O Cortiço
Por: Mickael de Jesus • 21/9/2015 • Dissertação • 646 Palavras (3 Páginas) • 215 Visualizações
RESUMO
O livro: O Cortiço fala de uma história que se passa numa área suburbana do Rio de janeiro do século XIX, registrando a vida do proletariado carioca, suas dificuldades e necessidades de toda ordem. Sua narrativa envolve as personagens João Romão e Miranda, comerciantes, sendo o primeiro o proprietário do cortiço, homem avarento e apegado aos bens materiais de maneira excessiva, e o segundo, morador de um sobrado próximo ao cortiço de Romão. João Romão, homem trabalhador e mesquinho, conquista fortuna de maneira ilícita, amasiando-se com Bertoleza, escrava fugida, que possui uma quitanda e algum dinheiro economizado a duras penas. Ela passa a trabalhar mais intensamente quando vive com Romão e ele, a fim de agradá-la, compra-lhe uma carta de alforria falsa que asseguraria a Bertoleza a liberdade sonhada. Assim, Romão toma como empréstimo o dinheiro da amásia, apropria-se de uma terra, constrói um pequeno negócio, roubando material de construção, e prospera rapidamente. A partir daí, ele edifica umas casinhas e aluga-as para pessoas de pouca capacidade econômica, que se vão amontoando na propriedade do português, surgindo, desse modo, a estalagem “São Romão”, próxima da pedreira na qual também trabalham os moradores do cortiço. A prosperidade de Romão não agrada seu vizinho Miranda, menos rico do que o português, mas mais fino, dono de um sobrado em que residem, além de sua esposa Estela, num casamento de fachada que possibilita a ela uma vida irregular, a filha Zulmira, escravos, um parasita chamado Botelho, ex-empregado, e Henrique, um acadêmico de Medicina com quem Estela se envolve, sendo o relacionamento descoberto por Botelho. Os habitantes do cortiço personificam os mais variados tipos, como o negro Alexandre, mulato pernóstico; a lavadeira Machona, cujos filhos não se parecem uns com os outros; Pombinha, moça franzina que se desencaminha por influência das más companhias; Jerônimo e Piedade, casal de portugueses, e Rita Baiana, dançarina provocante e sensual, que leva Jerônimo, apaixonado por ela, a se envolver em uma briga com o amante da moça, Firmo, hábil capoeirista que fere a navalhadas Jerônimo, o qual termina por abandonar a esposa e filha e matar o ex-amante de Rita Baiana. Pombinha, jovem pura que passa o dia escrevendo cartas, tornando-se uma espécie de confidente dos moradores, acaba seduzida por Leonie, e Henrique, que se deleita olhando para Leocádia, conquista intimidade física com ela em troca de um coelho, porém, o marido Bruno os pega em flagrante delito e, após aplicar uma surra na esposa infiel, expulsa-a de casa. No cortiço, a vida é rotineira e, aos domingos, todos vestem suas melhores roupas, conversam, dançam e festejam o final de semana. Forma-se um novo cortiço nas proximidades, chamado de “Cabeça-de-Gato” pelos moradores do cortiço de João Romão, havendo muita rivalidade entre as duas habitações, principalmente após a morte de Firmo. No entanto, um incêndio misterioso destrói grande parte do cortiço de João Romão, pondo fim ao conflito. O português reconstrói o cortiço, dando-lhe nova feição, e, satisfeito com sua prosperidade, investe agora em sua aparência e cultura, buscando estreitar os laços de amizade com Miranda e o velho Botelho, a fim de casar-se com uma mulher de fina educação. Interessado em Zulmira, filha de Miranda, Romão alia-se ao parasita Botelho que favorece o caminho para João Romão, mediante o pagamento de vinte contos de réis. Assim, por interesse mútuo, os dois portugueses, Miranda e João Romão, tornam-se amigos. Concretizando seu negócio matrimonial, João Romão livra-se de Bertoleza, enviando uma carta aos proprietários da negra fugida, revelando seu paradeiro. Ao chegarem ao cortiço para reaver a escrava, ela, descobrindo a traição de João Romão, suicida-se com a mesma faca que usava para limpar o peixe preferido das refeições do português. Ironicamente, logo após a morte de Bertoleza, Romão é agraciado com um diploma de sócio benemérito de uma comissão de abolicionistas.
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