Inovação

A inovação é fundamental para a criação de uma sociedade humana sustentável. Enquanto sociedade, não seremos capazes de ser bem sucedidos na criação de um mundo sustentável, se nos preocuparmos unicamente em ser mais eficientes naquilo que já fazemos.

No entanto, as tecnologias inovadoras são descobertas, desenvolvidas e comercializadas num ambiente que consiste em mercados, cadeias de fornecimento e redes de distribuição, a par de uma série de tendências perturbadoras social e ambientalmente: ecossistemas e sistemas de apoio social ameaçados, um afastamento cada vez maior entre ricos e pobres, falta de acesso às verdadeiras fontes de conhecimento, mesmo estando inseridos num mundo pleno de informação e de grandes preocupações com os efeitos da globalização.Será que a inovação e a tecnologia podem fazer parte da solução para reverter estas tendências negativas?

Se assim for, como deve o mundo social, por forma a que a inovação tenha um impacto positivo sobre estas tendências e, ao mesmo tempo, crie valor para que a população se conscientize e faça sua parte no meio ambiente.

As empresas, que optaram por novas tecnologias, aperceberam-se de que a inovação não se consubstancia no conceito de negócio como de costume. A sociedade civil tem vindo a desempenhar um papel cada vez mais activo na determinação do que é aceitável e inaceitável. As pessoas temem o desconhecido, sobretudo quando acreditam que poderá afectar de forma adversa a saúde ou os sistemas sociais estabelecidos.

O grupo de trabalho Inovação, Tecnologia, Sustentabilidade e Sociedade (ITS e S) tentou responder à seguinte questão: O que tem o mundo empresarial de fazer para, por um lado, compreender e antecipar as necessidades da sociedade e, por outro, os efeitos da inovação e das novas tecnologias? Explorámos o desafio da inovação através de dois processos separados, mas correlacionados.

Uma equipe, composta por especialistas, uns externos e outros ligados ao mundo dos negócios, analisou o enquadramento da inovação e do desenvolvimento, tal como é conduzido habitualmente pelas empresas. A partir daqui, procuraram-se formas de alargar esse enquadramento para incluir a sustentabilidade.

Outra equipe centrou-se no direito de propriedade intelectual (DPI). Este é um factor-chave num mundo em que a riqueza se baseia, cada vez mais, no acesso à informação e ao conhecimento. O DPI é um exemplo paradigmático de um tema relacionado com a inovação, que é constantemente posto em causa pelos agentes económicos, sobretudo nos sectores em franco desenvolvimento, como, por exemplo, a biotecnologia. Como consequência, os nossos sistemas de governação corporativa e percepção da responsabilidade social estão em constante progresso. Por conseguinte, uma rede de partes interessadas, vinda das empresas, governos e sociedade civil, empenhou-se num diálogo para descobrir de que modo as empresas, sobretudo as multinacionais, poderiam integrar as suas políticas de DPI na perspectiva do desenvolvimento sustentável.

Ao juntar os dois processos, apercebemo-nos da necessidade de nos concentrarmos nos processos de investigação e desenvolvimento das empresas, enquanto forças motoras para a descoberta de novos produtos e tecnologias. Identificámos quatro questões fundamentais que devem ser consideradas durante qualquer processo de inovação e desenvolvimento, as quais