MINHA JORNADA PELO MUNDO DO APRENDIZADO
Trabalho Universitário: MINHA JORNADA PELO MUNDO DO APRENDIZADO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AnaPaulaLPO • 8/11/2013 • 2.922 Palavras (12 Páginas) • 304 Visualizações
Todas as nossas palavras serão inúteis se não
brotarem do fundo do coração. As palavras que
não dão luz aumentam a escuridão.
(Madre Teresa de Calcutá)
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INTRODUÇÃO
Entende-se memorial de formação como um gênero predominante-
mente narrativo, circunstanciado e analítico, que trata do processo de formação de
um determinado período. Combina elementos de textos narrativos com elementos de textos expositivos.1
Essa foi a proposta que o curso de Pedagogia da UNOPAR fez aos
alunos do segundo semestre de 2013, ou seja, compor um relato que expusesse o
memorial de formação de cada um de nós, o que comporá a base para que entenda-
mos o que seja pedagogia, tanto no que ela pretende ser como de fato é.
Portanto, segue-se no desenvolvimento desse trabalho um pequeno
relato de minha infância e adolescência e, também, alguns fatos relativos à minha
juventude e vida adulta que me conferiram atualmente a compreensão do motivo de
estar cursando pedagogia.
Ressalto que ao relatar minha trajetória escolar desde o início dela,
não posso deixar de enfatizar que meus pais sempre me educaram com esmero e me
proporcionaram, mesmo com dificuldades em certos momentos, as melhores oportu-
nidades que pudessem me levar a descobrir esse mundo maravilhoso das palavras.
Por saberem da minha paixão, sempre me incentivaram a leitura (comprando livros
ou me levando a bibliotecas, algo que eu amava frequentar e que hoje não posso, por
não ter uma no município que resido), como também me ensinaram a conviver com
outros de maneira ética e moralmente correta.
MEMÓRIAS DA MINHA JORNADA PELO MUNDO DO APRENDIZADO
Palavras, seus conceitos, suas formas, como que as letras se junta- vam e têm tais sons, isso, e muito mais, foi o que desde que “me entendi como gente”2
me atraiu, chamou a atenção dos meus olhos e ouvidos e, portanto, as imagens da
1 In: Formação de Professores de Línguas na América Latina e Transformação Social. 1 ed. Vol. 4. Campinas: Pontes, 2010. Disponivel em < http://pt.scribd.com/doc/147201780/Livro-Formacao-Professores> 2 Expressão popular que significa quando o ser humano começa a ter consciência, mesmo que primárias, de alguns fatos, primeira infância.
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tenra infância que ainda trago na memória, são formadas pelo desejo de conhecer as
letras: como elas eram desenhadas e como tinham aquele som e porque duas ou mais
palavras com sons diferentes poderiam ter o mesmo significado. Digo isso, pois saí
do Brasil com um ano e meio e fui criada até os cinco anos de idade em Accra (Gana)
e, portanto, meus pais me deram a oportunidade de ter duas línguas maternas, o por-
tuguês (que era ensinado por minha mãe) e o inglês (ensinado por meu pai). Além
dessas duas línguas, havia também os dialetos que eram falados ao meu redor e que
fui naturalmente aprendendo, chegando a compreender em média uns cinco dialetos
diferentes. Portanto, como eu amava saber o que significava uma palavra nova! Sem-
pre estava perguntando e até mesmo expressando em uma mesma fala vários idio-
mas, o que me tornava até uma criança “engraçada”, ou seja, que falava de modo
diferente e fazia com que os adultos dessem gargalhadas. Isso nunca me incomodou,
pois o que eu desejava era usar todas as novas palavras que conhecia no meu voca-
bulário infantil.
Goethe uma vez disse que “no mundo há muitas palavras, mas pou-
cos ecos.” E isso é uma realidade, pois há muitas palavras que acabam não sendo
conhecidas e faladas por não se ter o cuidado de lhe darem a projeção necessária,
como forma de ser falada, escrita e, principalmente, o seu significado.
Ainda em Gana, idos anos 70, iniciei minha jornada educacional,
sendo aluna de um colégio frequentado pelos filhos de vários estrangeiros que mora-
vam na cidade. Isso foi um privilégio! Pois consegui ser matriculada em tal instituição
por ser de uma família estrangeira legalmente residindo naquele país e, portanto, apta
a frequentar uma instituição sustentada pelas embaixadas brasileira e de outras naci-
onalidades que estavam naquele país. Convivi com crianças de várias nações nessa
época: brasileiros, portugueses, americanos, chineses, africanos e outros. O colégio
não fazia distinção entre nós, pelo contrário, os professores (uma branca, que nos
ensinava a ler, escrever e calcular, e um negro que comandava a educação física e
recreativa) sempre procuraram nos mostrar que diferenças existem e que devemos
respeitá-las e aprender com elas. Aproveitei disso! Como nunca tive problemas com
diferenças físicas, como cor da pele, saía questionando aos meus colegas, em inglês,
como
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