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Quando Criança

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Por:   •  7/5/2013  •  1.286 Palavras (6 Páginas)  •  409 Visualizações

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Introdução

Quando criança, Antônio Eustáquio de Oliveira sonhava em ser caminhoneiro. Nasceu e foi criado no clima bucólico do campo, no município de Presidente Olegário, próximo a Patos de Minas (MG). Desde os cinco anos ajudava o seu pai nos serviços necessários para manter uma pequena fazenda. Cresceu acostumado a desempenhar atividades braçais e aprendeu cedo o valor do trabalho.

Aos 20 anos, após tentativas frustradas de viver com o que produzia na fazenda de seu pai, Eustáquio decidiu procurar um emprego formal. Ele tornou-se motorista de uma mineradora, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que realizava uma obra próxima a Coromandel (MG), cerca de 100 quilômetros distante de Presidente Olegário. Demitido após seis meses de trabalho, Eustáquio decidiu trabalhar como caminhoneiro. Na profissão que sempre quis ter, viveu, porém, muitas decepções: uma delas foi um acidente grave. Resolveu voltar para a fazenda de sua família para, logo depois, mudar-se para o Distrito Federal (DF).

Já em Brasília, Eustáquio trabalhou na Gráfica Tropical, de propriedade de um tio. Começou na empresa como motorista, fazendo entregas. Após dois anos, tornou-se vendedor.

Aprendeu rápido o ofício e aos poucos construiu o seu patrimônio: comprou casa, fazenda e economizou um bom dinheiro. O trabalho de Eustáquio como vendedor da gráfica era reconhecido pelo tio, que o remunerava com uma participação sobre cada venda. Em 1991, Eustáquio completaria 11 anos de trabalho na gráfica. Considerava-se um homem maduro. Ao refletir sobre o que havia feito na vida até aquele momento, Eustáquio constatou que seu trabalho havia se tornado repetitivo, completamente dominado e não havia perspectivas futuras de melhoria de salário. Por outro lado, era agradável e seguro trabalhar com o tio e dominar a atividade que exercia, ainda mais considerando que o mercado de trabalho não estava fácil, especialmente para uma pessoa como ele, que havia completado apenas o 1º grau escolar.

Um lado seu dizia: “Rapaz, fica onde está que é mais seguro”, e o outro lado contra-argumentava: “Este trabalho já deu o que tinha de dar, está na hora de buscar e encarar novos desafios”. Eustáquio ficou muitas noites sem dormir pensando sobre seu futuro. Ao final, concluiu que havia chegado a hora de decidir se deveria abrir o seu próprio negócio.

Ele imaginava que para trabalhar em artes gráficas a pessoa precisava ter estudo e se perguntava como uma pessoa sem a instrução adequada, que mal completou o 1º grau, poderia aventurar-se a empreender e a enfrentar os desafios do mercado.

Um mineiro em direção a Brasília

Filho de Moisés Lopes de Oliveira e Divina Barros de Oliveira, Antonio Eustáquio de Oliveira teve as suas raízes na agricultura. Sonhava em crescer e ter posses. Mais velho de oito irmãos, aprendeu a ter responsabilidade desde criança. Com muita dificuldade, conciliava os estudos com os afazeres do campo.

Nascido em 5 de novembro de 1955, ficou na fazenda até os 11 anos, quando foi para Patos de Minas, a 150 quilômetros de Presidente Olegário, para estudar em um seminário. Na época, morou com os avós. Em 1972, ao passar uma temporada de férias em casa, não voltou mais.

Na fazenda de seu pai, começou a cuidar do próprio pedaço de terra. Plantava feijão, milho, comprava porco e gado. Pensava apenas em economizar. Porém, após uma tentativa frustrada de vender as sacas de feijão que guardou para comercializar na época de entressafra, resolveu mudar de vida.

Em 1976, desapontado com os resultados da atividade agrícola, decidiu empregar-se em outra atividade. Soube por um amigo, que a CPRM estava contratando gente. Conseguiu o trabalho, mas só como servente.

Ele fazia amizade onde chegava e, disposto a realizar um trabalho bem-feito, não demorou muito para conseguir a chance de ser motorista de um dos engenheiros da obra. Ao fazer o teste, não sabia o que encontraria, pois, até o momento, havia apenas dirigido o velho Jeep Willys de seu pai. Mesmo receoso, aceitou o desafio. Por sorte, o carro era o mesmo de quando ele havia aprendido a dirigir, aos 16 anos.

Realizou um bom trabalho, até o dia em que, por causa de uma confusão provocada por um chefe de obra, foi despedido. “Um belo dia, doutor Ribeiro pegou os profissionais que cuidavam dos geradores de energia dormindo. Brigou, xingou e disse que iria demitir todos. As pessoas ficaram bravas, pois não eram subordinadas a ele. E isso gerou um problema maior com a chefia superior. Eu estava apenas dirigindo o carro, mas foi o suficiente para ser despedido. Foi a maior injustiça da minha vida”, relembrou Eustáquio.

Esse episódio o marcou e foi decisivo para que comprasse o seu próprio caminhão. Com o dinheiro

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