Personalidade E Comportamento: Aspectos Motivacionais

Inicia-se com a abordagem sistêmica, que proporciona uma visão ampla do comportamento individual. Tal abordagem foi desenvolvida por Thompson e Van Houten, que criaram o modelo de sistema aberto do homem para ajudar na compreensão do indivíduo. A partir desse modelo, eles mostram que o ser humano é resultado de seu próprio desenvolvimento, da sua aprendizagem e da interação com o meio físico e social.

Em seguida, discutem-se alguns condicionantes do comportamento humano. São eles: a personalidade, a percepção e a concepção.

Personalidade significa "o conjunto relativamente estável de características que influenciam o comportamento individual" (PLT, p. 74). Os determinantes da personalidade são considerados os aspectos hereditários e o ambiente.

Há quatro teorias da personalidade consideradas as mais comuns. A teoria dos traços afirma que, para entender o indivíduo, é necessária a divisão dos padrões de comportamento em vários traços possíveis de serem observados. Recentemente, esses traços foram reduzidos a cinco fatores, denominados big five.

• A teoria psicodinâmica, baseada nos estudos desenvolvidos por Sigmund Freud (criador da Psicanálise), apresenta o inconsciente humano como determinante do comportamento.

• A teoria humanista, cujo pesquisador de destaque é Carl Rogers, considera que a personalidade está centrada no self (eu).

• A abordagem integrativa apresenta a personalidade como resultado da associação das emoções, cognições, atitudes, expectativas e fantasias.

• Finalmente, a teoria dos tipos, a qual afirma que a combinação das preferências forma o tipo psicológico do indivíduo.

O comportamento é muito influenciado pelos processos de concepção e de percepção.Também as percepções possuem seus condicionantes, chamados pelos autores de concepções. Isto significa que o indivíduo percebe um fato específico em função de sua formação prévia, baseada em valores.

Assim, se objetivamos uma mudança efetiva de comportamento, precisamos agir sobre as concepções e percepções do indivíduo. Dessa forma, os autores sugerem que os programas de treinamento organizacional que objetivam mudanças de comportamento não podem ser meramente informativos, mas devem sensibilizar os funcionários de forma que seus valores e suas motivações despertem interesse e tenham a possibilidade de ser analisados (PLT, págs. 84 e 85).

A partir de todas estas ideias, fica mais claro discutir sobre o tema motivação. Assunto considerado complexo e difícil para as empresas, pois, se as pessoas são diferentes em suas concepções e percepções, a forma como serão motivadas também deverá se basear em estratégias diferentes. Motivar é sempre complicado para os gestores, pois eles sabem que nenhum caminho utilizado conseguirá atingir todos os funcionários.

As teorias de motivação abordadas no livro-texto, quais sejam, a teoria clássica, a teoria das necessidades humanas de Maslow, a teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg e as teorias X e Y desenvolvidas por Douglas McGregor, procuram responder a duas questões consideradas chaves pelos autores.

Os autores respondem às indagações com a afirmação de que o ambiente organizacional deve possibilitar que seus membros alcancem seus próprios objetivos para que foquem seus esforços nos objetivos da organização. Portanto, todos os valores organizacionais precisam ser reavaliados, as práticas gerenciais repensadas e os programas de treinamento reelaborados, com o objetivo de criar um ambiente motivacional efetivo.

Finalmente, a discussão do tema motivação no ambiente de trabalho e estratégias para motivar os funcionários. Tal discussão só faz sentido se antes refletirmos sobre o papel dos gerentes nas organizações e sobre a necessidade cada vez maior de se investir em programas de qualidade de vida para estes grupos, pois são eles quem sofrem as maiores pressões. Portanto, se não estiverem em condições físicas e psicológicas para lidar com todas as demandas de sua função, irão desenvolver o stress negativo