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Papel Da Entrevista

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Por:   •  13/11/2014  •  2.320 Palavras (10 Páginas)  •  291 Visualizações

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Os anos 80: a era da participação

o Surgimento, na dec. 80 dos chamados “novos movimentos sociais” ligados à área urbana, contrapostos aos ditos velhos movimentos sociais já expressos no modelo clássico de Associações de Moradores e Sociedades de Amigos do Bairro. De um modo geral, esses novos movimentos se diferenciavam em termos de suas práticas sociais e nos modos de organizar as comunidades.

o Aos poucos essa ideia de “novo” começa a ser questionado no que diz respeito os movimentos populares, já que alguns tiveram início no Brasil no final da dec. 70. Começam, assim, a ressurgir na década seguinte outros movimentos não exclusivamente populares tais como o de mulheres, de negros, de índios, os ecológicos, etc

o Duas novidades no campo dos novos estudos emergentes sobre os novos movimentos sociais: a primeira, uma nova concepção para o novo, diz respeito a um movimento que não lutava só por direitos sociais tradicionais em busca da sobrevivência cotidiana (alimentação, abrigo, etc.), mas queria também novas relações de igualdade e liberdade de raças, gêneros e sexos; a segunda, uma divisão paradigmática, se deu no nível das interpretações e análises desses movimentos, onde predominou o crise e mudança

o Uma parcela significativa de movimentos sociais populares urbanos entra em crise com a chegada da dec. 90: de militância, participação, credibilidade, confiabilidade e legitimidade, etc. A participação social torna-se pauta e para o Estado essa participação deve ser através de parcerias entre os segmentos sociais que se propõem a tal configuração, e não mais segundo o recorte das classes sociais.

o Embora os canais de participação sejam conquistas de um movimento social combativo, estruturam-se também movimentos sociais com interesses particularistas, e serão esses a atuarem como co-partícipes das ações estatais, apoiados pelas elites políticas.

o O movimento social mais combativo foi se tornando fragilizado e fragmentado pois não tinha mais garantias de participação nas políticas, já que esse papel estava tomado pelos movimentos sociais aliados do poder. Não recebiam, assim recursos financeiros.

o Também nos anos 90 surgiram novos movimentos sociais, diferentes dos novos dos anos 80. Estes, por sua vez, centravam-se mais nas questões éticas ou de revalorização da vida humana e ganham espaço as lutas cívicas.

o Cresce o número de ONGs e de políticas de parceria com o Estado, voltadas para a desregulamentação do papel do Estado na economia e na sociedade como um todo, transferindo responsabilidades. Dessa interação surge o chamado Terceiro Setor da economia por meio de trabalhos cooperativos focados no mercado informal.

o O poder público passa a ser agente crise e mudança

o Uma parcela significativa de movimentos sociais populares urbanos entra em crise com a chegada da dec. 90: de militância, participação, credibilidade, confiabilidade e legitimidade, etc. A participação social torna-se pauta e para o Estado essa participação deve ser através de parcerias entre os segmentos sociais que se propõem a tal configuração, e não mais segundo o recorte das classes sociais.

o Embora os canais de participação sejam conquistas de um movimento social combativo, estruturam-se também movimentos sociais com interesses particularistas, e serão esses a atuarem como co-partícipes das ações estatais, apoiados pelas elites políticas.

o O movimento social mais combativo foi se tornando fragilizado e fragmentado pois não tinha mais garantias de participação nas políticas, já que esse papel estava tomado pelos movimentos sociais aliados do poder. Não recebiam, assim recursos financeiros.

o Também nos anos 90 surgiram novos movimentos sociais, diferentes dos novos dos anos 80. Estes, por sua vez, centravam-se mais nas questões éticas ou de revalorização da vida humana e ganham espaço as lutas cívicas.

o Cresce o número de ONGs e de políticas de parceria com o Estado, voltadas para a desregulamentação do papel do Estado na economia e na sociedade como um todo, transferindo responsabilidades. Dessa interação surge o chamado Terceiro Setor da economia por meio de trabalhos cooperativos focados no mercado informal.

o O poder público passa a ser agente repassador de recursos, em uma operação intermediada pelas ONGs. As ações começam a ter como foco o sucesso de metas em detrimento de questões ideológicas, pois custam o emprego de profissionais assalariados.

o Surge ainda a figura do público-não-estatal, no qual os movimentos passam a considerar o Estado não mais como um inimigo, mas um interlocutor e possível parceiro no campo das disputas políticas. As demandas, nesse aspecto, tem caráter contraditório: para alguns são conquistas, para outros, mecanismos de diminuição dos custos estatais.

o Surge, no plano teórico-conceitual, a análise dos excluídos em relação aos movimentos sociais. A pobreza e o desemprego contínuo são as novas questões da cidadania.

o Estudos recentes (Baiarle) têm apontado alguns limites no uso que se tem feito das categorias da cidadania, por ela ser pensada dentro da lógica de pertencimento ou exclusão, fundada na tradição liberal, pressupondo espaços, sujeitos e lugares previamente definidos. Esta lógica dificulta o entendimento da construção de espaços de interpenetração entre o público e o privado, presente, na política de certos tipos de conselhos.

o Luis Alonso, ao analisar a realidade espanhola nos 90, diz que os movimentos sociais teriam de lutar para ampliar e ativar os direitos de cidadania social ante os direitos de propriedade econômica estabelecida pelo Estado. A realidade atual tem imposto limitações a um conceito real de cidadania, deixando cada vez mais grupos de fora, excluídos dessa mesma cidadania.

o Habermas, Claus Offe, Melucci e Adam Prezworski, são os autores, no plano das teorias macros, que mais influenciaram as análises sobre movimentos sociais no Brasil nos anos 90.

o Harbermas (1985) – a questão do agir comunicativo presente nas ações dos movimentos, e suas possibilidades de geração de novas formas de relação e produção, contribuindo para resolver impasses em áreas econômicas em crise.

o Offe (1988) – as possibilidades de os movimentos sociais em termos de novas propostas que incidem em uma nova qualidade de vida.

o Prezworski (1989) – As mudanças operadas na sociedade capitalista no pós-guerra, e o novo papel do Estado com as suas políticas de cunho neoliberal. Utilizada, pelos analistas, como referencia para entenderem as mudanças nos cenários em que os movimentos se desenvolvem.

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