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Resenha Filme Florence

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Por:   •  9/4/2014  •  1.447 Palavras (6 Páginas)  •  3.382 Visualizações

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Florence Nightingale e sua Teoria - Enfermagem

1. Biografia:

Florence Nightingale nasceu na data de 12 de maio de 1820, em Florença, Itália. Era filha de ingleses e dominava com facilidade o inglês, o francês, o alemão, o italiano, além do grego e latim. No âmbito de realizar-se como enfermeira, passou o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decidiu servir, trabalhando em Kaiserswert na Alemanha, entre as diaconisas.

Ela estando decidida a seguir sua vocação, procurou aprimorar seus conhecimentos através de visitas ao Hospital de Dublin que era dirigido pelas Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Logo, conheceu as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na Maison de la Providence em Paris.

Em 1854, motivada pela Guerra da Criméia, Florence partiu para trabalhar em Hospital Militar, na cidade de Scutari (Turquia), com voluntárias entre religiosas e leigas vindas de outros diferentes hospitais. Nessa época, a mortalidade decresce de 40% para 2% e logo os soldados fizeram dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada como a "Dama da Lâmpada" porque, de lanterna na mão, sempre percorreu as enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra contrai tifo e ao retornar em 1856, leva uma vida de inválida. Dedica-se porém, com ardor, a trabalhos intelectuais e consegue iniciar uma Escola de Enfermagem em 1859.

Florence morre em 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino de Enfermagem. Assim, a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica.

2. Teoria de Florence:

Dos estudos de Florence Nightingale, o meio ambiente emerge sendo considerado como sendo todas as condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo, capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a morte.

Desse modo, Nightingale tende a dedicar maior ênfase profissional ao ambiente físico do que aos ambientes psicológicos e sociais. Essa tendência é mais facilmente compreendida ao considerar-se o contexto no qual ela deu início à sua atuação como enfermeira, que envolvia o período inicial da industrialização na Inglaterra e os campos de Guerra da Criméia. Nessa época, reinavam as péssimas condições de saneamento ambiental e também a promiscuidade ao qual se encontravam os pacientes nos hospitais e resultavam em altas taxas de mortalidade, exigindo atenção imediata e constante.

Ainda segundo Florence, o meio ambiente engloba os elementos externos ao paciente que afetam a saúde do mesmo e o processo de cura. Dentre estes elementos, destacam-se os que se seguem:

1. Ventilação: Deve haver provisão de ar fresco, sem correntes de ar. Conforme Florence: “...conservar o ar que o paciente respira tão puro quanto o ar exterior, sem deixá-lo sentir frio é o primeiro e último princípio sobre o qual a atenção da enfermeira deve fixar-se, sem o que todo o restante que possa fazer por ele não terá nenhum valor...”

2. Iluminação: Todos os doentes requerem, depois do ar puro, a necessidade de iluminação. Segundo Florence, “...e não é apenas a claridade que desejam, mas a luz solar direta...”.

3. Calor: A enfermeira deve observar atentamente o paciente a fim de evitar que ele se resfrie, prevenindo a perda de calor vital, essencial à recuperação.

4. Limpeza: Deve-se referenciar tudo. No ambiente, pois um quarto sujo é fonte de infecções; ao paciente; na enfermeira, que “deve estar sempre limpa” e sobretudo a profissional enfermeira que deve “ter o cuidado de lavar as mãos freqüentemente durante o dia”.

5. Ruídos: É o elemento ambiental para o qual a enfermeira deve estar atenta e qualquer sacrifício, sendo válido para assegurar o silêncio, pois nem um bom arejamento, sequer uma boa assistência serão benéficos para o doente, sem o necessário silêncio.

6. Odores: O odor resultante da doença deve ser removido do corpo. Ao ventilar-se o quarto do doente, deve-se evitar o ar proveniente de esgoto. Os utensílios de quarto devem ser mantidos limpos, livres de odores e guardados em local apropriado.

7. Alimentação: É essencial ao processo de cura, devendo ser minuciosamente observada pela enfermeira;

Como se pode ver o conceito de meio ambiente engloba diversos elementos que, quando garantidos e unificados contribuem para que o processo reparador seja instituído. Esses elementos referem-se ao ambiente físico, pois, para Nightingale, quando este está adequado, pode-se dispensar maior atenção às necessidades emocionais do doente e à prevenção de doenças.

No que se refere ao ambiente psicológico, Florence reconheceu que um ambiente negativo pode resultar em estresse físico, afetando emocionalmente o paciente. Para evitá-lo, recomenda que se ofereça ao paciente uma variedade de atividades para manter sua mente estimulada, enfatizando a necessidade de comunicar-se com ele, dispensando-lhe atenção, evitando interrupções e tratando de assuntos agradáveis, evitando encorajar falsas esperanças.

O ambiente social é visto como essencial na prevenção de doenças e refere-se especialmente à coleta de dados relativos a elas, na qual a enfermeira deve empregar todo seu poder de observação..

Neste contexto, para Florence, a Enfermagem focaliza sua atenção no “Uso apropriado de ar puro, iluminação, aquecimento, limpeza, silêncio e seleção adequada tanto da dieta quanto da maneira de servi-la, tudo com um mínimo de dispêndio da capacidade vital do paciente”.

Florence também descreve dois tipos de enfermagem:

1. Enfermagem da saúde: É aquele que requer algum ensino prático e tem por objetivo a prevenção de doenças e pode ser praticada por todas as mulheres.

2. Enfermagem da doença: Definida como a arte e ciência que requer uma educação formal, organizada e científica para cuidar das pessoas que sofrem com a doença.

Para Florence o conhecimento da Enfermagem envolve o que deve ser feito a fim de que o organismo não tenha doenças e para que possa recuperar-se de agravos à saúde, o que naquela época, conferia à Enfermagem duas perspectivas de ação sempre, sendo elas, uma preventiva e outra curativa.

A Enfermagem contribui para o processo restaurador ao colocar o paciente em suas melhores condições para que a natureza possa agir sobre ele. Com este intuito, encarregou-se de prover um ambiente no qual o paciente possa ser cuidado por si próprio e/ou pelos outros. Embora a assistência esteja centralizada na figura da Enfermeira, Florence não exclui o paciente, afirmando que “ ...tudo o que o doente puder fazer por si mesmo, será melhor que o faça, isto vai significar para ele menos ansiedade...””.

Segundo os conceitos adotados na época, a doença já era vista como um processo restaurador, que traduz um esforço da natureza para corrigir um processo de envenenamento ou de desgaste iniciado dias, meses ou anos antes. Com base neste ponto de vista, a Enfermagem é tida não como uma prática de cura, mas como uma prática que tem por principal função colocar o paciente em suas melhores condições para a natureza agir sobre ele. O papel da Enfermeira seria o de ajudar o doente a manter suas forças vitais a fim de prevenir a doença, resistir a ela ou recuperar-se dela.

Desse modo, a Enfermagem focaliza-se na pessoa vivenciando um processo restaurador e não na doença de um órgão ou na fisiologia da pessoa como o faz a medicina.

A saúde surge, neste contexto, como resultante da interação de fatores ambientais, de modo que Florence a considera não apenas como o contrário da doença.

Já o ser humano, é considerado por Florence como beneficiário maior das atividades de Enfermagem., considerando-o com habilidade e responsabilidade de alterar sua situação existencial e focaliza alguns conceitos de forma especifica, conforme abaixo relacionado:

1. Ser humano ou indivíduo: Deve ser considerado a pessoa com as forças vitais restauradoras para manejar a doença;

2. Enfermagem: Processo ao qual tem a função de colocar o indivíduo nas melhores condições para a natureza agir, o que seria obtido basicamente pela ação sobre o ambiente;

3. Saúde/doença: Deve ser sempre visto como um processo restaurador;

4. Sociedade/ambiente: Envolvem as condições externas que afetam a vida e o desenvolvimento do indivíduo;

5. Ambiente: São os elementos externos à pessoa e que afetam tanto a saúde do doente quanto à pessoa saudável.

Florence Nightingale não utilizava a terminologia “Processo de Enfermagem”, hoje empregada. Mas valorizava práticas tais como: a observação, a experiência e o registro de dados fundamentais para o desenvolvimento de uma metodologia de trabalho que acentue a possibilidade de resolução.

3. Conclusão:

Percebemos com este estudo que os ensinamentos de Florence Nightingale influenciaram o ambiente hospitalar e ao utilizarmos os preceitos da teoria Ambientalista no cotidiano da assistência, sempre podemos tornar o ambiente mais acolhedor para o doente, auxiliando no seu processo de recuperação e cura.

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