O Segredo De Luisa
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MARINGA MANAGEMENT RESENHA DE LIVRO: O SEGREDO DE LUÍSA
RESENHA
DOLABELA, Fernando. O SEGREDO DE LUÍSA. São Paulo: Picture, 1999.
O SEGREDO DE LUÍSA
ALAN ANDRÉ APARECIDO BEZERRA
(G – FACULDADES NOBEL)
alancamarada@yahoo.com.br
Pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas
de São Paulo (FGV), mestre em administração
pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), professor da UFMG, consultor,
empresário, diretor, autor de vários trabalhos
e livros, coordenador e criador da
metodologia de ensino de
Empreendedorismo. Em meio a tantos
títulos, o mineiro Fernando Dolabela, pai de
três filhos, visa, através do livro “O Segredo
de Luísa”, levar aos leitores os meios
necessários para a compreensão e
conseqüente disseminação do tema
Empreendedorismo. Não só em meio
acadêmico, mas, sobretudo no convívio
social, pois o Brasil é considerado um país de
empreendedores, mesmo com a maioria da
população ainda desconhecendo o termo
empreendedorismo.
Segundo Chiavenato (2005, p. 5), “o
empreendedor é a pessoa que consegue
fazer as coisas acontecerem, pois é dotado
de sensibilidade para os negócios, tino
financeiro e capacidade de identificar
oportunidades”. Dolabela é fiel a essa
definição, que retrata exatamente o perfil da
personagem Luísa.
O presente trabalho procura apresentar,
ainda que de forma resumida, as principais
ideias do livro. Para tanto, optou-se por
obedecer a ordem de divisão do livro, ou
seja, a análise de dará em seis momentos,
acompanhando cada um dos seis capítulos
estabelecidos pelo autor. Além disso, serão
incluídos, sempre que necessário,
pensamentos e definições de outros autores,
estabelecendo assim uma comparação de
ideias.
No primeiro capítulo, intitulado “A motivação
e o perfil do empreendedor”, Dolabela inicia
a história, descrevendo o perfil da
personagem Luísa e o ambiente em que a
personagem foi criada. Nesse capítulo
Dolabela apresenta o perfil da personagem,
uma jovem de 20 anos, apontando nela
algumas características do perfil
empreendedor. Luísa sonha em ter seu
próprio negócio, como sua tia, e assim
conseguir liberdade financeira. Esse sonho
ganha força com a ideia de fabricar goiabada
em escala industrial. Para Bernhoeft (1997, p.
25), “nada se inicia sem um sonho, ponto de
partida de todas as ações e realizações.
Nenhum empreendedor chegará a lugar
algum se não tiver sonhado antes com o que
deseja alcançar”.
É interessante notar a maneira como o autor
destaca a admiração da personagem Luísa
pela sua tia Fernanda, proprietária da loja
Sereia Azul, principal ponto de encontro e
discussões dos mais variados assuntos na
cidade. A vida pessoal de Luísa é descrita
pelo autor como uma sucessão de dúvidas e
conflitos, onde a personagem se vê dividida
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entre seus sonhos e ambições e a realização
pessoal de seus pais, que idealizam o futuro
da filha, desde sua vida profissional até a vida
amorosa. Luísa é estudante de odontologia e
noiva de Delcídio, que devido a pouca
formação escolar que possuía, era contrário
aos estudos da noiva. O desfecho do capítulo
se dá com a cumplicidade entre Luísa e
Fernanda, onde a personagem principal
consegue o apoio da pessoa que mais
admira.
Outro ponto interessante nesse primeiro
capítulo são as deixas do autor, onde através
de algumas passagens destacadas no texto,
Dolabela insere características importantes
do empreendedor nato, demonstrando assim
o talento natural de Luísa na atividade
empreendedora. “Existem pessoas que
apresentam características empreendedoras
desde muito cedo” (BERNHOEFT, 1997, p.
23). Essas deixas estão presentes em todo o
texto, sempre trazendo informações valiosas
à respeito do tema central do livro, a
atividade empreendedora, visando auxiliar a
compreensão do tema e facilitar o
entendimento da leitura.
O segundo capítulo, intitulado “A validação
de uma ideia”, tem início com a volta de Luísa
à Belo Horizonte, cidade onde cursa o quinto
ano de odontologia. Nessa volta, Luísa
procura encontrar soluções rápidas para
conseguir concretizar o sonho de abrir o
próprio negócio e demonstrar a seus pais e
familiares que estava certa da decisão que
tomara e que não iria desistir. Luísa procura
compartilhar sua ideia com pessoas que
entendam de negócios, com quem pudesse
conversar e aconselhar-se.
Nesse momento da história surge Pedro,
professor e criador de uma disciplina de
empreendedorismo. Luísa procura Pedro, a
fim de esclarecer dúvidas e obter
informações necessárias para o seu
empreendimento. Porém, após expor sua
ideia e conversar com o professor, Luísa se vê
mergulhada em novas dúvidas e sem os
esclarecimentos que queria. O professor
Pedro recomenda à jovem que faça um plano
de negócios1.
Após conversar com Pedro a respeito das
condições necessárias para a abertura de
uma empresa, Luísa percebe que seria difícil
conciliar sua futura carreira empreendedora
com seus estudos, pois seu tempo seria
escasso. Decide então dedicar-se à validação
de sua ideia e praticamente abandona o
curso de odontologia. Pedro aconselha a
jovem a procurar um “padrinho”, uma pessoa
que pudesse ajudá-la a planejar e começar
seu negócio. Luísa sonhava em abrir uma
empresa para produzir em escala industrial
um produto famoso e muito apreciado pelos
moradores de Ponte Nova, a conhecida
goiabada-cascão. A empresa seria batizada
como Goiabadas Maria Amália Ltda., em
homenagem à sua avó falecida. “As mulheres
não só estão começando mais negócios do
que antes, como também o estão fazendo
em setores não-tradicionais e com planos
ambiciosos de crescimento e lucros”
(Longenecker, Moore e Petty, 1998, p. 16).
Dolabela descreve vários encontros entre
Luísa e o professor Pedro, sempre tendo
como assunto principal a GMA (sigla da
empresa que Luísa pretendia abrir) e os
progressos e dúvidas de Luísa em relação ao
processo de iniciar uma empresa. Em todos
os encontros Luísa obtinha informações
valiosas sobre como encontrar
oportunidades e aproveita-las, identificar
mercados e formar seu produto. Fazendo uso
de um software próprio para trabalhar seu
plano, o MakeMoney, Luísa conseguia
1 Segundo Chiavenato (2005, p. 128), plano de negócios “é
um conjunto de dados e informações sobre o futuro
empreendimento, que define suas principais
características e condições para proporcionar uma análise
da sua viabilidade e dos seus riscos, bem como para
facilitar sua implementação”.
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desenvolver um planejamento gradativo, que
sempre era alterado quando ela conhecia um
novo concorrente ou contato. Isso
possibilitava o amadurecimento de Luísa em
relação aos seus planos. Entusiasmada, Luísa
decide procurar Eduardo, um amigo e
consultor em administração, e lhe mostra o
esboço de um planejamento, resultante de
meses de trabalho.
No início Eduardo mostra-se conservador,
mas aos poucos se rende ao entusiasmo e
confiança de Luísa e passa a instruí-la,
explicando conceitos e processos necessários
para que a jovem empreendedora pudesse
enriquecer seu plano de negócios e organizar
a empresa, de modo a propiciar condições
favoráveis à gerência de seus processos. O
desfecho do capítulo se dá com a reunião
proposital na casa da família de Luísa, onde
ela é confrontada com os objetivos traçados
pela família, visando devolver Luísa à sua
antiga vida, quando nem pensava em ser
empreendedora.
Nesse capítulo, Dolabela mostra ao leitor a
preocupação de Luísa em não desistir de seu
sonho e empenhava-se para aprender o que
fosse necessário sobre a atividade a qual
pretendia dedicar-se, empresária iniciante,
com muitos sonhos e pouca instrução para
atuar no mercado. Para não desistir de seu
sonho, Luísa passou por uma grande
mudança em sua vida, abandonando suas
atividades cotidianas e descobrindo um novo
mundo, repleto de conhecimentos,
experiências e desafios. De acordo com
Chiavenato (2005), o empreendedor possui
três características básicas – necessidade de
realização, disposição para assumir riscos e
autoconfiança. Luísa possui as três.
O terceiro capítulo, intitulado “O
empreendedor busca ajuda”, começa com
outra visita de Luísa ao professor Pedro, seu
orientador e amigo. O professor recomenda a
Luísa que procure um “padrinho”, de
preferência um empresário, para auxiliá-la na
criação de sua empresa. A pessoa escolhida
por Luísa para apadrinhar sua ideia era o
empresário André Ferreira Oliveira,
proprietário de uma fábrica de biscoitos, a
Biscoitos Santa Luzia. Luísa tinha certeza de
que o resultado daquela reunião poderia
mudar sua vida.
Ao ser recebida pelo senhor André, Luísa logo
tratou de direcionar a atenção do empresário
para seus planos, pois sentia que ele não
estava muito interessado no motivo que a
levara até sua sala. Fazendo uso do recorte
de uma embalagem de um produto ,
Biscoitos Santa Luzia que acabara de ser
lançado no exterior, Luísa conseguiu
despertar o interesse do empresário. Seguise
então uma conversa animadora para Luísa,
terminando da maneira como a jovem
queria, pois ela havia conseguido um
padrinho para sua ideia.
O quarto capítulo, intitulado “O plano de
negócios”, é iniciado com a exposição de um
cronograma preparado por Luísa, onde a
personagem ordena e planeja a ações que
deverão ser tomadas no futuro. Assim, ela
poderia executar as tarefas necessárias para
o seu empreendimento de maneira ordenada
e planejada. Esse capítulo também é
marcado pela constante exposição de
quadros indicadores, que possibilitam ao
leitor acompanhar todas as atividades
desenvolvidas por Luísa em seu empenho
para conseguir abrir sua própria empresa.
Luísa estava ciente de tudo o que fizera até
aquele momento, desde o momento em que
teve a ideia de ter o seu próprio negócio até
o desenvolvimento da ideia de produto e
visão da GMA. No entanto, ela sabia que
precisava verificar se GMA seria viável ou não
passaria de um sonho. Desenvolveu então
seu plano de marketing e uma análise
financeira, para então obter resultados
concretos e validar ou não a sua ideia. Nesse
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capítulo Dolabela apresenta uma Luísa
madura, convicta de seus objetivos, e, ciente
do que deveria fazer para realizá-lo. A
personagem assimilou muito bem todos os
conhecimentos passados por Pedro, Eduardo
e André. Estava pronta para iniciar a parte
mais difícil de seu trabalho, obter através de
pesquisas o conhecimento necessário para
identificar o perfil do mercado em que iria
atuar.
Pretendia assim conhecer concorrentes,
fornecedores e clientes. Mesmo preocupada
com os acontecimentos em Ponte Nova,
onde seus familiares planejavam seu
casamento com Delcídio e seu futuro como
dentista, Luísa encontrava ânimo para
continuar trabalhando sua ideia. Assim, ela
realizou a análise do setor de mercado,
concorrentes, fornecedores e clientes,
obtendo informações importantes para o seu
plano de negócios, ainda em
desenvolvimento. Esse processo levou
meses, isolando Luísa de sua vida em Ponte
Nova e tomando-lhe todo o tempo de que
pudesse dispor. Em meio a tudo isso,
acontece uma reviravolta na vida afetiva de
Luísa.
A jovem descobre que sente uma grande
atração pelo amigo Eduardo e decide então
terminar o noivado com Delcídio. O
rompimento do noivado representou o fim
de um período de angústias e preocupações
para Luísa, trazendo a paz que tanto
precisava para continuar a empenhar-se em
seu sonho. Luísa continuou trabalhando e
acumulando conhecimentos valiosos sobre o
mercado em que a GMA iria atuar. Em meio a
pesquisas, análises e estudos sobre o
mercado e seus componentes, Luísa retorna
por alguns dias ao ambiente familiar, para
participar das comemorações do aniversário
de 90 anos de sua avó falecida, a senhora
Maria Amália.
O professor Pedro viera como convidado de
Luísa, pois ela pretendia aproximá-lo de sua
tia Fernanda. Sabia que algo especial poderia
acontecer entre os dois. Porém, a discrição
de Pedro e a postura de Fernanda limitaram
o encontro a um bate-papo de amigos.
Retornando a Belo Horizonte, Luísa tem um
novo encontro com seu “padrinho”, o senhor
André e apresenta-lhe os resultados de seu
trabalho até aquele momento. Como de
costume, Luísa obteve muitos
esclarecimentos e instruções para a
continuidade de seu trabalho. Até mesmo do
namorado de sua irmã ela conseguiu
importantes informações sobre o
funcionamento de empresas juniores e
incubadoras de empresas.
Mas foi surpreendida com a notícia de que
seria a oradora de sua turma na formatura.
Assim, entre preparativos e a festa, muito
tempo foi perdido. Mas esse período passou
e o trabalho recomeçou, com grande
intensidade, exigindo total dedicação. Essa
situação provocou insegurança em Eduardo,
que de amigo passou a ser namorado e
desconfiava das ausências de Luísa, passando
a investiga-la. Foi assim que ele descobriu
que Luísa era voluntária e realizava trabalhos
numa instituição chamada “Caminhos da
criança”, que se dedicava a cuidar de crianças
abandonadas. Ela havia descoberto o
“segredo de Luísa”, mas sentiu-se culpado e
decidiu confessar a Luísa o que fizera,
causando muita decepção na jovem. No
entanto, não foi suficiente para abalar Luísa,
que ficara muito animada ao descobrir que a
GMA era viável e que certamente teria
sucesso.
O quinto capítulo, intitulado “A busca de
recursos para implementação da empresa”,
tem início com Dolabela demonstrando a
dificuldade de Luísa para conseguir dinheiro
para investimentos iniciais. O valor era muito
maior do que o previsto por Luísa, fazendo
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com que ela procurasse soluções externas
para resolver esse problema. Primeiramente
a jovem empreendedora procurou o banco
de que era cliente, esperando a concessão de
um empréstimo para arcar com essas
despesas inicias, porém, como não meios
materiais para garantir que a dívida seria
paga, o empréstimo foi negado. Decidiu
então procurar seu padrinho, o senhor
André, que lhe sugeriu a busca de parceiros
para formar uma sociedade. O plano de
negócios da GMA já estava pronto, portanto
seria muito útil para ajudar a conquistar um
possível sócio. Inicialmente Luísa rejeitou a
idéia de dividir seu sonho com outra pessoa,
mas logo percebeu que era a única
alternativa de que poderia utilizar-se.
Através do senhor André ela conseguiu
contato com três possíveis parceiros. Restava
então reunir-se com cada um e ouvir e
analisar suas propostas. O primeiro foi o
empresário Dr. Celso, atuante em vários
setores, principalmente na área de laticínios,
que lhe ofereceu 10 mil reais pela idéia da
empresa e pelo plano de negócios, causando
um sentimento de indignação e ofensa em
Luísa. A proposta não despertara nenhum
interesse. O segundo contato foi com o
senhor Acácio Dalsecco, presidente da
indústria de alimentos Santa Luzia (IASAL).
Segundo a proposta do senhor Acácio, seria
estabelecida uma sociedade, na qual Luísa
teria 10% da GMA e ocuparia o posto de
gerente.
A administração da GMA seria
responsabilidade de Luísa, mas teria que
prestar contas a Acácio sobre o andamento
da indústria. Essa proposta também não
agradou Luísa, porém, devido a dificuldade
em contatar o terceiro indicado, parecia a
única saída para Luísa.
Quando tudo caminhava para um acerto com
a IASAL, Luísa foi surpreendida com o
telefonema de Romeu Neto, o terceiro
indicado, que pretendia fazer-lhe uma
proposta. Romeu Neto era proprietário de
uma indústria de compotas, a Doceminas,
que operava com capacidade ociosa.
Segundo sua proposta, Luísa poderia utilizar
as instalações da Doceminas para produzir a
goiabada, tendo que pagar o preço unitário
pela industrialização e contando com três
meses de carência, ou um contrato de risco,
onde Romeu Neto teria direito a 10% do
faturamento Bruto. Essa proposta agradou
Luísa, que seria a única proprietária da GMA.
O acordo com Acácio estava descartado.
O sexto capítulo, intitulado “A consolidação”,
marca o final da história de Dolabela,
demonstrando o sucesso alcançado pela
GMA e o reconhecimento de Luísa frente à
sociedade. Dolabela descreve a evolução da
empresa, desde as dificuldades iniciais até a
superação destas e conseqüente
crescimento.
A GMA contava com uma linha de produtos,
todos derivados da goiabada, incluindo balas,
biscoitos, potes para merenda escolar e
chocolate com pedaços de goiabada, este
último desenvolvido especialmente para o
mercado exterior, pois a GMA já exportava.
Luísa contava com parceiros e
representantes em três países – Estados
Unidos, Argentina e Espanha – e pretendia
entrar no mercado alemão. Viagens ao
exterior eram constantes, sempre
procurando novos mercados e oportunidades
de negócio. Naquele ano Luísa recebeu o
prêmio de Melhor Empreendedor Global do
Estado de Minas Gerais, poucos dias após a
morte de um de seus mais queridos parentes,
a vovó Mestra.
Dolabela procura destacar na obra a
importância da atividade empreendedora,
por meio da bem sucedida história de Luísa.
Para tanto, o autor insere na personagem as
características do perfil empreendedor,
moldando nela uma personalidade
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empreendedora, acusada nas atitudes e no
comportamento da jovem. Assim, Dolabela
deixa claro que o perfil empreendedor não é
algo que adquire-se com convívio e troca de
experiências entre pessoas. Para o autor essa
característica é nata, isto é, o indivíduo já
nasce com ela.
Segundo Chiavenato (2005, p. 3), “o
empreendedor é a pessoa que inicia e/ou
opera um negócio para realizar uma ideia ou
projeto pessoal assumindo riscos e
responsabilidades e inovando
continuamente”. Luísa queria realizar seu
sonho e ter independência financeira, ou
seja, tinha uma ideia que se tornou um
projeto, e sentia que teria sucesso em sua
empreitada. Era muito autoconfiante e
dedicada. “Os indivíduos que possuem
autoconfiança sentem que podem enfrentar
os desafios que os confrontam. Eles têm uma
noção de domínio sobre os tipos de
problema que podem encontrar”
(LONGENECKER, MOORE E PETTY, 1998, p.
10).
A personagem Luísa enquadra-se no perfil
descrito por todos esses autores, mesmo
tratando-se de uma mulher. A autoconfiança
é uma característica marcante na
personagem de Dolabela. “A presença das
mulheres é crescente nas funções executivas,
na política e em tantos outros segmentos da
sociedade empresarial” (BERNHOEFT, 1997,
p. 20). O fato de ser mulher não impediu
Luísa de obter sucesso em sua empreitada.
Isso demonstra que a obra, além de atual,
não esbarra em nenhum tipo de
discriminação e não se prende em nenhum
princípio ou conceito ultrapassado.
“O segredo de Luísa” é uma obra que
apresenta linguagem simples, de fácil
compreensão para o leitor. Além disso, há o
cuidado de Dolabela em explicar conceitos e
termos relacionados ao tema principal do
livro, o empreendedorismo. Assim, fica
evidente a preocupação do autor em facilitar
a leitura e entendimento da obra pelo leitor.
Esse cuidado resulta num livro digno de
elogios e indispensável para a literatura do
empreendedorismo. É uma obra de extrema
relevância para o aprendizado e
compreensão dos fatores que conduzem a
prática do empreendedorismo.
Essa obra deve constar no aprendizado de
acadêmicos de qualquer curso de nível
universitário, pois como a história do livro
demonstrou, não é preciso que se estude
administração para poder desenvolver o
espírito empreendedor. Além disso, qualquer
pessoa que tenha interesse em investir na
atividade empreendedora também deve ter
acesso a essa obra, rica em conhecimentos e
extremamente fácil de ser compreendida.
BIBLIOGRAFIA
BERNHOEFT, Renato. COMO TORNAR-SE
EMPREENDEDOR (EM QUALQUER IDADE).
São Paulo: Nobel, 1997.
DOLABELA, Fernando. O SEGREDO DE LUÍSA.
São Paulo: Picture, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto.
EMPREENDEDORISMO: Dando asas ao
espírito empreendedor. 1. ed., São Paulo:
Saraiva, 2005.
LONGENECKER, Justim G.; MOORE, Carlos W.
e PETTY, J. William. ADMINISTRAÇÃO DE
PEQUENAS EMPRESAS: Ênfase na gerência
empresarial. São Paulo: Makron Books, 1998.
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