Objetividade Jornalística
Ensaios: Objetividade Jornalística. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fnsd • 11/5/2014 • 985 Palavras (4 Páginas) • 314 Visualizações
Pode-se ver a questão da objetividade jornalística como um conflito que paira sobre todos os que vivem do jornalismo. Nos grandes meios de comunicação, busca-se seguir a tradição de passar uma imagem neutra e imparcial dos fatos. Mas será possível alguém capaz de ver o mundo sem nenhum tipo de intervenção?
A objetividade jornalística é, talvez, a mais importante arma para o questionamento ao ideal fundador do jornalismo, que é ser fiel aos fatos, sempre buscando informar a sociedade aqueles mais relevantes ao seu cotidiano, mantendo assim a identidade jornalística.
A notícia nasce de uma construção: um resultado complexo de forças, conflitos, brechas que se estabelecem em níveis onde não se pode desconsiderar o jornalista como pessoa, as regras e o mundo exterior, como se pode observar em trecho do livro de Nelson Traquina, “O estudo do Jornalismo no século XX”, acerca da Teoria Construcionista .
“(...) é impossível estabelecer uma distinção radical entre realidade e os media noticiosos que devem refletir essa realidade, porque as notícias ajudam a construir a própria realidade (...)”
Ainda segundo Traquina, a linguagem usada não transmite o que realmente significam as ocorrências e os jornalistas organizam a representação dos fatos, partindo de uma ordem de fatores que fazem parte do “fazer jornalístico” e o dia a dia de uma redação: a linguagem neutral é impossível. Porém, o autor vem salientar que as notícias são o produto de processos de interatividade de jornalistas com outros jornalistas, com as fontes e com a população. Eles não são meros espectadores passivos, mas sim parte desta construção da realidade ao editarem e redigirem suas matérias.
Segundo o autor José Marques de Melo, em seu livro “Teoria do Jornalismo: identidade brasileira”, os diversos olhares sobre uma notícia garantem versões mais próximas de realidade.
“Objetividade para o jornalismo contemporâneo implica em pluralidade de observação e de relato. O que se desdobra em pluralidade de fontes, de canais e de núcleos receptores. Em síntese: corresponde a assegurar que os acontecimentos sejam captados e reproduzidos sob diferentes ângulos, gerando distintas versões, honestamente registradas pelos seus protagonistas privilegiados – os jornalistas profissionais. (pág 49)”
O escritor Eugênio Bucci propõe que um texto não pode se utilizar totalmente da objetividade, pois deixa de ser sedutor. Mas o texto precisa ser escrito com cautela. As emoções não afastam a objetividade e devem integrar a reportagem. Para ele, a objetividade jornalística é a justa, honesta, equilibrada e transparente verdade. O jornalismo oferece a melhor versão possível da verdade.
Compreendendo os processos de produção de notícias, será ainda possível especular ou até mesmo acreditar que haja ainda espaço para defender notícias como um espelho da realidade, o que já diriam os defensores da Teoria do Espelho? Deve-se largar os dizeres de objetividade e acreditar que tudo que sai na imprensa não é mais do que um processo de produção subjetiva, onde encontram-se influências das mais variadas origens ?
O jornalista deveria ter em sua natureza a ideia de aproximar-se dos fatos sem um juízo feito. Mas é aí o “xis” da questão: a dificuldade em se alcançar tal desejo, o que acaba levando a criação de regras, seja para apurar, editar ou redigir.
Para aqueles que estão envolvidos com edição em jornalismo ou que já fez algum estudo na área, sabe que a imparcialidade nada mais é que um mito. Para ilustrar a ideia, um editor de algum veículo. Ele irá impor a sua visão particular ao pegar aquilo que vai ter o seu lugar no jornal, dá mesma forma que também fará isso com aquilo que vai ficar de fora. Também é de sua decisão o espaço que cada matéria deverá
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