Oficinas Relações Etnico Raciais
Pesquisas Acadêmicas: Oficinas Relações Etnico Raciais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ionei • 22/11/2013 • 1.075 Palavras (5 Páginas) • 648 Visualizações
INTRODUÇÃO
Este estudo questiona a Política Nacional de Formação de Professores pela necessidade de contemplar uma política científica democrática e justa, que ofereça condições para a pesquisa, reconhecimento e valorização do conhecimento científico no âmbito dos cursos dessa formação, no interior das universidades, tanto do saber das competências científicas específicas, como do valor do saber pedagógico (teórico - técnico científico, profissional e formador). Essa valorização toma a direção da constituição de estratégias para estruturação de metodologias criativas (relação do que e do como), em um sentido educativo e instrucional articulados, sem conotações de super discurso que venha a reforçar relações hierárquicas colonizadoras entre os campos profissionais universitários, ou seja, do Bacharelado e da Licenciatura. Nesse sentido, toma como ponto de partida para reflexão, pesquisas recentes que vêm apontando para as dificuldades e possibilidades de integração entre as licenciaturas e os bacharelados, ao longo do curso, requerendo práticas político-pedagógicas e científicas institucionais que provoquem efeitos menos assimétricos na relação entre esses cursos (BERNSTEIN, 1976; BALL, 2005).
Palavras- chave: Política Nacional de Formação de Professores. Política Científica,
Prática Pedagógica. Saberes da Licenciatura e do Bacharelado.
1.O papel dos profissionais no Magistério
A definição da Política Nacional de Formação do Profissional do Magistério da Educação Básica, no Brasil, nos anos 2009, se deu após 13 anos da promulgação da LDB N° 9.394/96, a qual já trazia no seu corpus garantias de planos de carreira, piso salarial nacional para os profissionais da educação. Essas garantias remontam o texto constitucional de 1988, que já assinalava alguns acenos nesse sentido, segundo Sheibe (2010). Não se pode desconsiderar nesse âmbito, a influência da Conferência Mundial de Jomtien, a Declaração da Educação Para Todos e o Pacto de Valorização do Magistério (1990), e de outras iniciativas positivas, como é o caso dessa política nacional, que apesar de expressar um marco tardio, ela reúne conquistas de fundamental importância para a história da formação dos profissionais da educação. Se bem sucedida, poderá trazer um resgate intelectual e moral de impacto à profissionalidade dos docentes na escola, aqueles que têm sido, historicamente, culpabilizados pelo fenômeno do “fracasso escolar” (HARGREAVES, 2004; PINAR, 2007; NACARATO, 2001; FREITAS, 2003), sem se observar as raízes dos problemas.
Há décadas que, no âmbito do debate acadêmico, pesquisas denunciam o estado
deplorável das condições sociais do trabalho dos profissionais da educação, da política de formação “desvirtuada” (FREITAS, 2003), da necessidade do aprofundamento dos saberes/fazeres/sentidos da profissionalidade docente e do enriquecimento do corpo teórico da profissão docente, face às mudanças sociais e às problemáticas da escola pública. Nesse sentido, a partir do final da década de 70, intensificaram os movimentos e manifestos em defesa de uma escola pública de qualidade, em prol de uma constituinte democrática (1988) e, posteriormente, com o processo de definição da nova LDBN nº 9.394/96. Nesse percurso a ANFOPE (2004) vem lutando por uma política global de formação, a envolver: a formação inicial articulada à formação continuada, melhoria das condições materiais e simbólicas do trabalho do profissional da educação valorização dos professores e da profissão docente. Com base nessas questões, ressalte-se o debate por um novo profissionalismo docente, em uma perspectiva científica e cultural inclusiva. Ela envolve a escuta das diversas vozes, das culturas existentes no exercício profissional na escola, tratadas de modo hierarquizado e desigual, (VORRABER, 2008), com o sentido de articulá-las aos saberes escolares na construção de novas narrativas contrárias a uma pedagogia científico cultural colonizadora.
Diante desses apelos acadêmicos e civis, junto ao Estado, acenou-se uma Política Nacional de Formação do Profissional do Magistério da Educação Básica (2009), com base em uma rede de saberes, de relações acadêmicas e político-educativas,de proposições em eventos nacionais – Conferência Nacional da Educação (CONAE)realizada em 2008, bem como de Seminários Nacionais, Regionais, Encontros Estaduais promovidos pela Associação Nacional em prol da Formação dos profissionais da Educação – ANFOPE que se antecederam,
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