Resenha Filme Keita

Resenha crítica

ABREU, Maria. Medindo a desigualdade entre homens e mulheres. Revista Escuta, 2017.

REZENDE, Daniela. Como nos ensina o “bela, recatada e do lar”, a política ainda não é lugar para mulheres. Revista Escuta, 2017.

O primeiro texto analisado ressalta a desigualdade financeira entre homens e mulheres, que diz respeito ao trabalho, onde a mulher é supostamente menos valorizada pelo mercado de trabalho por apresentar uma série de “defeitos” que os homens, pelo contrário, não apresentam.

Mesmo tendo uma carga horária de serviço mais extensa que a dos homens, o mercado insiste em dar para as mulheres um salário inferior. E pensando bem, seria muito mais lucrativo então para uma empresa contratar apenas mulheres, visto que pagariam menos por mais tempo de serviço prestado.

Mas ao invés disso, o mercado ainda sofre certa opressão machista, assim como a política, que segundo o texto de Daniela Rezende, também publicado na Revista Escuta, até o vice-presidente da República (hoje atual presidente) Michel Temer, sugere que a mulher tem que ser tratada com certa inferioridade ao homem. Mas a sociedade tem se manifestado contra alguns posicionamentos políticos machistas, fazendo com que o feminismo e até a igualdade social comecem a ganhar um pequeno espaço na mídia.

A Revista Veja ao publicar a matéria sobre a esposa de Michel Temer, esperando talvez um bom retorno do público, foi totalmente frustrada ao receber críticas negativas pelo seu posicionalmente machista.

Mas ao olharmos por outro ângulo, podemos compreender que talvez esse suposto “posicionamento machista” possa ser também um “posicionamento feminista”, onde ambos se tornam preconceituosos ao impor um estereótipo para a mulher. E a crítica talvez esteja se referindo a isso. Ao posicionamento de ambas as partes.

Enquanto o machismo oprime a liberdade das mulheres, escolhendo por elas como elas devem ser e se comportar, o feminismo se opõe alegando que a mulher deve ser livre para escolher o que quer ser, mas talvez se esqueça de que na maioria das vezes a mulher pode escolher ser “bela, recatada e do lar” como também “bela, recatada e do bar”. É uma escolha pessoal em que nenhum pensamento tanto feminista quanto machista devem se envolver, para que haja um equilíbrio entre as partes e as mulheres realmente se tornem mais “livres” para serem o que realmente querem ser.