Resenha Filme 13 Dias

Filme: Treze dias que abalaram o mundo

A Rússia iniciou a instalação de mísseis na ilha de Cuba sob a alegação de defender o território cubano contra uma possível invasão dos EUA. Isso já havia acontecido em 1961 quando os EUA, por meio da CIA, apoiaram a tentativa de derrubada do governo cubano no episódio conhecido como a invasão da Baía do Porcos. A tentativa fracassou e o governo cubano temendo uma nova tentativa articulou junto com a Rússia a instalação de mísseis na ilha a fim de intimidar os EUA. Kennedy já era o presidente dos EUA quando isso aconteceu e arcou com o desgaste político que o episódio lhe rendeu perante a opinião pública

O tempo é curto, as possíveis consequências ruins diante de decisões erradas são enormes, as pressões dos líderes militares e seus próprios interesses, a ambiguidade das partes envolvidas no campo diplomático, disputas internas de poder e prestígio na hierarquia, a escassez e imprecisão das informações, disponíveis recaem sobre o “decision maker” (Kennedy) e sua equipe de assessores civis que buscam tomar as melhores decisões levando em conta alcançar os objetivos, no tempo disponível, com o menor custo possível.

Os conflitos internos de caráter são retratados de modo que cada interlocutor mostre-se muito eloquente em seu discurso, por várias vezes apelando para o medo de acontecer o pior caso o gestor não tomasse as medidas drásticas preconizadas pelos líderes militares. O contraponto da situação foi retratado pelo demais assessores civis do presidente que buscaram coletar fatos e dados que pudessem suportar uma saída diplomática para a crise.

O presidente vai assim construindo sua decisão a medida que os dados e fatos vão de comprovando com o passar do tempo. Ele tem um limite de tempo para tomar a decisão e a todo momento é pressionado a decidir-se sob ameaça de colocar em risco a segurança do país que preside mas habilmente posterga seus atos até que tenha maior convicção da decisão a ser tomada, ainda que por vezes se veja em situação de fraqueza ou indecisão perante seus subordinados.

Interessante notar porém que existe um determinado limite que não pode ser ultrapassado pelos subordinados. Quando o poder do presidente é afrontado de forma a por em risco a hierarquia, este faz uso recorrente de sua autoridade para colocar ordem na situação.