Resenha do Filme "A Onda"
Por: Victoria Silveira • 19/6/2016 • Resenha • 465 Palavras (2 Páginas) • 387 Visualizações
O filme “A Onda”, do diretor alemão Dennis Gansel e lançado em 2008, fala de um professor de uma escola de Ensino Médio alemã que, ao assumir um curso com duração de uma semana com o intuito de mostrar aos jovens a importância da democracia, decide expor a eles uma experiência prática sobre autocracia. O professor, Sr. Wegner, é escolhido como líder do grupo e promove, por votação, uma eleição pelo nome do mesmo, tornando-se “A Onda”, nome esse que dá título ao filme. As bases do movimento são: normas de conduta, espírito coletivo e disciplina. No começo do curso, os deveres dos alunos são muito simples: cada um deve pedir permissão quando desejar falar e ficar de pé ao fazê-lo. Como segundo passo, eles começam a usar um uniforme e se comportam como um grande grupo. Conforme passa a semana, os alunos começam a se sentir poderosos e passam a ser agressivos com aqueles fora do movimento, exatamente como em uma ditadura. Ao perceber que a experiência tinha ido muito longe, o Sr. Wegner tenta acabar com o movimento, mas perde o controle da situação. O filme é baseado em uma experiência social chamado “Terceira Onda” na Califórnia, Estados Unidos, em 1967.
Um dos pontos mais marcantes do filme é a abordagem que o professor usa para o nascimento de uma ditadura. Cercado por uma juventude desmotivada, que, pela ausência de ideais, motivação e princípios, centra-se no sentimento de união que existe dentro do movimento; os jovens, que em sala criticavam o nazismo e as consequências que este trouxe para a Alemanha, não percebem quando o professor instala um regime autocrata em plena sala de aula. Esta é uma provocação feita para aqueles que se dizem diferentes e que nunca apoiariam tal movimento, já que todos ali se consideravam assim.
Outro ponto importante no filme é como o sentimento de união pode ser muito valioso para a instalação de um regime autocrata, que só pode continuar caso tenha apoio de grupos grandes da população. Novamente, todos ali se diziam contra o nazismo; mas se o movimento que tanto adoravam – A Onda – os tornavam violentos e opressores, como isso pode ser algo bom? Tanto na vida real quanto no filme, aqueles que não obedecem, são desprezados.
O filme “A Onda”, portanto, traz uma reflexão sobre a juventude e até onde nós, educadores, temos influencia em seu processo de formação de ideias. Já no sentido histórico, mostra a facilidade que é imposto, de forma absurdamente natural, um regime totalitário. Estas duas reflexões, aparentemente diferentes, se tornam cruciais quando levamos este questionamento para a vida real: quão influenciáveis são os jovens de hoje? O filme traz o questionamento que, em nosso mundo influenciado pela mídia alienadora se viemos a ter outra ditadura, iremos mesmo percebe-la?
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