LIderança Pedagógica

ATOS DA FALA – SIMULAÇÃO DA REALIDADE. TRABALHO APRESENTADO AO MÓDULO LIDERANÇA PEDAGÓGICA, DA ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

Na escola Educandário dos Anjos, situada na Rua: Gonçalves de Mendonça 221, Jardim Iguatemi – São Paulo acontece a seguinte situação: no mês de junho foi realizada a festa junina. Todos os professores são “convidados” com antecedência para participar no dia da festa, em um domingo. Os alunos são incentivados a formar equipes para arrecadação de prendas, a sala que trouxer mais prendas, ganhará um passeio e o aluno que mais contribuir com prendas, ganhará uma bolsa de estudo durante seis meses.

Uma semana depois do início da competição, a coordenadora entra na sala dos professores e diz que os mesmos devem se juntar a uma equipe de alunos, para orientá-los e motivá-los, aquele que ganhar com a equipe ganhará R$ 300,00 e também três dias de folga. Os demais funcionários pela participação na equipe e no dia da festa, também ganharão um dia de folga. Três dias antes da festa, a coordenadora volta até a sala e fala que todas as equipes se saíram muito bem, mas que poderão melhorar no próximo ano com melhores prendas, paga o valor de R$ 300,00 para o professor que ganhou em primeiro lugar e deseja a todos boas férias, já que após a festa, todos só retornarão após um mês.

No retorno das férias, um dos professores precisa de um dia de folga para resolver problemas pessoais e cobra da coordenação um dos dias que o mesmo tem “direito” e o coordenadora responde que ele teve 30 dias de férias e que o bimestre será corrido devido a organização do próximo evento (feira cultural), pois o andamento do conteúdo poderá ser atrasado caso ele deixe de ministrar um dia de aula e pede para ele ter paciência e deixar para um outro dia. O professor fica indignado com a resposta e perde a confiança na relação.

De acordo com o estudo de caso citado, podemos perceber que existe uma promessa que a coordenadora da escola fez para o grupo de professores e que não cumpriu posteriormente. A promessa em questão motivou os professores a participarem com comprometimento, incentivando mais os alunos a investirem nas prendas, contribuindo para a realização efetiva da festa.

AUSTIN afirma que a linguagem serve para descrever o que existe, mas considera que ela é mais do que isso. É gerativa: ação que provoca transformação para novas realidades.

No caso apontado, a fala, a linguagem que a coordenadora utilizou, tanto motivou como também desmotivou a equipe de funcionários. Desta forma, releva-se que ao prometer algo é necessário pensar no cumprimento dos combinados, pois nesta situação, o professor precisava de um dia para solucionar suas problemáticas, independente de ter voltado de férias ou não, ele tinha direito, dentro do que foi colocado no grupo pela coordenadora.

A Unesco, considera que todas as ações humanas se iniciam e se realizam mediante conversações. Líder é aquele que é competente para conduzir pessoas para um tempo. Os conduzidos constroem (se constroem) no processo. Os atos da fala coordenam ações, porque por meio deles propõe-se que suceda o que deve suceder. E assim vai construindo futuro. No exercício da liderança a construção de confiança é fundamental. Ninguém quer ser conduzido por outro, em quem não confia.

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