminado em ritmo crescente. O que se vê é uma inversão de valores, uma quebra de paradigmas.

Entretanto, até que ponto é possível dizer que a arquitetura religiosa teve seu espaço diminuído enquanto instrumento ideológico na sociedade contemporânea?

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