RESSUSCITAÇÃO CARDIO PULMONAR

A ressuscitação cardiopulmonar RCP é um procedimento que requer bom relacionamento entre a equipe, por ser tratar de uma situação critica, em que as ações profissionais poderão culminar no restabelecimento da vida ou na morte do paciente.

A partir da observação não-sistematica a respeito dos atendimentos de parada cardiorrespiratória PCR, percebi desvios de comunicação, o que muitas vezes causava desconforto no relacionamento interpessoal. Outro problema frequentemente observado era a falta de comando único, que resultava em divergências de conduta entre os médicos, culminando em discussões, fato que confundia a equipe de Enfermagem sobre como proceder e causava demora na efetivação dos procedimentos.

Há que se aprimorar o relacionamento e a comunicação interpessoal da equipe durante a após manobras de ressuscitação, o que certamente contribuirá pra melhor qualidade da assistência, pois uma boa comunicação otimiza a utilização do tempo, que é primordial quando se trata de salvar vidas.

A comunicação pode ser entendida como um processo de troca e compreensão de mensagem enviadas e recebidas.

Esse partilhar de ideias pode acontecer de forma verbal, paraverbal e não-verbal, e na maioria das vezes se dá mediante a associação desse tipos de comunicação.

Quando os profissionais se conhecem bem e mantêm um relacionamento harmonioso, a compreensão dos signos não-verbais fica facilitada.

A comunicação verbal está associada à expressão de palavras, seja pela linguagem falada, seja pela escrita. Espera-se como primeiro aspecto da comunicação verbal a clareza sobre o que se deseja informar. A comunicação predominante em uma RCP é a linguagem verbal falada, porém deve-se lembrar que a comunicação não-verbal permeia todo tipo de comunicação.

Qualquer mensagem dúbia em uma RCP pode ocasionar atraso no inicio do atendimento, fato que pode ser decisivo no prognostico do paciente, pois numa PCR devida à fibrilação ventricular, em cada minuto que o paciente passar sem ser desfibrilado há uma perda de 10% de chance de sobrevivência.

Otimizar a comunicação significa, portanto, otimizar o tempo, e por consequência aumentar as chances de sobrevivência da vitima que estamos ressuscitando.

Um problema frequentemente enfrentado em hospital de ensino é o duplo comando em uma RCP , essa é uma situação que desestabiliza a equipe e contribui para resultados ruins, Apenas um líder deve ser escolhido e esse ter clareza e objetividade nos seus comandos tendo sempre a certeza do que fazer, além de ouvir as mensagens do líder é importante deixar claro que elas foram entendidas e executadas.

Os ruídos são elementos presentes em uma sala de emergência, a equipe deve se empenhar para evitar ruídos durante a comunicação.

Os membros de uma equipe de emergência devem estar sempre abertos para ouvir a opiniões, inclusive criticas, ponderar, refletir e fazer uma auto-análise e a partir de então propor-se a realizar mudanças .

A American Heart Association estimula todas as equipes de ressuscitação a discutir incidentes críticos. Após o atendimento de uma RCP é aconselhável que a equipe se reúna para discutir sentimentos, medos desempenho e comunicação durante a manobra de RCP . Todos os membros da equipe devem estar presentes.

Nas reuniões pós-ressuscitação deve-se discutir também o impacto que nossos comentários podem causar nas outras pessoas, uma vez que acreditamos no respeito e na humanização do cuidado e não na coisificação do ser humano.

Não tem se permitido à família permanecer na sala de emergência durante o atendimento de seu ente querido. As pessoas, especialmente nos países e locais com menos recursos, acabam se acostumando a esperar.

Esperar é uma experiência humana comum.

O tempo de espera em uma sala de emergência assume significados diversos para quem cuida e para quem espera. Para os profissionais o tempo nunca é suficiente e para a família uma eternidade.

O corpo e face de quem espera uma noticia podem revelar muitos significados para os olhos atentos de um profissional da saúde.

Deve-se considerar que ao final dos esforços da RCP os profissionais têm novos clientes: a família

Só poderemos ser úteis nesse momento se compreendermos a dimensão e o significado do que o familiar está sentindo.

A American Heart Association, nas diretrizes de ressuscitação de 2000 recomenda que seja oferecida a possibilidade de a família permanecer na sala de emergência