OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR - Uma Reflexão Sobre A Inclusão Das Aulas De Capoeira No Projeto Mais Educação Para Os Alunos Da EMEF Marizete Venâncio Em São Mateus/ES
Monografias: OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR - Uma Reflexão Sobre A Inclusão Das Aulas De Capoeira No Projeto Mais Educação Para Os Alunos Da EMEF Marizete Venâncio Em São Mateus/ES. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Gisa70 • 5/8/2013 • 1.719 Palavras (7 Páginas) • 2.570 Visualizações
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR – Uma reflexão sobre a Inclusão das Aulas de Capoeira no Projeto Mais Educação para os Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Marizete Venâncio em São Mateus/ES
Orientador: Prof. Dr. Edson Castardeli - UFES
Gislaine Kenne Oliveira Araújo
Educadora Física – Cref 004620-ES
Voluntária EMEF Marizete Venâncio
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR – Uma reflexão sobre a Inclusão das aulas de Capoeira no Projeto Mais Educação para os Alunos da EMEF Marizete Venâncio em São Mateus/ES
Resumo:
A capoeira é uma atividade física cultural afro-brasileira desenvolvida no Brasil. Existem duas vertentes, a Capoeira Angola representada pelo mestre Pastilha e a Capoeira Regional criada pelo Mestre Bimba. Na década de 30 a Capoeira foi legalizada e hoje vem ganhando espaço nas escolas, universidades e projetos educativos.
O presente trabalho tem como base problematizar a inclusão do Programa Mais Educação, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação de São Mateus/ES, a partir das aulas de capoeira ministrada pelo professor Solivan dos Santos Alves “Prof. Bilombê” do Grupo de Capoeira Capura Raça, monitor na Escola Municipal de Ensino Fundamental Marizete Venâncio, se trouxe mudanças, saindo de um conceito restrito, referindo-se apenas à técnica, para um conceito mais amplo em sala de aula para os alunos praticantes, visando apresentar posteriormente por meio de novos trabalhos, a partir dos resultados obtidos dos questionamentos que serão abordados no presente estudo.
INTRODUÇÃO:
A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também de colônia portuguesa. Os angolanos faziam muitas danças ao som das músicas.
Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.
Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.
A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.
Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender o capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta ara o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro.
A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia, O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.
A introdução da capoeira como ferramenta pedagógica é recomendada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), tornando-se uma sugestão de modalidade de esporte, expressão corporal, jogo, folclore, arte e cultura (Brasil, 1998). No entanto alocada em instituições de ensino, essa atividade deve ser inserida com pressupostos educacionais, decorrentes da demanda do contexto escolar (DARIDO, 2005).
Segundo Adriano (2006), o ritual da Capoeira é importante para a valorização e conhecimento da cultura afro-brasileira, o que permite o resgate da herança antepassada.
O mesmo autor ressalta que as relações interpessoais são fundamentais na Capoeira. A mesma se trata da forte relação de respeito mútuo, pois a coletividade prevalece durante todo o seu ritual. Desse modo, o objetivo dessa arte que é “jogar com” e não contra o outro, prevalece também dentre os demais componentes da roda.
Além disso, a Capoeira promove a melhora da autoestima, uma vez que a constante necessidade de realização coletiva possibilita o exercício de lidar com o outro, contribuindo com a formação de indivíduos mais críticos, criativos e autônomos.
Diante do exposto o presente trabalho pretende problematizar sobre a inserção de aulas de Capoeira na Escola Municipal de Ensino Fundamental Marizete Venâncio na cidade de São Mateus ES, suas implicações na formação cultural, esportiva e na promoção do conhecimento da cultura afro-brasileira.
PROBLEMATIZAÇÃO:
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Marizete Venâncio localizada na Av. Rua Santa Rita, S/N, foi fundada em 1975, com o nome de Escola Singular Arueira, em 21 de julho de 2005 foi municipalizada e no ano de 2010 mudou o nome em homenagem a uma eficiente professora e administradora Marizete Venâncio Nascimento, que veio a falecer no percurso da Escola para a sua residência. A EMEF atende 508 alunos do 1º ao 9º anos,EJA educação jovens e Adultos,divididos em três turnos.
De acordo com os PCNs da Educação Física, (BRASIL, 1998), é mencionado o tema Pluralidade Cultural, que aponta para o aprendizado do aluno em: conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo. Segundo Calçado (2009, p. 4), a capoeira na escola tem como objetivo estar trabalhando
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