Intoxicação Por Agrotóxicos
Artigos Científicos: Intoxicação Por Agrotóxicos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: KAMBA24 • 3/7/2014 • 2.151 Palavras (9 Páginas) • 361 Visualizações
MÓDULO XII
Intoxicação por agrotóxicos
Definição e classificação dos agrotóxicos
Definição
LINK: http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/livro2.pdf
O termo AGROTÓXICO é definido pela Lei Federal nº 7.802 de 11/07/89, regulamentada através do Decreto 98.816 no seu artigo 2, inciso I, como sendo:
Os produtos e os componentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados aos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas e também em ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como aqueles empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento.
Essa definição exclui fertilizantes e químicos administrados a animais para estimular crescimento ou modificar comportamento reprodutivo.
O termo agrotóxico passou a ser utilizado, no Brasil, para denominar os venenos agrícolas, colocando em evidência a toxicidade desses produtos ao meio ambiente e à saúde humana. Também são genericamente denominados praguicidas, pesticidas, biocidas, agroquímicos, produtos fitossanitários, defensivo agrícola, etc.
A mesma lei tem ainda como objeto os componentes e afins, também de interesse da vigilância, que são assim definidos:
Componentes: "Os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias-primas, os ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação dos agrotóxicos e afins”.
Afins: "Os produtos e os agentes de processos físicos e biológicos que tenham a mesma finalidade dos agrotóxicos, bem como outros produtos químicos, físicos e biológicos, utilizados na defesa fitossanitária e ambiental, não enquadrados no inciso I”.
Classificação
LINKs: http://www.epa.gov/pesticides/about/types.htm
http://www.sucen.sp.gov.br/docs_tec/seguranca/cap12cla.pdf
Dada a grande diversidade de produtos com centenas de princípios ativos em mais de 2 mil formulações comerciais diferentes no Brasil, é importante conhecer a classificação dos agrotóxicos. Essa classificação também é útil para o diagnóstico das intoxicações e instituição de tratamento específico.
Conforme o organismo alvo e grupo químico
a. Inseticidas: possuem ação de combate a insetos, larvas e formigas. Os inseticidas pertencem a quatro grupos químicos principais:
• Organofosforados: são compostos orgânicos derivados dos ácidos fosfórico, tiofosfórico, fosfônico ou ditiofosfórico;
• Carbamatos: são derivados do ácido carbâmico;
• Organoclorados: são compostos à base de carbono, com átomos de cloro. São derivados do clorobenzeno, do ciclo-hexano ou do ciclodieno. Foram muito utilizados na agricultura, como inseticidas, porém, seu emprego tem sido progressivamente restringido ou mesmo proibido.
• Piretróides: são compostos sintéticos que apresentam estruturas químicas semelhantes à piretrina, substância existente nas flores do crisântemo (Pyrethrum). Alguns desses compostos são: aletrina, resmetrina, decametrina, cipermetrina e fenpropanato.
b. Fungicidas: agem no combate a fungos. Existem muitos fungicidas no mercado. Os principais grupos químicos são:
• Etileno-bis-ditiocarbamatos, Trifenil estânico, Captan, Hexaclorobenzeno
c. Herbicidas: combatem ervas daninhas. Sua utilização tem sido crescente na agricultura nos últimos 20 anos. Seus principais representantes são: Paraquat, Glifosato, derivados do ácido fenoxiacético, Pentaclorofenol, Dinitrofenóis.
d. Outros grupos importantes compreendem:
• Raticidas: utilizados no combate a roedores;
• Acaricidas: ação de combate a ácaros diversos;
• Nematicidas: combate a nematóides;
• Molusquicidas: ação de combate a moluscos;
• Fumigantes: agem no combate a insetos e bactérias.
Classificação conforme a toxicidade
Esta classificação é fundamental para o conhecimento da toxicidade de um produto, do ponto de vista dos seus efeitos agudos.
Existem duas classificações:
• Ministério da Saúde - MS - Brasil: baseada na DL50 oral das formulações líquidas e sólidas (Quadro 1).
• Organização Mundial da Saúde - OMS: baseada na DL50 em ratos, oral e dérmica, por mg/kg de peso, das formulações líquidas e sólidas (Quadro 2).
Classificação toxicológica do MS - BR
Formulação DL50 Oral (mg/kg)
Classe Toxicidade Líquida Sólida
I Altamente tóxico < 200 < 100
II Medianamente tóxico 200 – 2.000 100 - 500
III Pouco tóxico 2.000 – 6.000 500 – 2.000
IV Praticamente não tóxico > 6.000 > 2.000
Classificação toxicológica da OMS
Classe Toxicidade Oral Dérmica
sólidos líquidos sólidos líquidos
Ia Extremamente tóxico 5 ou 20 ou 10 ou 40 ou menos
Ib Altamente tóxico 5 - 50 20 - 200 10 - 100 40 – 400
II Moderadamente tóxico 50 - 200 - 100 - 400 - 4.000
III Levemente tóxico > 500 > 2.000 > 1.000 > 4.000
O Quadro 3 mostra a equivalência entre a "Dose Letal 50" (DL50) em animais com a quantidade suficiente para matar um adulto de 70kg.
Equivalência DL50 entre animais experimentais e dose
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