Papiloscopia
Seminário: Papiloscopia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: PatricOliveira • 8/3/2014 • Seminário • 2.927 Palavras (12 Páginas) • 367 Visualizações
Papiloscopia
É a ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas (saliências da pele) existentes na palma das mãos e na sola dos pés, mais conhecida pelo estudo das Impressões Digitais.
Papiloscopista
É o nome dado ao profissional da Papiloscopia.
História da Papiloscopia
Há várias evidências que o interesse humano em impressões digitais data da pré-história. Em uma face de precipício na Nova Escócia há um desenho que mostra uma mão com uma digital em espiral presumivelmente feito por nativos pré-históricos. Há registro de placas de cerâmica antiga retiradas de uma cidade soterrada no Turquestão, com os seguintes dizeres: "Ambas as partes concordam com estes termos que são justos e claros e afixam as impressões dos dedos que são marcas inconfundíveis". Na China do século VII, nos casos de divórcio, o marido tinha que dar um documento para a divorciada, autenticado com suas impressões digitais. No século IX na Índia, os analfabetos tinham seus documentos legalizados com as suas impressões digitais. Apesar da difusão do emprego da impressão digital como ferramenta individuadora, não havia até então uma aplicação científica do seu uso para identificação humana.
Marcello Malphighi
Em 1664, Marcello Malphighi, professor de anatomia na Universidade de Bolonha - Itália, com o auxílio de um microscópio (recém inventado), estudou a superfície da pele e notou os cumes elevados na região dos dedos e os descreveu como " da laçada a espirala " mas não fez nenhum comentário no possível uso das mesmas como ferramentas de identificação.
Muito antes dos cientistas forenses se interessarem por impressões digitais para identificação humana, a sociedade de todas as eras tinham reconhecido a necessidade de estigmatizar os criminosos.
Métodos antigos de identificação biométrica
Consistiam em infligir cicatrizes, marcas, ou tatuagens nos criminosos. A mutilação era (e em alguns países, ainda é) uma atitude extrema, mas efetivo modo de marcar um ladrão. Mas este tipo de mutilação, bem como marcar com ferro em brasa (ferrete - França), desapareceu na maioria dos países na primeira metade do século XVIII quando a civilização desenvolveu um sistema de lei criminal e uma maior importância do indivíduo na sociedade. No caso da reincidência o castigo a ser aplicado ao transgressor era mais severo, o delinqüente buscava esconder suas ofensas passadas assumindo uma falsa identidade, e como nesse período não havia nenhum método eficaz de identificação, esta era uma tarefa relativamente fácil para o criminoso. Com o passar dos anos ficou óbvio que muitos criminosos reincidentes estavam sendo tratados como primários, o que martirizava a polícia e juizes da época. A comunidade de execução da lei virou sua atenção para este sério problema, e um novo método de identificação, fazia-se necessário.
Johannes Evangelista Purkinje
Em 1823, o checo Johannes Evangelista Purkinje, professor de anatomia na Universidade de Breslau, publicou sua tese onde citava nove padrões de impressões digitais.
Apesar de, assim como Marcello Malphighi, também não ter feito nenhuma menção de seu valor como ferramenta de identificação, deixou o caminho aberto para descobertas que estavam por vir.
Alphonse Bertillon
O primeiro método científico de identificação amplamente aceito foi desenvolvido pelo francês Alphonse Bertillon em 1879. A antropometria, também chamada de Bertillonage em homenagem a seu criador, confiava em uma combinação de medidas físicas coletadas por procedimentos cuidadosamente prescritos. É um sistema complexo e completo de identificação humana, além dos assinalamentos antropométrico, descritivo e dos sinais particulares, apresenta a fotografia do identificado de frente e de perfil, reproduzida a um sétimo e as impressões digitais que foram introduzidas por Bertillon em 1894, obedecendo uma classificação original.
Na Bertillonage, as impressões digitais representam um mero elemento de identificação a mais, visto que a chave do sistema é baseada na antropometria. No sistema havia três fichas para classificação que formavam 9 grupos subdivididos em 3 subgrupos resultando 27 categorias.
Inicialmente, se formavam dois grandes grupos, segundo o sexo e a idade das pessoas. O terceiro grupo formado pela dimensão média da cabeça, oscilando entre 185 mm a 190 mm, que foram classificados em pequenas, médias e grandes.
A classificação das fichas faz-se mediante as medidas obtidas no assinalamento antropométrico e finalmente repartidas em armários adequados, de modo que, qualquer que seja o número de fichas, o reconhecimento de um reincidente se faz facilmente pela situação ordenada de sua ficha e pela eliminação das demais.
As medidas são representadas por símbolos que são registrados em fichas de cartolina medindo 161 mm de comprimento por 142 mm de largura. Na mesma é colocada uma fotografia de frente e as impressões dos dedos polegar, indicador, médio e anular direito e nesta ficha também se anotavam a filiação, os antecedentes, os dados pessoais e indicativos bem como as marcas e anomalias, caso existentes.
Quando da apreensão, o criminoso era medido, descrito e fotografado e o cartão completo era indexado na categoria apropriada. Um arquivo de 5.000 registros por exemplo, conteria apenas uns 20 cartões em cada uma das categorias primárias não sendo difícil comparar o registro novo com cada um dos outros cartões da mesma categoria.
O sistema de Bertillon foi adotado oficialmente pela Polícia de Paris em 1882 e em seguida por toda a França, Europa e o resto do mundo ( no Brasil em 1894 ).
Ironicamente, o entusiasmo inicial para o sistema de Bertillon mostrou uma de suas desvantagens. Como as agências de execução de lei começaram a arquivar mais e mais cartões, a quantidade em cada categoria cresceu continuamente, e embora 243 categorias eram mais que suficiente para uma agência de 5.000 cartões, para uma instituição grande como o Departamento de Prisão Estadual de Nova Iorque, o tempo exigido na procura de cartões duplicados aumentou de minutos para horas. Como resultado, as agências começaram a usar sub-classificações para ajudar no processo de escolha, dificultando ainda mais a tomada das medidas.
As dificuldades na classificação não foram os únicos problemas enfrentados pelo sistema. A antropometria apresentou uma falha que a conduziu ao abandono como ferramenta de identificação.
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