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Iracema

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Por:   •  12/11/2014  •  Tese  •  780 Palavras (4 Páginas)  •  238 Visualizações

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No final do século XVIII, o Brasil passava por grandes transformações revolucionarias. Recém-saído de sua independência, buscando estabelecer sua identidade no que tange a politica, economia, literatura, etc., livre dos moldes portugueses e/ou europeus.

O romance publicado em 1865 é uma expressão do Indianismo, que caracterizou a primeira fase do romantismo no Brasil, cujo objetivo era incorporar em seu texto literário elementos culturais pertencentes à sociedade brasileira, ou seja, a exaltação da pátria, valorizando os aspectos da cultura e espaços naturais intactos, e mostrar os índios como heróis nacionais, enfim, tudo que prendesse a atenção do leitor e mostrasse ao mesmo o que era o homem brasileiro nacionalizado.

Iracema tem foco narrativo em 3ª pessoa (narrador onisciente e participante da historia) e nos conta a historia de amor da índia tabajara, Iracema, a virgem dos lábios de mel e Martim soares moreno, personagem histórico real. O guerreiro branco é acolhido pela tribo da jovem, que ao se apaixonar por ele, deixa sua tribo, sua cultura para fugir com Martim e ir viver com ele. Depois de tempos vivendo felizes, Martim deixa Iracema para ir lutar ao lado dos pitiguaras contra os irmãos dela. Gravida, Iracema vai se consumindo em tristezas e saudades de seu marido, tempos depois, quando Martim retorna encontra-a fraca e a beira da morte. Após apresentar o filho ao marido, Iracema morre, sendo enterrada aos pés do coqueiro que ela tanto gostava e Martim retorna a Europa.

Iracema é a heroína típica do romantismo, idealizada, que padece de saudades do amante que partiu e da pátria que deixou representante da natureza brasileira e símbolo de perfeição (seu lábio é de mel, seu cabelo é como a asa da graúna). A índia de pele morena é muito mais que uma mulher: mostra-se destemida, virtuosa, de hábitos dispostos para o que é bom e justo, uma mulher que exala graciosidade. Ela é a representação do próprio espirito harmonioso e heroico das matas virgens brasileiras. A historia contem elementos da mitologia e da religião, como por exemplo, o fato de Iracema ter conhecido Martim dando uma flechada nele, onde compara Iracema com o Cúpido e a diviniza.

A narrativa ambientada em terras cearenses, no nordeste primitivo e paradisíaco cuja ação inicia-se entre 1603 e o começo de 1604, prolongando-se ate 1611, ou seja, em pleno período da colonização brasileira, projeta-se na duplicidade da marcação temporal. Há em Iracema a predominância do tempo poético, marcado pelos ritmos da natureza e pela percepção sensorial de sua passagem (como as estações, a lua, a brisa) e que predomina no corpo da narrativa, e um tempo histórico, cronológico, onde os fatos ocorrem em seu devido momento. Podemos perceber que o tempo histórico ocorre no descobrimento do Brasil, mais especificamente no século XVII, já que o livro retrata a luta para a expulsão dos holandeses do nordeste, e tem fundamento pautado tanto na historia do Brasil (pois Martim Soares Moreno e Filipe Camarão- o Poti- são vultos históricos reais) quanto em tradições orais. Segundo Alencar, é uma lenda.

Notamos que o tema que permeia as páginas de Iracema é o encontro do colonizador com o colonizado, a união entre o branco colonizador e o índio, entre a cultura europeia civilizada e os valores indígenas, apresentados como naturalmente bons. Podemos também dizer que é

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