O Contador De Histórias

Analise :

O filme no começo relata a história de um menino, mas poderiam ser muitos, este filme relata a verdade nua e crua do que

se faz com as crianças brasileiras.Choca, embrulha,faz pensar. Retrata o desespero de uma mãe, como muitas no Brasil,

que quer que algum de seus filhos tenha a chance de ter uma vida “digna”, em sua plena ignorância na propaganda de um

futuro, a mãe abre mão do seu filho, pensando que é o melhor para ele.

Depois de conhecer a dor do abandono em nome de uma vida melhor, o menino já na instituição, percebe que para ser

respeitado precisa se impor.A imposição acontece através de violência que por sua vez, caminha a par e passo com o

desrespeito pelo ser humano , e ao seu turno a fuga da realidade cinzenta é o uso de drogas e com eles os delitos , a

descrença no seu potencial é evidente e salta aos olhos,rotulada inclusive pelos próprios membros da instituição que

classificam o menino de irrecuperável. Em dado momento de sua vida, aparece a pedagoga francesa Margherit Duvas, que

aos poucos, com palavras carinhosas e atitudes educadas vai conquistando o menino irrecuperável.

O filme relata a triste realidade da nossa sociedade, que não é disposta a dar chances, não acreditar no ser humano. Que

não tem a perspectiva de que todo o ser humano é recuperável, de que pode ser educado para tomar parte

ativa na sociedade, deve ser o princípio de toda educação humanista, o princípio básico de toda a sociedade

que visa o bem-estar social. Não vivemos em uma sociedade justa, aonde se pensa nas condições daqueles

que estão a margem, que são “irrecuperáveis”. A pedagoga francesa representa a esperança que ainda existe,

em poucas proporções, uma esperança chamada RESPEITO. Foi o respeito que a pedagoga deu aquele

menino negro, pobre , sujo, faminto, que tinha vontade de morrer , porque a fome de viver foi-se embora com a dignidade

quando ele foi molestado, o respeito que o tornou uma pessoa recuperável. Quando se tem respeito pelo ser humano, tem-

se carinho, dedicação, amor, educação, e foi tudo isso que aquela cidadã ofereceu para o “marginalzinho”e é tudo oque se

falta para nós. Tudo que aquelas crianças e adolescentes , que são retratadas neste filme e na vida real, precisam é de uma

chance , de uma mão que aponte para o espelho e mostre nele o semblante de um vencedor refletido.

Como aconteceu no filme, aconteceria na