Metodos De Ensinar

Introdução

Refletir sobre os métodos e maneiras de ensinar, sobre a educação, não é tarefa fácil por se tratar de fenômenos sociais complexos com múltiplas determinações. Para compreendê-los temos que observar a historicidade dos fatos para entender-mos que nada é natural, e sim resultado de um longo processo histórico.

Diante da nossa realidade contemporânea de um mundo homogêneo e heterogêneo, multinacionalizado e singular, individual e coletivo, que transforma os significados e os sentidos ao confrontar diferentes culturas, divergentes visões de mundo, distintas relações e diversos indivíduos, a educação superior e a pedagogia (aqui entendida enquanto prática, princípio ou modo de ensinar) são realidades em constante mudança no dia-a-dia.

Não se pode atribuir esse complexo fenômeno e suas práticas pedagógicas somente ao pragmatismo, ao servil papel de atender as pressões capitalistas globais que dependem de mão-de-obra qualificada e exercem significativa influência sobre a instituição escolar.

O século XX trouxe enormes progressos nos conhecimentos disciplinares e especializações, entretanto para Edgar Morin (2003, p. 40) “esses progressos estão dispersos, desunidos, devido justamente à especialização que muitas vezes omite os contextos, a globalidade e as complexidades.” Para o autor, ao separar o conhecimento em disciplinas, nega-se a possibilidade de apreender o que está tecido junto.

Essa forma de atuação, essa pedagogia é fundamental, básica e primordial para o educando, pois pode proporcionar aos alunos o conhecimento de cada área específica; entretanto, as complexidades contemporâneas aconselham que algo além da disciplinaridade deva ser proporcionado não somente ao aluno, mas a toda comunidade acadêmica.

Os princípios e métodos que permitem a instrução, em vários momentos poderiam ultrapassar a forma disciplinar e proporcionar não apenas ao discente, mas ao corpo de professores e funcionários de apoio, atuações interativas, verdadeiras mesclasdisciplinares que proporcionassem experiências acadêmicas além da justaposição das disciplinas e socialização de métodos.

"O ambiente geral, o clima cultural, os valores e as imagens mudaram de trinta anos para cá. Por isso, a educação, a escola, suas leituras, seus currículos e seus instrumentos didáticos também devem mudar, pois são realidades concretas e não metafísicas" (A.Gramsci)

O seguinte trabalho tem por objetivo respaldar uma reflexão sobre as dúvidas freqüentes dos professores acerca do projeto pedagógico interdisciplinar, por exemplo: o que é isso? Qual a diferença de inter-, trans- e multidisciplinar? Como elaborá-lo? Qual a praticidade dele? E o que fazer com o planejamento? A partir dos diversos esclarecimentos acerca desses questionamentos, demonstraremos que para a sua elaboração é necessário à utilização de uma metodologia onde o papel do aluno seja de atuante ao construir seu conhecimento, desenvolvendo habilidades e adquirindo competências.

Para isso, citaremos os seguintes teóricos: Hernández (2002), Signorelli (2002), Vygotsky (1994), dentre outros.

O que é projeto político pedagógico?

Antes de qualquer coisa, cabe definirmos o que é projeto pedagógico, pois é uma pergunta que muitos professores se fazem ainda.

A palavra projeto vem do verbo projetar, dando sempre a idéia de movimento, de mudança. Quanto a sua origem etimológica, a palavra vem do latim projectu, particípio passado do verbo projecere, que significa lançar para diante.

No que se refere ao projeto pedagógico, a partir dos meados da década de 90, a idéia tem sido muito discutida e desenvolvida em quase todas as instituições de ensino do Brasil.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo12, inciso I, prevê que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terno a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica” (Lei 9394/94).

Libâneo o compreende como “instrumento e processo de organização da escola>> (2001, p. 125).

Vasconcellos o define como

Um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita resignicar a ação de todos os agentes da instituição. (Vasconcellos, 1995, p. 143)

Como trabalhar com projetos?

Trabalhar com projetos na escola requer um envolvimento muito grande de todos os participantes, pois não é apenas assistir ou ministrar aulas. É preciso pesquisar para executá-lo. Assim, além do tema a ser pesquisado, seu processo de elaboração, execução e avaliação leva tempo. E ele também produz aprendizagens novas.

O que é interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, Multidisciplinaridade e pluridisciplinaridade?

Atualmente, como o tem aumentado o desestímulo do aluno, o ensino deve ser interdisciplinar, com o propósito de que ele perceba a importância do conteúdo estudado e que esse está ligado a outras áreas do saber, por exemplo, para o entendimento da Literatura é necessário conhecimento de filosofia, geografia, história, sociologia, etc.

O professor precisa se conscientizar de que é necessário desenvolver um trabalho integrado, pois ele (com a “sua” disciplina) não é uma ilha. Cada vez mais, é preciso conscientizar o aluno de que ele constrói seu conhecimento, e que o conteúdo específico tem ligação com outras áreas do saber e com a atualidade.

Afinal, ambos os conteúdos podem e devem ser tratado à luz dos fatos sociais recentes (o professor deve costurar o seu tema com o que está acontecendo aqui e agora), a fim de “desaliená-lo”. Apesar de tanta tecnologia e informação de fácil acesso, grande parte dos alunos não se mantém atualizados. Ele padece de um grave mal: cegueira. Tudo está a sua frente, mas não consegue enxergar nada ou quase nada. Precisamos, urgentemente, curar esta geração! Livrá-la desse terrível mal.

Segundo Piaget, as relações entre as disciplinas podem dar- se em três níveis: multidisciplinaridade,