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Por:   •  18/11/2013  •  Resenha  •  541 Palavras (3 Páginas)  •  253 Visualizações

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ANA TEBEROSKY

''Debater e opinar estimulam a leitura e a escrita''

Para a educadora argentina, nas sociedades em que se valoriza a interação entre as pessoas e a cultura

escrita, o processo de alfabetização é mais eficiente.

Paola Gentile

Ana Teberosky é uma das pesquisadoras mais respeitadas quando o tema é alfabetização. A Psicogênese da

Língua Escrita, estudo desenvolvido por ela e por Emilia Ferreiro no final dos anos 1970, trouxe novos

elementos para esclarecer o processo vivido pelo aluno que está aprendendo a ler e a escrever. A pesquisa

tirou a alfabetização do âmbito exclusivo da pedagogia e a levou para a psicologia. "Mostramos que a aquisição

das habilidades de leitura e escrita depende muito menos dos métodos utilizados do que da relação que a

criança tem desde pequena com a cultura escrita", afirma. Para ela, os recursos tecnológicos da informática

estão proporcionando novos aprendizados para quem inicia a escolarização, mas as práticas sociais, cada vez

mais individualistas, não ajudam a formar uma comunidade alfabetizadora.

Doutora em psicologia e docente do Departamento de Psicologia Evolutiva e da Educação da Universidade de

Barcelona, ela também atua no Instituto Municipal de Educação dessa cidade, desenvolvendo trabalhos em escolas públicas. Em setembro, quando esteve no Brasil para participar do Congresso Saber 2005, ela deu a

seguinte entrevista à ESCOLA.

De quem é a culpa quando uma criança não é alfabetizada?

Ana Teberosky - A responsabilidade é de todo o sistema, não apenas do professor. Quando a escola acredita

que a alfabetização se dá em etapas e primeiro ensina as letras e os sons e mais tarde induz à compreensão do

texto, faz o processo errado. Se há separação entre ler e dar sentido, fica difícil depois para juntar os dois.

Como deve agir o professor especialista ao deparar com estudantes de 5ª a 8ª série não alfabetizados?

Ana Teberosky - Todo educador precisa saber os motivos pelos quais a alfabetização não ocorre. Sou contra

usar rótulos como alfabetizado e não-alfabetizado, leitor e não-leitor. Quando se trata de conhecimento, não

existe o "tudo ou nada". Uma criança que tenha acabado as quatro primeiras séries, apesar de dominar os

códigos da língua, pode ter dificuldade em compreender um texto e não estar habituada a estudar. Algumas

apresentam resistência a tudo o que se refere à escola por motivos vários. Outras têm mesmo dificuldades e,

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