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Serpente Faraó

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Por:   •  1/8/2014  •  1.507 Palavras (7 Páginas)  •  2.451 Visualizações

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O experimento Serpentes do Faraó, feito com o Hg(SCN)2, fascina pela riqueza de conteúdos da química, que podem ser explicados e demonstrados, com essa experiência relativamente simples. Relativamente, pelo fato de que essa, como qualquer outra prática química, oferece riscos, e, nem todas as escolas que seriam os ambientes mais propícios para utilização do mesmo, possuem uma estrutura adequada para realizá-lo.

Introdução

Serpentes do Faraó ou Cobras do Faraó são vistas como um tipo de pequenos fogos de artifício em que uma pastilha acesa exala fumaça e cinzas em uma coluna de crescimento que se assemelha a uma cobra. A versão moderna deste fogo de artifício é a serpente negra não tóxica. Serpentes do Faraó produzem uma exibição mais espetacular, porém com alto índice de toxidade, o que faz esse artifício ser produzido apenas como uma demonstração química. Se trata de um experimento relativamente simples, onde tudo que se precisa fazer é acender uma pequena quantidade de tiocianato de mercúrio (II), Hg(SCN)2. O tiocianato de mercúrio é um sólido branco insolúvel, que pode ser adquirido como um reagente ou obtido como um precipitado por reação de cloreto de mercúrio (II) ou nitrato de mercúrio (II) com tiocianato de potássio1.

O cloreto de mercúrio (II) [HgCl2], também chamado de sublimado corrosivo, é um venenoso solúvel branco cristalino obtido pela reação de mercúrio com o gás de cloro ou por sublimação de uma mistura de sulfato de mercúrio e cloreto de sódio (sal comum). É altamente tóxico e corrosivo. Uma vez absorvido na corrente sanguínea , o mercúrio inorgânico combina-se com proteínas no plasma ou entra nas células vermelhas do sangue. Ele não passa prontamente para o cérebro ou o feto, no caso de gestantes, mas pode entrar em outros órgãos do corpo . O metabolismo do fígado, é o principal para o mercúrio e todo o mercúrio absorvido no estômago e intestino é transportado no sangue diretamente para o mesmo2.

Já o nitrato de mercúrio (II) [Hg(NO3).H2O], pode ser obtido pela dissolução do Hg ou HgO, no ácido nítrico [HNO3] aquecido à no máximo 60°C3. Esse composto em especial, é controlado pelas forças armadas4 devido à sua utilização juntamente com o álcool etílico para produção do fulminato de mercúrio [Hg(ONC2)], um poderoso explosivo utilizado em detonadores5.

O tiocianato de potássio [CKNS], também conhecido como sulfocianeto de potássio, é um composto apresentado na forma de cristais incolores e inodoros, bastante solúveis em água, álcool metílico/etílico e acetona, e extremamente sensíveis à luz. É nocivo em todos os aspectos, ainda mais quando entra em reação com ácidos fortes, produzindo o ácido cianídrico e gases muito tóxicos6.

Embora as Serpentes do Faraó sejam consideradas um tipo de fogo de artifício, elas não explodem nem mesmo emitem faíscas. Apenas queimam no chão e liberam vapores de fumaça. Todos os aspectos da reação pode ser perigosos, incluindo lidar com o tiocianato de mercúrio, tocar a coluna de cinzas formada, e entrar em contato com os restos da reação durante a limpeza1. Todos os compostos utilizados no experimento, especialmente o nitrato ou cloreto de mercúrio, são tóxicos. Isso faz com que para a realização do mesmo, sejam tomadas a medidas de segurança necessárias, incluindo a presença de um exaustor para evitar que os gases tóxicos provenientes da queima do Hg(SCN)2 contaminem o ambiente em questão.

Materiais e métodos

- Béqueres

- Espátula

- Papel filtro

- Vidro relógio

- Balança analítica

- Água destilada

- Erlenmeyer

Reagentes:

- Nitrato de mercúrio

- Tiocianato de potássio

De acordo com a proporção molar, pesou-se 1 mol de nitrato de mercúrio e 2 mols de tiocianato de potássio. Com o auxílio da espátula, adicionou-se a quantidade pesada de nitrato de mercúrio (II) e, em um béquer, solubilizou-se a mesma em uma menor quantidade de água possível. Reservou-se a solução obtida. Em outro béquer, foi adicionado com a espátula, o que foi pesado do tiocianato de potássio, solubilizando-o também , porém em uma quantidade maior de água do que na solução anterior. Incorporou-se vagarosamente a primeira solução na segunda, com o béquer que continha o tiocianato de potássio dissolvido, em movimento de agitação.

Aguardou-se alguns instantes até que houvesse a formação do tiocianato de mercúrio, na forma de um precipitado de coloração branca na solução. Dentro do erlemmeyer, foi posicionado o filtro, e, em seguida, o papel filtro. Filtrou-se toda a solução, separando-a do tiocanato de mercúrio precipitado anteriormente. A solução foi descartada, e o papel filtro com o tiocianato de mercúrio, foi colocado sobre o vidro relógio e ficou em repouso de um dia para o outro, até ficar completamente seco. Depois de seco, o mesmo foi transferido do papel filtro para vidro relógio, posicionado dentro de uma capela de exaustão, e com um palito de fósforo, induziu-se a ignição do tiocianato de mercúrio para observação da mesma.

Resultados e discussão

Em uma primeira tentativa frustrada de obter-se o tiocianato de mercúrio, utilizou-se o cloreto de mercúrio (II) ao invés de nitrato, e mesmo com o auxílio de um agitador, não houve a formação do precipitado. Uma das razões disso ter ocorrido,

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