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Literatura Brasileira

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Por:   •  2/3/2015  •  5.612 Palavras (23 Páginas)  •  256 Visualizações

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3 - Literatura Brasileira

Origens

O estudo sobre as origens da literatura brasileira deve ser feito levando-se em conta

duas vertentes: a histórica e a estética. O ponto de vista histórico orienta no sentido de

que a literatura brasileira é uma expressão de cultura gerada no seio da literatura

portuguesa. Como até bem pouco tempo eram muito pequenas as diferenças entre a

literatura dos dois países, os historiadores acabaram enaltecendo o processo da formação

literária brasileira, a partir de uma multiplicidade de coincidências formais e temáticas.

A outra vertente (aquela que salienta a estética como pressuposto para a análise

literária brasileira) ressalta as divergências que desde o primeiro instante se acumularam

no comportamento (como nativo e colonizado) do homem americano, influindo na

composição da obra literária. Em outras palavras, considerando que a situação do colono

tinha de resultar numa nova concepção da vida e das relações humanas, com uma visão

própria da realidade, a corrente estética valoriza o esforço pelo desenvolvimento das

formas literárias no Brasil, em busca de uma expressão própria, tanto quanto possível

original

Em resumo: estabelecer a autonomia literária é descobrir os momentos em que as

formas e artifícios literários se prestam a fixar a nova visão estética da nova realidade.

Assim, a literatura, ao invés de períodos cronológicos, deverá ser dividida, desde o seu

nascedouro, de acordo com os estilos correspondentes às suas diversas fases, do

Quinhentismo ao Modernismo, até a fase da contemporaneidade.

Duas eras - A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras,

que acompanham a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional,

separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação política do Brasil.

As eras apresentam subdivisões chamadas escolas literárias ou estilos de época.

A Era Colonial abrange o Quinhentismo (de 1500, ano do descobrimento, a 1601), o

Seiscentismo ou Barroco (de 1601 a 1768), o Setecentismo (de 1768 a 1808) e o período de

Transição (de 1808 a 1836). A Era Nacional, por sua vez, envolve o Romantismo (de 1836 a

1881), o Realismo (de 1881 a 1893), o Simbolismo (de 1893 a 1922) e o Modernismo (de

1922 a 1945). A partir daí, o que está em estudo é a contemporaneidade da literatura

brasileira.

3.1 - O Quinhentismo

Esta expressão é a denominação genérica de todas as manifestações literárias

ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da cultura européia

em terras brasileiras. Não se pode falar em uma literatura "do" Brasil, como característica

do país naquele período, mas sim em literatura "no" Brasil - uma literatura ligada ao Brasil,

mas que denota as ambições e as intenções do homem europeu.

No Quinhentismo, o que se demonstrava era o momento histórico vivido pela

Península Ibérica, que abrangia uma literatura informativa e uma literatura dos jesuítas,

como principais manifestações literárias no século XVI. Quem produzia literatura naquele

período estava com os olhos voltados para as riquezas materiais (ouro, prata, ferro,

madeira, etc.), enquanto a literatura dos jesuítas se preocupava com o trabalho de

catequese.

http://concurseirosdanet.blogspot.com

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Com exceção da carta de Pero Vaz de Caminha, considerada o primeiro documento da

literatura no Brasil, as principais crônicas da literatura informativa datam da segunda

metade do século XVI, fato compreensível, já que a colonização só pode ser contada a

partir de 1530. A literatura jesuítica, por seu lado, também caracteriza o final do

Quinhentismo, tendo esses religiosos pisado o solo brasileiro somente em 1549.

A literatura informativa, também chamada de literatura dos viajantes ou dos

cronistas, reflexo das grandes navegações, empenha-se em fazer um levantamento da terra

nova, de sua flora, fauna, de sua gente. É, portanto, uma literatura meramente descritiva

e, como tal, sem grande valor literário

A principal característica dessa manifestação é a exaltação da terra, resultante do

assombro do europeu que vinha de um mundo temperado e se defrontava com o exotismo e

a exuberância de um mundo tropical. Com relação à linguagem, o louvor à terra aparece

no uso exagerado de adjetivos, quase sempre empregados no superlativo (belo é belíssimo,

lindo é lindíssimo etc.)

O melhor exemplo da escola quinhentista brasileira é Pero Vaz de Caminha. Sua

"Carta ao El Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil", além do inestimável valor

histórico, é um trabalho de bom nível literário. O texto

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