Indumentária da Baixa Idade Média
Por: Lu Vieira • 15/4/2015 • Dissertação • 977 Palavras (4 Páginas) • 684 Visualizações
Baixa Idade Média
A Baixa Idade Média (séc. IX ao séc. XV) foi um período caracterizado pela agitação social em relação à religiosidade e a formação dos Estados a partir de cidades antes controladas pelo Império Bizantino. Nesse período, as invasões bárbaras já perdiam força e aos poucos as chamadas civilizações pagãs aderiam ao catolicismo, que ganhara uma força significativa a ponto do chefe maior da Igreja (Papa) e os Bispos terem voz ativa nas decisões de todos os Estados que aderiram á religião católica.
Tendo em vista uma certa padronização dos costume afim de eliminar de vez qualquer rastro das culturas pagãs, a Igreja também começou a ditar as vestes que deveriam ser usadas por aqueles que se diziam “filhos de Deus”. Uma das grandes marcas desse período é a aproximação das vestes civís com as vestes eclesiástica, muitas vezes baseadas nas vestes dos santos. A cabeça quase sempre coberta era um símbolo de devoção, submissão e castidade no que tange a vida mundana como um todo.
Apesar das cores muito mais variadas, as jóias começam a se tornar um pouco mais excassas entre a população, uma vez que, se usados fora de ocasiões especiais eram vistos como “ostentação”. As túnicas longas costumavam cobrir o corpo quase todo, devido a noção puritana de nudez. A indumentária militar passou pelo mesmo processo de “cristianização”, nesse caso muito mais por uma noção de defesa em si.
No começo do século IX as armaduras ainda possuem alguns traços do estilo romano, como o saiote de placas de metal e o capacete com formato característico, porém a parte do torso é formada por escamas de aço. Mais a frente, começamos a ver as malhas de aço, também chamada de Hauberk (Bergen – Proteger, Haus – Pescoço), algumas chegavam apenas até os cotovelos, mas a partir do século XI, passam a proteger toda a extensão do braço – algumas chegam a proteger também as mãos – além de serem alongadas em seu comprimento, passando a terem a forma de um tipo de túnica justa. Um fato interessante sobre a mudança sofrida pelo Hauberk é a entrada de um capuz em sua composição, o fato é que esse capuz não tinha exatamente uma função além da estética, já que os soldados faziam o uso de capacetes.
Os reis – que após a formação dos Estados passaram a ter papel muito mais ativo nas guerras - passaram a usar uma vestimenta semelhante, apenas diferente por conta da coroa e das chapas de ferro (em geral, liga de ferro e ouro) que protegiam os cotovelos (couters) e os joelhos (poleyns). Usava-se também uma túnica, dependendo da posição e função do soldado na cavalaria, por baixo ou por cima da cota de malha. Os soldados de montaria usavam o Hauberk curto para possibilitar a cavalgada e uma túnica simples, com fendas laterais ,sem mangas e sem ajuste na cintura, por cima da armadura.
A população seguiu praticamente o mesmo caminho. Os vestidos justos, usados tanto por camponesas, quanto por damas, quanto por freiras, diferenciavam-se pela quantidade de bordados e cores, além da quantidade de pano. As grandes nobres usavam vestidos suntuosos, com diversas camadas de tecido e mangas por vezes mais largas, na cabeça cobria-se geralmente com um véu (normalmente usado por camposeses na cor branca) e algumas também faziam uso de tiaras e coroas (as mais ricas). Os cabelos, apesar de cobertos na maior parte das vezes, eram sempre longos e presos em redes ou em tranças enroladas.
Os homens no século XIII ainda eram adeptos das túnicas longas e com mangas cônicas dos Francos e os braies (calças que iam até o tornozelo), mas já pela metade desse século, surge o Gardecorps, um tipo de túnica que mais a frente seria também usado pelas freiras. Consistia numa vestimenta com capuz que apresentava mangas largas e com fendas. No geral, era usado por cima de uma túnica justa e mais curta (ia até os joelhos) e do braies (na Alemanha, possuía bainha dentada) e a partir do século XIV, também passou a ser usada pelo exército.
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